terça-feira, 27 de maio de 2014

Brasil poderá ter mais sete sítios Ramsar de importância internacional

Brasil poderá ter mais sete sítios Ramsar de importância internacional

    Paulo de Araújo/MMAReunião do CNZU: decisões importantesReunião do CNZU: decisões importantes
    Protocolo orientará a execução de inventário das áreas úmidas no Brasil

    LUCIENE DE ASSIS

    Os integrantes do Comitê Nacional de Zonas Úmidas (CNZU) aprovaram, na tarde desta terça-feira (15/05), durante sua 13ª reunião, a criação de novos sítios Ramsar em sete Unidades de Conservação (UCs). Agora, as indicações brasileiras serão levadas à avaliação do corpo técnico do Secretariado da Convenção de Ramsar para análise final. Caso sejam aprovadas, tornam-se sítios Ramsar, que são áreas úmidas de importância internacional.

    As áreas propostas ficam nas Reservas Biológicas do Atol das Rocas, e do Guaporé, na Área de Proteção Ambiental e no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, na Estação Ecológica do Taim, na Área de Proteção Ambiental de Guaratuba, e nos Parques Nacionais do Viruá, e da Ilha Grande. Depois de aprovados, os novos sítios somam-se aos outros 12 já instituídos no Brasil pelos participantes da Convenção de Ramsar, que deve se reunir no Uruguai em meados de 2015.

    PROPOSTAS

    Nos dois dias de debates da 1ª Oficina de Trabalho sobre Classificação e Inventário de Áreas Úmidas Brasileiras, constaram da pauta a apresentação de proposta para o Sistema de Classificação de Áreas Úmidas Brasileiras, a definição de um protocolo destinado a orientar a execução de inventário das áreas úmidas no Brasil, além da publicação do panorama desses espaços no território brasileiro.

    Para o gerente de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros da Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF)  do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Roberto Gallucci, os três dias de discussões realizadas nas duas reuniões foram muito produtivos. “Representaram grandes avanços nas bases científicas destinadas a orientar as políticas públicas de proteção e conservação das zonas úmidas, incluindo sua biodiversidade”, explicou.

    SAIBA MAIS

    A Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, mais conhecida como Convenção de Ramsar, é um tratado intergovernamental que estabelece marcos para ações nacionais e para a cooperação entre países, com o objetivo de promover a conservação e o uso racional de zonas úmidas em todo o mundo. Essas áreas fornecem serviços ecológicos fundamentais para espécies de fauna e flora e para o bem-estar de populações humanas.

    Além de regular o regime hídrico de vastas regiões, também funcionam como fonte de biodiversidade em todos os níveis, cumprindo, ainda, papel relevante de caráter econômico, cultural e recreativo. Ao mesmo tempo, atendem necessidades de água e alimentação para uma ampla variedade de espécies e para comunidades humanas, rurais e urbanas. 

    segunda-feira, 26 de maio de 2014

    Lançamento do Circuito Tela Verde acontecerá no FICA 2014 em Goiás

    Lançamento do Circuito Tela Verde acontecerá no FICA 2014 em Goiás

      DivulgaçãoAwá: filhos da floresta em exibição no Tela VerdeAwá: filhos da floresta em exibição no Tela Verde
      Iniciativa visa promover a discussão, reflexão e mobilização sobre questões socioambientais 

      TINNA OLIVEIRA

      O lançamento da 5ª Mostra Nacional de Produção Audiovisual Independente, o Circuito Tela Verde (CTV), acontecerá no dia 27 de maio, durante a abertura do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA 2014), na Cidade de Goiás (GO). A iniciativa visa promover a discussão, reflexão e mobilização sobre questões socioambientais.

      Para o diretor de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Nilo Diniz, o CTV tem sido um grande movimento de registro histórico por iniciativa de lideranças comunitárias, organizações não governamentais, realizadores de vídeo, entre outros. Estes grupos procuram utilizar a linguagem audiovisual para denunciar, mobilizar, informar e encantar, propiciando que brasileiros - e, nesta edição, interessados de outros países - conheçam e discutam a nossa realidade socioambiental. “É uma festa da educação ambiental, no ano em que comemoramos 15 anos da Lei 9.795/1999, da Política Nacional de Educação Ambiental”, comemora.

      VÍDEOS SOCIOAMBIENTAIS

      No dia 30 de maio acontecerá a exibição de alguns vídeos do Circuito Tela Verde, seguido de debate com a participação dos respectivos produtores. Foram inscritos 100 vídeos socioambientais - 39 selecionados. Os filmes tratam de resíduos sólidos, preservação da fauna, consumo sustentável, biodiversidade, comunidades tradicionais, indígenas, unidades de conservação, agricultura familiar, desmatamento, entre outros temas.

      sinopse de cada filme está disponível aqui. As realizações selecionadas fazem parte de um kit formado também por cartazes e orientações para realização da mostra, que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) envia para cada instituição cadastrada como espaço exibidor. A exibição dos filmes acontecerá em 1.314 espaços cadastrados, além de outras instituições parceiras, como órgãos de governo, empresas e TVs públicas.

      Uma novidade desta edição é a participação de instituições de fora do país, como Itália, Uruguai, Portugal, Moçambique e outros países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. O Senado também realizará sessões no espaço do Interlegis, em Brasília.

      SAIBA MAIS

      O Circuito Tela Verde é uma iniciativa dos ministérios do Meio Ambiente e da Cultura. A iniciativa atende à demanda por materiais pedagógicos multimídias sobre a temática socioambiental. O objetivo é divulgar e estimular atividades de educação ambiental, participação e mobilização social por meio da produção independente audiovisual, no contexto da educomunicação.

      A primeira Mostra do Circuito Tela Verde aconteceu entre julho e agosto de 2009. Foram exibidas 30 curtas-metragens em 250 espaços exibidores, alcançando 46 mil pessoas.

      Em 2010 aconteceu a segunda edição. Foram exibidas 67 produções em 1.100 espaços espalhados pelo país, atraindo mais de 300 mil pessoas. A 3ª Mostra Circuito Tela Verde aconteceu em 2011 em mais de mil espaços exibidores que exibiram 82 vídeos. Em dezembro de 2012 aconteceu a quarta edição, em 1.500 espaços. 

      Mais 55 órgãos capacitados em sustentabilidade nas contratações

      Mais 55 órgãos capacitados em sustentabilidade nas contratações

        Secretaria de Estado da Casa Civil/RJUehara no Rio: planejamento, estratégia e metasUehara no Rio: planejamento, estratégia e metas
        Usar o poder de compra em prol do desenvolvimento sustentável fica cada vez mais fácil

        TINNA OLIVEIRA

        O Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), capacitou 55 órgãos sobre sustentabilidade nas contratações públicas. Os cursos foram realizados em quatro capitais - Natal, Cuiabá, Porto Alegre e Rio de Janeiro, certificando 94 alunos. O objetivo foi oferecer embasamento para os governos desenvolverem políticas e práticas de contratações públicas sustentáveis.

        “Desde 2010, o governo federal vem lançando uma série de mecanismos para a inserção de atributos de sustentabilidade nas licitações, como o Plano de Produção e Consumo Sustentáveis, o decreto 7.746/2012 e a Instrução Normativa SLTI/Mpog 10/2012, em complemento à Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P)”, contextualiza o analista ambiental do MMA Thiago Uehara, um dos instrutores dos cursos.

        “Fazer compras sustentáveis depende de suporte da liderança das organizações, de suporte de legislação e dos governos, bem como de planejamento, estratégias e meta”, enfatiza. Para o diretor de Produção e Consumo Sustentáveis do MMA, Ariel Pares, compras públicas sustentáveis são instrumento de promoção das políticas ambientais em complemento à tradicional política de comando e controle. O novo modelo representa mudança do padrão de execução de políticas públicas ambientais, espelhando, inclusive, um movimento que acontece em todo o mundo.

        METODOLOGIA

        Com a duração de sete horas, os cursos ministrados durante os meses de abril e maio atenderam aos gestores públicos e de contratações dos governos estaduais e prefeituras, mas também se estendeu ao Poder Judiciário e aos órgãos do governo federal da administração direta, indireta e empresas públicas. O conteúdo foi desenvolvido e ministrado pelo MMA juntamente com o Núcleo Especializado Sustentabilidade, Licitações e Contratos (Neslic) da Advocacia-Geral da União.

        Para a participante Beatriz Vasconcellos, especialista em Sustentabilidade e Acessibilidade da Subsecretaria de Gerenciamento de Projetos do Rio de Janeiro, a capacitação foi muito relevante para a abordagem dos aspectos técnicos das contratações publicas sustentáveis. “Também poderá gerar um fórum permanente de discussão e integração entre os diversos agentes e diversos setores para avançar nesta temática”, destaca.

        Os alunos avaliaram os cursos em excelente (66%) e bom (34%). Foram destaques positivos das capacitações: o conteúdo programático, o domínio do conteúdo, a didática e interatividade dos instrutores do MMA e da AGU. Outro fato relevante foi o interesse e participação dos alunos, que puderam compartilhar experiências nas mesas redondas sobre ações locais e ainda trabalhar em grupos para fazer propostas para aperfeiçoamento de editais de compras e contratações, incluindo atributos e critérios de sustentabilidade.

        A iniciativa está inserida no âmbito da Iniciativa Compras Sustentáveis da Câmara Temática de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Copa 2014, coordenada pelo Departamento de Produção e Consumo Sustentáveis (DPCS), da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC) do MMA.

        NOVAS AÇÕES

        Pesquisa do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) aponta que os servidores públicos no Brasil entendem que haver conhecimento e expertise é o aspecto primordial para a ocorrência de compras públicas sustentáveis. “Justamente uma das linhas que vem sendo desenvolvidas pelo Ministério do Meio Ambiente”, enfatiza Uehara.

        Para dar continuidade às ações, o MMA está desenvolvendo, em parceria com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e sua Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), um material didático para um curso de 21 horas intitulado Sustentabilidade na Logística e nas Contratações Públicas. “Espera-se, com isso, institucionalizar uma ferramenta para servidores desenvolverem competências em sustentabilidade aplicada à administração pública”, conclui.

        Teste a sua memória


        Teste a sua memória

        Seu cérebro é um arquivo de lembranças, mas a memória não funciona de um jeito só. Antes de guardar uma informação, o cérebro usa um dos cinco tipos de memória. Responda às perguntas e saiba como você guarda tudo o que sabe, da senha do banco ao primeiro beijo.

        por Mirella Nascimento
        Você tem memória para tudo. No seu cérebro, hipocampo e amídala coordenam 5 jeitos de gravar informações:

        1. MEMÓRIA PROCESSUAL
        É a memória que dá novas habilidades ao corpo, como andar de bicicleta e dirigir. É tão simples que até os invertebrados têm.

        2. MEMÓRIA EPISÓDICA
        Os acontecimentos da sua vida, como o primeiro beijo, uma viagem ou o dia do seu casamento, fazem parte desta memória.

        3. MEMÓRIA VISUAL
        Serve para registrar rostos, formas de objetos e lugares onde você esteve. É graças a ela que você pensa na imagem de um cachorro quando alguém diz "cachorro".

        4. MEMÓRIA TOPOCINÉTICA
        É o seu GPS natural. Registra seus movimentos e a posição do corpo no espaço. Você sabe o caminho de casa e memoriza instruções de direção por causa dela.

        5. MEMÓRIA SEMÂNTICA
        O que você aprendeu na escola, as palavras, os raciocínios e o sentido das coisas são gravados por ela. Geralmente exige que as informações sejam repetidas várias vezes.
        Faça o teste e descubra como sua memória trabalha para guardar tudo o que você sabe.

        domingo, 25 de maio de 2014

        O mito da independência energética dos Estados Unidos, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

        O mito da independência energética dos Estados Unidos, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

         2014 por 

        “Capitalism is torpedoing our prosperity, killing our economies,
        threatening our children. It must be re-engineered, root and branch”
        (Nafeez Ahmed – 9 April 2014)

        eua, produção e consumo de petróleo

        [EcoDebate] Os defensores do excepcionalismo americano e a indústria petrolífera propagam a ideia de que os Estados Unidos vão ser a nova potência energética do século XXI (“Saudi America”) e vão ficar livres da importação de petróleo do Oriente Médio. Consequentemente, ficariam livres dos problemas políticos da instável região e poderiam voltar a ser a única superpotência mundial. Diante da crise da Ucrânia, os setores nacionalistas e a indústria do gás de xisto defendem a exportação de gás para a ex-República Soviética, como se os EUA estivessem com enorme disponibilidade de combustíveis fósseis.
        Porém, dados da Administração de Informação de Energia (U.S. Energy Information Administration – EIA) mostram que as importações de energia realmente diminuíram nos últimos anos, desde o pico de importação de 2005, mas o saldo negativo deve ficar acima de 30% até 2040.
        A importação líquida de petróleo cru estava em torno de 10 milhões de barris por dia (mbd) até 2007 e caiu para cerca de 7 milhões de barris dia em 2013. Só para ter uma ideia a produção brasileira foi de cerca de 2 milhões de barris dia em 2013. Ou seja, os EUA ainda importam mais de 3 vezes toda a produção brasileira de petróleo cru. Portanto, a importação está diminuindo, mas está longe de chegar à independência energética

        eua, importação de petróleo

        Para os próximos anos, espera-se uma diminuição na produção relativa de energia nuclear, carvão mineral e petróleo cru. O que deve ter crescimento na matriz energética são as energias renováveis (solar, eólica, etc) e o gás natural.

        eua, produção de energia

        Mas o otimismo da EIA pode não se concretizar, pois o ritmo de produção de gás em 2013 diminuiu muito e existem diversas análises mostram os limites da produção do gás de xisto. O geólogo americano, Art Berman, especialista em combustíveis fósseis, disse: “Eu vejo o xisto mais como uma festa de despedida do que uma revolução”. “É o último suspiro” (dos combustíveis fósseis). Steve Andrews diz que o gás e o petróleo de xisto podem ser o ouro de tolo do mundo da energia.
        A produção de gás de xisto é altamente danosa para o meio ambiente e tende a aumentar o stress hídrico. O processo de fraqueamento (fracking), exige a utilização de grande quantidade de água e, em geral, provoca a degradação dos lençóis freáticos. O processo de extração do gás de xisto não é totalmente conhecido, uma vez que as empresas tratam seus detalhes como segredo industrial. Por exemplo, junto com a água pressurizada, também é bombeada uma série de substâncias químicas cuja composição exata não é divulgada – ela incluiria, por exemplo, ácidos como os usados em lavagem de piscinas, anticorrosivos, redutores de atrito e agentes químicos que facilitam a saída dos fluidos. Além disso, outros pontos ainda pouco dimensionados podem causar grandes danos ambientais, além da enorme quantidade de água necessária para a exploração do gás.

        eua, produção de gás

        Na verdade, os Estados Unidos e o mundo vão ter que enfrentar o Pico do Petróleo e o aumento do preço da energia nos próximos anos. Quanto maior for a elevação do preço dos combustíveis fósseis maior será a crise econômica mundial e maiores serão as manifestações populares contra o consequente aumento do desemprego junto com a elevação dos preços dos alimentos. O sonho da independência energética pode se transformar no pesadelo da escassez de energia barata e um aprofundamento da estagnação secular que deve prevalecer no século XXI.
        Referências:
        ........
        José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, Doutor em demografia e professor titular do mestrado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

        Protestos na Copa


        Reproduções do Brasil 247 e da Folha de S.Paulo
        Reproduções do Brasil 247 e da Folha de S.Paulo

        Nova York pretende zerar mortes no trânsito em dez anos

        Nova York pretende zerar mortes no trânsito em dez anos


        Por Verônica Mambrini, do Vá de Bike
        Em 2012, São Paulo teve 1.231 mortes no trânsito. A frota de veículos é de 7,5 milhões, contra 2 milhões em Nova York (EUA). Na cidade americana, foram 256 mortes no trânsito em 2009. São menos de 3,5 ocorrências por grupo de 100 mil, o índice mais baixo desde 1910, quando começou a ser computado. Ainda assim, é NY que está saindo na frente na corrida para zerar mortes no trânsito. O prefeito da cidade, Bill de Blasio, estipulou o prazo de 10 anos para que isso aconteça.
        A iniciativa norte-americana não é novidade: inspirada no Visão Zero, programa implementado na Suécia em 1997, tem pilares como mudanças na infraestrutura viária, tecnologia de educação e fiscalização. Idealmente, o sistema viário todo é redesenhado, priorizando a segurança em primeiro plano, segundo o princípio que "nenhuma morte é aceitável". O resultado é que incidentes de trânsito envolvendo pedestres na Suécia caíram 50% nos últimos cinco anos.
        Desafios em São Paulo
        Em São Paulo, a organização Rede Nossa São Paulo levanta o debate e propõe que medidas semelhantes sejam tomadas. "Em Nova York vão ser 63 iniciativas. Algumas incluem mudança no traçado, como ruas mais estreitas, ou outras estratégias de traffic calming", explica Carlos Aranha, do grupo de trabalho de Mobilidade da Nossa São Paulo.
        Iniciativas focadas nos locais com grande índice de atropelamentos já fariam muita diferença. A prefeitura paulistana chegou a elaborar um conjunto de medidas em 2011, no Projeto Travessia Segura, mas não implementou todas as iniciativas. "O problema é que ainda olhamos o trânsito como uma mecânica que tem que ser eficiente, não como parte da cidade que tem que ser harmônica", afirma Aranha. A proteção dos pedestres e ciclistas se daria por meio do redesenho das vias, redução das velocidades máximas e fiscalização de infrações, como não dar a preferência ou não sinalizar conversões.
        "As principais ações são redução de velocidade máxima em todas as vias. Se fosse aplicar o conceito em São Paulo a minha proposta seria 40 km/h na cidade inteira, e 60 km/h ou 70 km/h nas expressas", defende. Outro ponto fundamental é a fiscalização. "Hoje, ela só é feita nos dias úteis, e deveria ser feita 24 horas por dia", diz Aranha.
        Matéria originalmente publicada no portal ESPN

        sábado, 24 de maio de 2014

        Você tem autocontrole?

        Você tem autocontrole?

        O dia a dia nos bombardeia com deliciosas chances para sabotar nossos planos. A ciência da força de vontade pode nos ajudar a evitar essas armadilhas

        NATÁLIA SPINACÉ 2014 

        Todos sabemos que não devemos devorar uma barra de chocolate quando estamos de dieta. O bom-senso, os conselhos dos amigos e a largura dos quadris não deixam dúvidas disso. Ainda assim, muitas vezes ignoramos todos os avisos e, quando nos damos conta, a barra de chocolate já era. O mesmo acontece com nossas idas à academia de ginástica, nossas horas de sono e o trabalho que precisamos adiantar. Quando o primeiro desafio à força de vontade aparece, deixamos tudo para depois. Somos todos íntimos dessas pequenas batalhas – e fracassos – do dia a dia. Se sabemos o que é bom para nós, por que tomamos tantas más decisões?
        ESCOLHA Morangos ao lado de um sorvete com calda. A opção saudável exige disciplina (Foto: Shutterstock)
        A psicóloga Kelly McGonigal dedica sua vida acadêmica a encontrar respostas para essa pergunta. Seu novo livro, Os desafios à força de vontade (Fontanar, 272 páginas, R$ 32,90), reú­ne algumas de suas descobertas. Kelly é professora de psicologia da Universidade Stanford. Seus cursos sobre força de vontade e estresse estão entre os mais concorridos da história da universidade. “A força de vontade é tão ou mais importante que a inteligência”, afirma Kelly. “Ela determina nosso êxito em quase tudo, desde um casamento até o trabalho ou os estudos.”
        Segundo as pesquisas de Kelly, existem três tipos de força de vontade. Ela os classifica como “Vou”, “Não vou” e “Quero”. No primeiro, está a disciplina necessária para cultivar bons hábitos, como pegar firme na dieta e passar pelo menos duas horas por dia estudando. No segundo, o autocontrole que precisamos ter para fugir de vícios, como fumar, beber ou comer doce todos os dias. O último tipo de força de vontade, o “Quero”, diz respeito a planos de longo prazo que exigem mais paciência e persistência para concluir, como economizar para comprar uma casa ou estudar para o vestibular. Para alcançar nossos objetivos, dos mais básicos aos ambiciosos, precisamos de todos esses tipos de força de vontade.
         Louise Foxcroft: "É a indústria da dieta que engorda"

        Apesar de os tipos de força de vontade  que nos movem serem diferentes, os motivos que nos levam a fracassar em todos são os mesmos. O primeiro deles é a culpa – uma velha conhecida de quem tentou mudar de hábitos e não conseguiu. Quando fraquejamos nalguma missão, tendemos a nos sentir culpados e, em seguida, a desistir de nosso objetivo. Um estudo da Universidade de Nova York monitorou 144 adultos que tinham como objetivo beber menos. Todas as manhãs, os participantes relatavam como se sentiam a respeito do que haviam bebido na noite anterior. Os que bebiam demais normalmente se sentiam piores pela manhã, física e moralmente. Mas o sentimento de culpa não os levava a beber menos na noite seguinte. Pelo contrário. Quanto pior era o sentimento por ter bebido demais, mais o indivíduo bebia na noite seguinte. Esse ciclo de culpa e arrependimento foi batizado pelos pesquisadores de “efeito dane-se”. Ele aparece não só em questões relacionadas a vícios, mas em qualquer situa­ção que envolva culpa e autocrítica exagerada. “Muita gente acha que a força de vontade está relacionada a ser dura consigo mesmo”, diz Kelly. “Isso é um erro. A força de vontade exige que sejamos compreensivos e acolhedores com nós mesmos.” A crença de que devemos ser críticos e duros conosco vem da infância. De maneiras diferentes, todos os pais precisam impor limites aos filhos e ensinar o que é certo e errado. Na vida adulta, substituímos a voz dos pais pela consciência crítica – que muitas vezes faz o papel de um pai ditador, não de uma mãe cuidadosa. Para não perder nossa força de vontade, devemos nos perdoar. Uma atitude compreensiva diante de um fracasso é mais produtiva que a autocrítica exagerada.
        AUTOAJUDA CIENTÍFICA A psicóloga Kelly McGonigal e seu livro Os desafios à força de vontade.  Ele é resultado  de anos de pesquisa acadêmica (Foto: Divulgação)
        Nossa consciência não é a única culpada pela perda de força de vontade. Fatores externos também contribuem. O estresse é um grande incentivo para perdermos nossas estribeiras. “Sentir-se mal nos faz ceder”, diz Kelly. “É como se nosso cérebro procurasse uma recompensa depois de um dia ruim.” Estudos da Associação Americana de Psicologia revelam que as estratégias mais comuns para lidar com o estresse ativam o sistema de recompensa do cérebro: comer, beber, fazer compras, jogar e assistir à televisão. O estresse – que abrange emoções negativas como raiva, tristeza, insegurança e ansiedade – leva o cérebro a buscar algum tipo de compensação para aliviar o mal-estar. A técnica não funciona. O mesmo estudo constatou que essas estratégias são consideradas altamente ineficazes por quem recorre a elas. Das pessoas que dizem comer para aliviar a tensão, apenas 16% afirmam que a comida realmente as ajudou a relaxar.
         A disciplina dos campeões

        A melhor maneira de não perder a força de vontade e o autocontrole em situações de tensão é recorrer a estratégias de alívio de estresse. Estudos comprovam que a prática de exercícios, orações, leitura e convívio com amigos e família são mais eficazes para manter a sanidade do que atacar um pote de sorvete. A diferença entre as estratégias que funcionam e as que não funcionam é o modo como nosso cérebro reage a elas. As recompensas, como beber ou fumar, causam um prazer imediato, que não se prolonga, e tendem a causar mais culpa. As atividades que realmente funcionam liberam substâncias no cérebro que nos dão a sensação de bem-estar prolongado e nos incentivam a manter o autocontrole no dia seguinte.

        A terceira grande responsável por nossos fracassos cotidianos é autossabotagem. Ela costuma se manifestar quando já conseguimos pequenas conquistas, mas acabamos comemorando cedo demais e colocamos tudo a perder. Num estudo feito em conjunto pelas universidades Yale e de Chicago, um grupo que se submetera à dieta foi lembrado do êxito que havia obtido em direção ao peso ideal. Em seguida, lhes foi oferecido um presente: uma barra de chocolate ou uma maçã. Oitenta e cinco por cento dos participantes escolheram o chocolate. Num outro grupo, para o qual não fora enfatizado o sucesso alcançado até então, apenas 58% dos participantes escolheram o chocolate.
         Costuma deixar tudo para depois? Culpe seus genes

        Celebrar pequenas vitórias, ao contrário do que diz o senso comum, pode ser uma péssima ideia. “A mania de querer nos recompensar quando conquistamos algo pode nos levar em direção ao fracasso”, diz Kelly. Quando fazemos algo que nos traz uma sensação boa, tendemos a confiar mais em nossos impulsos. Normalmente, isso significa que acabamos nos dando autorização para ignorar o despertador e dormir um pouco mais, abrir outra garrafa de vinho ou pedir aquela piz­za. Celebrar pequenos progressos pode nos levar a abandonar a meta pela qual batalhamos. Isso acontece porque todo desafio à força de vontade envolve um conflito: parte de nós pensa em nossos interesses de longo prazo (como comprar a casa própria) e outra parte está em busca de gratificação imediata (o sapato na vitrine da loja). A sensação boa de avançar em direção à meta de longo prazo abre espaço para as tentações. Há maneiras de lidar com isso. Se perceber que está usando um bom comportamento anterior para justificar uma ação ruim, pare e pense no motivo por que você se conteve até agora. Tente resistir. Se escorregar, lembre-se do outro conselho de Kelly. Não sinta culpa. Isso só diminuiria ainda mais sua força de vontade. Se alguém criticar sua autoindulgência, não se acanhe. Diga que a ciência está do seu lado.
        Os segredos para aumentar sua força de vontade (Foto: ÉPOCA)

        Assinado acordo para efetivação da Política Nacional de Resíduos Sólidos


        catadores interna

        O procurador-geral da República e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Rodrigo Janot, e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, assinaram, nesta quarta-feira (30), acordo de cooperação técnica com o objetivo de promover a efetivação, no âmbito de suas competências, da Política Nacional de Resíduos Sólidos, com foco na inserção social e produtiva dos catadores de materiais recicláveis.

        Segundo o procurador-geral e presidente do CNMP, Rodrigo Janot, o Ministério Público brasileiro tem o dever de contribuir nessa causa, não só fiscalizando a forma pela qual os municípios estão encerrando os lixões, mas contribuindo de maneira decisiva para a inclusão social e produtiva desses cidadãos brasileiros.

        “A atitude produtiva dessa categoria, tão importante para a manutenção do meio ambiente ecologicamente saudável, deve ser desempenhada de forma segura e organizada, fazendo-se respeitar o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana”, afirmou o procurador-geral.

        Na ocasião, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, destacou que a assinatura do termo de cooperação simboliza e prefigura uma “nova sociedade que sonhamos”.

        “Eu tenho confiança de que a teimosia do Ministério Público, a sua capacidade de brigas, mas também por seu papel educativo junto às prefeituras, vai nos ajudar muito para que cada prefeito feche os lixões e faça os aterros sanitários”, salientou o ministro.

        De acordo com ele, somente dessa maneira será possível garantir um processo em que as cooperativas, espalhadas por diversas cidades do país, continuem seu trabalho com qualidade de vida. “Essas pessoas, com sua autonomia, são cidadãos cada vez mais respeitados e contribuidores para o crescimento do nosso país”, destacou o ministro.

        Também estiveram presentes à celebração do acordo o conselheiro do CNMP e presidente da Comissão de Direitos Fundamentais, Jarbas Soares Junior; o conselheiro do CNMP Fábio George; o procurador-geral do Trabalho, Luís Antônio Camargo de Melo; e o representante do Movimento Nacional das Catadoras e dos Catadores de Materiais Recicláveis Rolnei Alves da Silva.

        Acordo

        acordo de cooperação técnica firmado entre o CNMP e a Presidência da República tem por finalidade a conjugação de esforços direcionados à efetivação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. A parceria visa contribuir para o aprimoramento da atuação do Ministério Público e da Secretaria-Geral da Presidência da República na inclusão social e na defesa dos direitos dos catadores de materiais recicláveis, buscando a efetivação da Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010, que “institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, especialmente no que se refere à inserção dos catadores de materiais recicláveis nos programas de coleta seletiva municipais e nas propostas de logística reversa, visando dar cumprimento ao prazo legal estabelecido para o fechamento dos lixões.

        Encontro NacionalA solenidade de assinatura do termo de cooperação faz parte do do Encontro Nacional - Encerramento dos lixões e a inclusão social e produtiva das catadoras e catadores de materiais recicláveis, realizado no dia 29, no auditório do CNMP, o qual contou com a participação do conselheiro e presidente da Comissão de Direitos Fundamentais, Jarbas Soares Junior, do membro-auxiliar do CNMP Luciano Coelho, da coordenadora da Comissão, Margareth Carvalho, da secretária-executiva da comissão interministerial de inclusão dos catadores, Daniela Metello, e do representante do Movimento Nacional das Catadoras e dos Catadores de Materiais Recicláveis Rolnei Alves da Silva.

        Na ocasião, o conselheiro Jarbas Soares destacou a importância do diálogo com os movimentos sociais Para o conselheiro, essa relação é uma via de mão dupla. Os movimentos sociais contam com o MP mais próximo na defesa de seus direitos, e o MP tem sua legitimidade fortalecida no momento em que se abre para ser a voz da sociedade perante os poderes.

        Para o representante do movimento de catadoras e catadores de materiais recicláveis, “esperança foi a única coisa que sobrou aos catadores". "Esperança que um dia as coisas iriam mudem”, lembrou. Segundo ele, o papel do CNMP de fomentar a integração nacional do Ministério Público é de “fundamental importância". "Vocês são a nossa última chance de mudar a nossa realidade”, destacou.

        De acordo com a coordenadora da Comissão, Margareth Carvalho, a aproximação do CNMP com os movimentos sociais “vai tornar a atuação do movimento muito mais efetiva". "Se temos a intenção de atuar na transformação da realidade, nós temos que conhecer essa realidade e, principalmente, ouvir quem está na base da sociedade”, disse.

        Durante o evento, o membro auxiliar do CNMP Luciano Coelho Ávila destacou o trabalho realizado pela Comissão de Direitos Fundamentais. Segundo o membro auxiliar, ao lado de outras comissões do CNMP, a comissão tem o papel fundamental de promover maior integração e unidade nacional entre os ramos do Ministério Público, na perspectiva única e exclusiva, de tornar a atuação do MP mais efetiva na concretização dos direitos fundamentais.

        Dados

        Na abertura dos trabalhos, a secretária-executiva da Comissão Interministerial de Inclusão Social e Produtiva dos Catadoras e Catadores de Materiais Recicláveis apresentou um panorama sobre os desafios da coleta seletiva e sobre a situação social dos catadores de materiais recicláveis no País. A pesquisa, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), revelou que o Brasil produz, diariamente, 58 mil toneladas de materiais recicláveis. Nesse cenário, em 2010, apenas 18% dos municípios brasileiros promoveram algum tipo de coleta seletiva. Segundo o estudo, existem mais de 380 mil catadores no país, os quais se concentram mais nas regiões Sudeste e Nordeste. A taxa de analfabetismo entre os catadores chega a 20,5%. O rendimento médio é de R$ 571,56.

        A Lei n. 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos e estabeleceu a exigência de erradicação dos lixões até o dia 03 de agosto de 2014. Em seu artigo 17, inciso V, a referida lei determina que o encerramento dos lixões deve estar associado a medidas de inclusão social e produtiva dos catadores de materiais recicláveis.

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