terça-feira, 15 de outubro de 2013

Efeitos nocivos do massivo consumo mundial de carne sobre o meio ambiente e a saúde


Efeitos nocivos do massivo consumo mundial de carne sobre o meio ambiente e a saúde

Fabrice Nicolino, autor de Bidoche, L’Industrie de la viande menace le monde (Éditions Les Liens que Libèrent), respondeu, dia 16 de outubro, às questões dos leitores do Monde.fr sobre os efeitos nocivos do aumento massivo do consumo mundial de carne sobre o meio ambiente e a saúde.
Os diálogos com Fabrice Nicolino estão publicados no Le Monde, 16-10-2009. A tradução é do Cepat.
ours: De que modo a produção de carne tem consequências sobre a mudança climática?
Fabrice Nicolino: É uma questão complexa, mas dispomos de um documento oficial, institucional, um enorme relatório de 2006 da Organização para Alimentação e Agricultura (FAO), da ONU. De fato, trata-se de uma análise global de todo o ciclo da produção pecuária no mundo. Não somente dos animais, mas a sua alimentação, os meios de transporte utilizados [para levá-los aos frigoríficos]. Esse relatório estima que todo o gado mundial emite 18% de gás de efeito estufa de origem humana, e esse total é superior àquele que diz respeito aos transportes utilizados pelos seres humanos (carros, navios…).
Pharell_Arot: Bom-dia. Sendo um aficionado por carne, eu me pergunto sobre as condições a serem adotadas para conjugar os prazeres alimentares e o desenvolvimento sustentável. Quais são, para você, as precauções que um consumidor médio pode tomar imediatamente?
Fabrice Nicolino: A primeira coisa é lembrar que o consumo de carne na França foi multiplicado aproximadamente por 4 desde a segunda Guerra Mundial. Nós comemos muita carne, por razões econômicas e políticas. Eu realmente não tenho conselho a dar. Minha opinião é que podemos comer muito menos carne, comer uma carne de melhor qualidade. Pessoalmente, eu como carne, mas cada vez menos, e é carne biológica, porque nesta maneira de produzir está proibido o uso em grande quantidade de produtos medicinais e químicos.
Pharrell-Arot: Há consumos de espécies menos perigosas que outras para o planeta? A de porco, por exemplo?
Fabrice Nicolino: O pior transformador de energia é o boi. Quanto menos vegetais um animal consumir, menos o seu consumo é prejudicial para os equilíbrios do planeta. E desse ponto de vista, há uma certa hierarquia que vai do frango ao boi passando pelo suíno. O menos mal é o frango.
Herve_Naturopathe: Há um lobby francês dos frigoríficos/criadores tão importante quanto nos Estados Unidos?
Fabrice Nicolino: Realmente creio que não. Existe um lobby da carne industrial na França, poderoso, mas que não tem nada a ver com a extraordinária importância que a “carne” tomou nos Estados Unidos. Nesse país, há uma história apaixonante por trás do lobby da carne. Um notável livro, La Jungle, publicado em 1906 por Upton Sinclair, descreve o universo dos matadouros de Chicago. É um livro belíssimo.
Nos Estados Unidos, o lobby é realmente muito poderoso; secretários de Estado da Agricultura, especialmente na presidência de Reagan, eram ex-industriais da carne. Sob as Administrações republicanas, mas não apenas, há uma espécie de consanguinidade entre políticos e o lobby da carne.
Voltando ao caso da França, sim, existe um lobby da carne, que é representado pelo Comitê de Informação das Carnes, que tem relações estreitas com a indústria da carne, seguramente, mas também com o aparelho do Estado, o Ministério da Agricultura e o maior sindicato patronal de agricultores, a FNSEA.
Romain: Que alimentos podemos utilizar para substituir a carne vermelha em matéria de contribuição nutricional e de sabor?
Fabrice Nicolino: Não há resposta para esta questão… O sabor da carne vermelha é o sabor da carne vermelha. Eu não saberia dizer o que poderia substituir o seu sabor. No plano nutricional, por mais curioso que possa parecer, um grande número de estudos mostra que os regimes vegetarianos ou os regimes extremamente pouco carnívoros são os melhores para a saúde humana. Eu cito rapidamente um nome, conhecidíssimo nos meios da nutrição: é um norte-americano que se chama Colin Campbell. Ele conseguiu fazer um estudo comparativo da alimentação entre, de um lado, os cantões chineses e, do outro, os condados americanos. Um imenso estudo que durou vinte anos. Ele observa que o regime chinês, amplamente baseado numa dieta de vegetais, é infinitamente melhor para a saúde.
cocoparis: Você acha que é preciso reduzir também o nosso consumo de leite?
Fabrice Nicolino: É um debate aberto e inclusive no plano científico. O que é certo é que o hiperconsumo de leite, que caminha paralelamente à industrialização da pecuária, é muito nefasto à saúde humana. Passamos de vacas bem alimentadas que produziam, em 1945-1946, em torno de 2.000 litros de leite por ano a vacas que dão 8.000, 10.000, inclusive 12.000 litros por ano.
Está claro que quando se produz estas quantidades de leite, é preciso que esse leite seja consumido na sequência. É preciso que as pessoas o bebam. Há nisso uma lógica de ferro muito constrangedora. Se é produzido, necessita de um mercado, necessita de saída. No campo da saúde, o leite não é um alimento tão bom quanto se acreditava ou se fazia crer durante muito tempo.
Apis88: Atualmente, está claramente demonstrado que os países que se enriquecem veem o consumo de carne por habitante aumentar. Esta constatação pode ser invertida?
Fabrice Nicolino: É uma questão decisiva, uma questão chave. Existe um modelo de consumo de carne, o modelo ocidental, baseado sobre um consumo muito grande de carne. Ora, a produção de carne necessita de quantidades industriais de cereais. E as áreas agrícolas no mundo não podem ser ampliadas ao infinito. Muitos agrônomos de primeira linha se perguntam como se poderá, nos próximos anos, satisfazer este impressionante aumento da demanda de carne nos países chamados emergentes, no topo dos quais está a Índia, mas sobretudo a China, onde 200 milhões ou 300 milhões de chineses reclamam carne, porque pela primeira vez eles têm dinheiro para comprá-la e querem unir-se ao modelo ocidental.
O problema é que as terras agrícolas que permitiriam alimentar esse gado estão em falta, e parece extremamente difícil encontrar novas áreas sobre a Terra assim como está. O que eu quero dizer é que na minha opinião o modelo de consumo de carne praticado entre nós não é de maneira alguma generalizável a todo o planeta. Dito de outra maneira, me parece altamente provável que será preciso rapidamente se colocar a questão central, fundamental, do nosso modelo alimentar. Sem isso, poderemos sem dúvida passar do atual bilhão de esfomeados crônicos para talvez dois bilhões ou três bilhões em 2050.
br: Você acha que os políticos, em sua resposta à crise agrícola atual, vão levar em consideração esse fenômeno?
Fabrice Nicolino: Claramente, não, não, não e não. Vou fazer um paralelo com a situação da França em 1965. O ministro da Agricultura do General de Gaulle chama-se Edgard Pisani. Em 1965, este fez uma turnê triunfal pela Bretanha, e declarou, sob aplausos: a Bretanha deve tornar-se uma fábrica de leite e de carne da França. É muito importante, porque vemos bem que os políticos seguem, evidentemente, objetivos, mas que por definição são objetivos políticos. Ora, nós estamos em vias de falar de questões de outra natureza, que reclamam decisões muito mais refletidas, muito mais pensadas, sobre um prazo muito maior que o tempo dos políticos. Eu acrescentaria que a ecologia, a crise ecológica e tudo o que a ela estiver associado vai impor visões, pontos de vista, decisões para as quais a classe política, de todos os espectros ideológicos, da extrema direita à extrema esquerda, não está preparada.
GrandGousier: De acordo, é preciso deter esta orgia de carne, por todas as razões inventariadas em seu livro. Mas, por onde começar? Na França, quais seriam as primeiras ações a serem tomadas, os primeiros objetivos a serem fixados?
Fabrice Nicolino: Eu não estou aqui para dar lições a quem quer que seja. Mas como pessoa, eu penso que seria bom unir-se à construção de um movimento de consumidores como nunca se viu. Eu penso, na linha do que acabo de dizer sobre a classe política, que apesar do seu interesse e de sua valentia, os movimentos de consumidores que existem na França, por exemplo, a UFC-Que Choisir [União Federal de Consumidores, associação francesa de consumidores] ou 60 milhões de consumidores, exprimem em grande parte preocupações de outro tempo. Eu penso que seria útil e necessário para todos que nasça um movimento de consumidores que integre a crise ecológica, que é fundamentalmente uma crise dos limites físicos. E esse movimento, quando aparecer, provavelmente lançará ações coletivas contra a carne industrial. Para mim, este movimento passará necessariamente por formas de boicote.
Herve_Naturopathe: Ser “consommacteur” [consumidor comprometido] não seria a resposta? Consumir com reflexão e respeito…
Fabrice Nicolino: Seguramente. Mas a questão é quando e como, porque já tivemos movimentos. Eu lembro do boicote dos hormônios para os terneiros em 1980, movimento lançado pelo UFC-Que Choisir. O consumo da carne de terneiro foi dividida por 6 ou 8, era muito impressionante. E o sistema se adaptou, pois se reforçou. Portanto, a questão é realmente saber como encontrar uma eficácia frente a uma indústria que está unida por fios a todos os poderes estabelecidos, quer sejam administrativos, políticos, industriais, sindicais. É uma questão que eu aplico a mim mesmo: como tornar-se “consumidor comprometido” realmente e não apenas nos propósitos.
hadadada: No futuro, deveremos parar totalmente de consumir carne?
Fabrice Nicolino: Eu não vejo esse ponto no horizonte da minha vida. Em todo o caso, eu descobri, ao escrever o livro, que se pode viver sem comer carne. Eu realmente a ignorei. Eu creio que durante muito tempo fizemos chacota dos vegetarianos e que julgávamos, às vezes contra todas as evidências, que sua saúde era muito ruim. Alguns lobistas de que falo no meu livro lembram, para desqualificar os vegetarianos, que tanto Hitler como Jules Bonnot, o anarquista, foram vegetarianos. O que eu constatei é que se pode viver sem comer carne. Devido aos grandes equilíbrios e para enfrentar os grandes problemas que estão diante de nós, a começar pela fome, me parece vital que mudemos novamente de regime alimentar e que renunciemos a uma boa parte da carne que ingerimos a cada ano. Mas mais carne, eu não creio absolutamente nisso, eu penso que é uma questão antropológica, que leva a muitas outras. Não estou certo de que a humanidade seja realmente destinada a não mais comer carne.
cocoparis: E o que você tem a dizer aos criadores? Mudar de profissão? Tornar-se cerealistas?
Fabrice Nicolino: É uma questão terrível. Eu gosto dos agricultores. É verdade que eu prefiro os agricultores do Sul àqueles saturados de subvenções do Norte, mas o mundo da pecuária é um mundo em que encontrei um monte de gente boa, mesmo na pecuária intensiva. Mas eu quero ser direto: eu penso que a pecuária industrial está condenada. Eu penso que a França, a sociedade francesa, contraiu uma dívida com os criadores, e uma vez que tudo foi organizado em vista da pecuária industrial, seria insuportável dizer repentinamente aos pecuaristas para que mudem de profissão. Eu penso que se deveria imaginar um plano de transição, um pouco sobre o modelo do plano de transição de saída da energia nuclear na Alemanha. Poderíamos imaginar um plano de transição de 15 anos para permitir uma aterrissagem suave, para permitir a um certo número de criadores uma retirada digna, e para incentivar os mais jovens a se lançar numa pecuária mais respeitosa dos animais, dos equilíbrios naturais, e dos seres humanos que estão no final da cadeia.
Scheatt: As transformações necessárias para um modo de vida mais sóbrio são compatíveis com a organização atual da distribuição e da pecuária?
Fabrice Nicolino: Não, porque é preciso compreender que se trata de um sistema extremamente eficaz em seu registro, muito complexo, muito rodado, que exclui, por exemplo, todo direito dos animais a existir. Eu, com o risco de chocar alguns, sou muito sensível à sorte dos seres humanos, eu sou um humanista, mas considero que os animais têm direito à existência. Eu dediquei o meu livro aos animais mortos sem terem vivido. Num passado remoto, durante 8.000 a 9.000 anos, os seres humanos viveram um companheirismo com os animais, que era sem crueldade, sem violência e sem maus-tratos. Os animais davam sua carne, sua pele, sua força de trabalho, mas eles permaneciam seres vivos, sensíveis.
A indústria transformou totalmente os animais, a quem tanto devemos. Eu lembro que sem a existência dos animais domésticos, não teria havido civilização humana. Passamos a uma situação de industrialização em que o animal tornou-se uma coisa, uma mercadoria, um objeto de troca, de material. Eu creio que esta ruptura na história da nossa relação com os animais tira de nós uma parte considerável da nossa humanidade. Eu creio que esta maneira de tratar este “outro” que é o animal abre as portas para um caminho moral.
(Ecodebate, 08/10/2013) publicado pelo IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.
Artista transforma caçambas em hortas, piscinas e pistas de skate



Com objetivo de chamar atenção das pessoas para o aproveitamento dos resíduos e dos espaços urbanos, o artista britânico Oliver Bishop-Young criou o projeto Skip Conversions, que transforma as caçambas de lixo espalhadas pela cidade em hortas, jardins, piscinas, pistas de skate e até mesmo em habitações improvisadas.
Seguindo a tendência cultural de aproveitar ao máximo os espaços urbanos, Bishop-Young colocou nas ruas britânicas o projeto, que tem por finalidade mudar a visão que a maior parte das pessoas criou sobre os depósitos de entulho. Em algumas das intervenções, foram utilizados materiais encontrados nas próprias caçambas, e os pedestres podiam interagir com o cenário: não só nas pistas de skate, mas também nas piscinas e até em uma mesa de pingue-pongue.
Uma das produções realizadas pelo projeto é uma “sala de estar”, construída no espaço da caçamba, com alguns móveis e até uma televisão que havia sido jogada no lixo. O artista também comentou sobre a importância do Skip Conversions. “As caçambas são arquivos fascinantes da nossa sociedade consumista. Elas capturam o momento no qual o desejo vira repulsa, quando objetos privados se tornam públicos”, afirma Young, que deu início ao projeto em 2008.
Dar vida nova a uma série de objetos que compõem o cenário urbano é a preocupação de diversas produções artísticas nos quatros cantos do mundo: em Barcelona, depois de uma lei proibir as intervenções artísticas nos equipamentos públicos, sacos de lixo se transformaram em divertidas obras de arte; Em São Paulo, a maioria destas manifestações artísticas incentiva a sustentabilidade: a mais recente intervenção é a criação dos parklets, vagas para automóveis transformadas em espaços de convivência para as pessoas.
Redação CicloVivo

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Pesquisa encomendada pelo PT confirma liderança de Garotinho em todo o Estado do Rio


Garotinho é o nº 1 também em pesquisa do PT
Garotinho é o nº 1 também em pesquisa do PT


Um deputado petista acabou de mostrar agora no plenário, onde estamos votando os destaques da MP do Mais Médicos, o resultado da pesquisa que o PT recebeu ontem, feita em todo o Estado do Rio. É claro que ele não quis me mostrar todos os cenários, mas revelou o resultado onde eu apareço com 30% dos votos, enquanto Lindbergh Farias tem 18%. O ex-prefeito Cesar Maia marcou 8%, o vice-governador Pezão continua com seus 6%, enquanto o provável candidato do PSDB foi testado com o nome Bernardinho do Vôlei, e para surpresa geral ficou apenas com 5%, apenas a um ponto do vice-governador que tem a máquina estadual, da prefeitura do Rio, e dizem, do governo federal.

Pelo jeito Dilma vai ter que criar um PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) especial para a candidatura de Pezão. 
fonte:Blog do Garotinho

A arte da conquista em tempos de Facebook

O livro "As regras mudaram – o amor no mundo virtual" dá dicas de relacionamento para os apaixonados que não querem virar vigias chatos de redes sociais. De quebra, é possível aprender a usar as novas tecnologias a seu favor

NINA FINCO


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O amor em redes sociais tem seus próprios códigos (Foto: Thinkstock)

Um tema recorrente nos filmes e seriados de comédia romântica é a mulher que está em busca do homem perfeito e sonha com um casamento maravilhoso. Faz parte da sabedoria comum que se fazer de misteriosa e difícil é um belo truque para conquistar a atenção de um homem. A história podia ser eficaz há 20 ou 30 anos. No entanto, em tempos de Facebook, Twitter e mensagens instantâneas via What’sApp, é quase impossível segurar o impulso feminino de interagir com a pessoa do outro lado da telinha.


Para a felicidade das moças ansiosas, um novo livro promete ser a bíblia que elas precisavam para driblar os desafios de firmar um namoro. As regras mudaram – o amor no mundo virtual (Ed. Rocco, 304 páginas, R$34,50) traz uma série de dicas de relacionamento para o século XXI. As autoras americanas Ellen Fein e Sherrie Schineider listam passos para consolidar uma paquera. Os conselhos passam pelos mais conhecidos (e que funcionam há anos), como ter autoestima e segurança, e vão até novas ideias que envolvem o comportamento mais adequado nas novas tecnologias, como quanto tempo esperar para responder a um torpedo. Cada capítulo é uma regra, totalizando 31 sugestões. As estratégias de conquista são ilustradas por casos reais de clientes que se envolveram em enrascadas por não seguirem As regras.
As autoras já são velhas conhecidas do mercado do namoro. Ellen e Sherrie possuem uma empresa de consultoria pessoal para relacionamentos amorosos e, em 1995, publicaram o primeiro livro As regras do casamento (Rocco). Suas publicações, que garantem manter o casamento ou conquistar um pedido matrimonial, tornaram-se sucesso de venda nos Estados Unidos e chegaram a entrar para a lista de mais vendidos do jornal The New York Times. Até a apresentadora mais famosa dos Estados Unidos, Oprah Winfrey, concorda com a publicação. “Não se trata apenas de um livro. É um estilo de vida”, disse. 

Mesmo com a popularidade em alta, o livro não deve ser levado ao pé da letra. Em muitas das dicas, adota um tom machista e desnecessário. As regras disponíveis são direcionadas apenas ao público feminino e acabam ditando obediência e passividade, o que é bem ultrapassado, para dizer o mínimo. Uma vez alerta ao tom tendencioso do livro, é possível, sim, aproveitar boa parte das dicas. É inegável que as autoras passaram muito tempo pesquisando e pensando sobre o assunto. Há dicas que podem ser úteis tanto para homens como para mulheres. Afinal, a vontade de responder instantaneamente a uma mensagem no Facebook pode ser irrefreável para qualquer apaixonado, independentemente do sexo.
A seguir algumas dicas adaptadas do livro:
- “Seja uma criatura diferente das outras”: as autoras afirmam que “ser diferente” não significa ser mais bonita, ou desejada. Trata-se, na verdade, de ter segurança e autoestima. E isso se aplica tanto aos homens quanto às mulheres. Para um relacionamento dar certo, em primeiro lugar, é preciso acreditar no amor (mesmo depois do fim de um namoro).
- “Espere pelo menos quaro horas para responder à primeira mensagem de texto e um mínimo de 30 minutos depois”: assim como qualquer outra pessoa, as autoras sabem que receber a primeira mensagem de texto de alguém querido produz um efeito poderoso em nossos corpos. De repente, responder parece questão de vida ou morte. Elas aconselham, porém, a conter a ansiedade. Há um período seguro para responder, que vai de quatro a 24 horas depois de receber a mensagem. “Quatro (horas) é para as mais jovens. (...) Uma de 30 deve esperar 12 horas, as de mais de 40 devem esperar o dia todo para responder”. Para Ellen e Sherrie, essa atitude passa a mensagem de que você é ocupado e importante. Isso também vale para e-mails, tuitadas e publicações no mural.
- “Depois de responder, limite a conversa a quinze minutos, ou a dez mensagens ao todo”:segundo o livro, a estratégia fará com que o pretendente se pergunte o que você está fazendo para não atendê-lo e criará uma expectativa. “Força o homem a convidá-la para sair para terem um relacionamento”. Demorar para responder também deixa qualquer um curioso. Ao impor um limite, a pessoa não revelaria tudo de uma vez, o que é uma estratégia importante para alimentar o interesse no outro.

- “Espere de um a dois dias para confirmar uma solicitação de amizade”, da mesma forma que limitar a duração de uma conversa, esperar alguns dias para responder uma solicitação de amizade cria expectativa em quem solicitou. Ele ou ela ficará esperando por uma atualização confirmando o pedido.

- “Não mande fotos nem qualque outro arquivo que você não gostaria que ficasse com o outro depois do fim do namoro" : apesar de o sexting (prática de mandar mensagens sensuais pelo celular) ser muito divertido, é importante tomar cuidado com o que e para quem está enviando. “Vídeos sugestivos ou explícitos enviados por celular ou email podem parecer legais e inocentes, mas na verdade são inadequados e perigosos. Se uma dessas mensagens, fotos ou vídeos se espalha por aí, você ficará completamente mortificado”.

- “Fique longe do perfil dele (ou dela) no facebook”: realmente, a curiosidade é grande e é difícil não correr o dedo para a barra de busca para fuçar no perfil alheio. Mas o livro afirma que, às vezes, a rede social vira excesso de informação. “Entendemos que você queira saber tudo (...). No entanto, ao fazer isso, você pode ver coisas ruins”. Ela pode ver uma foto mais íntima dele com uma amiga. Ele pode ver um recado carinhoso de um amigo para ela. Saber demais da vida do outro pode ser um problema. Deixe para matar a curiosidade ao vivo em um encontro.

Não faltam conselhos para ajudar na arte de namorar. Porém, nem sempre segui-las a risco é a solução. No filme Como perder um homem em 10 dias (2003), a jornalista Andie (Kate Hudson) faz de tudo para quebrar as regras da conquista enquanto tenta provar para suas leitoras que existe uma lista de atitudes que os homens acreditam ser essenciais em uma mulher. No final, mesmo fazendo tudo o que é considerado errado, o cara em questão, Ben (Matthew McConaughey), acaba perdidamente apaixonado e passa os últimos minutos do longa-metragem tentando impedi-la de partir em plena ponte do Brooklyn, da forma mais romântica possível. A ajuda de livros como As regras é válida, se usada com bom senso e sem perder a espontaneidade.

Parente é pior que chefe

Os relacionamentos estressam mais que o trabalho e o trânsito, revela uma pesquisa inédita no Brasil. Quatro estratégias para lidar com ele CRISTIANE SEGATTO



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A psicóloga Marilda Lipp é uma das principais pesquisadoras das causas, consequências e tratamento do estresse no país. Pós-doutora pelo National Institutes of Health, dos Estados Unidos, ela é autora de 22 livros e dirige a clínica privada Centro Psicológico de Controle do Stress (CPCS). Em seu mais recente projeto, Marilda decidiu aplicar no Brasil uma pesquisa on-line, de acordo com o método usado nos EUA pela Associação Americana de Psicologia.
Pela internet, Marilda conseguiu em abril e maio deste ano uma amostra inédita em pesquisas do gênero: 2.195 participantes, de várias regiões e de todos os níveis de renda e escolaridade -- de faxineiras a pós-doutores. O resultado, divulgado com exclusividade por esta coluna, foi surpreendente.
Os fatores que atualmente mais estressam os brasileiros:
1) Relacionamentos (18%)
2) Problemas financeiros (17%)
3) Sobrecarga de trabalho (16%)
4) Trabalho em si (13%)
5) A maneira de pensar do entrevistado (8%)
E o trânsito? A violência? A péssima qualidade de vida nas grandes cidades? 
Sim, esses ladrões de saúde apareceram entre as respostas espontâneas, mas foram muito menos citados que as dificuldades de relacionamento. A esfera privada, segundo os entrevistados, estressa mais que os fatores relacionados à coletividade. 
De todos os tipos de relacionamento que provocam estresse, os mais frequentes foram os familiares (7,85%), os amorosos (7,01%), a convivência com colegas de trabalho (2,12%) e com o chefe (1,58%).
“Os brasileiros estão confusos em relação ao papel de cada um na família. Os valores mudaram e faltam limites. Os adolescentes não sabem mais o que é normal e o que não é. Isso tudo complica os relacionamentos e faz sofrer”, diz Marilda.
Dificuldades de relacionamento em casa afetam mais a autoestima e a segurança que os problemas no âmbito profissional. “Quando o foco do problema é o trabalho, a pessoa pode tentar deixá-lo lá quando vai embora Se o que vai mal é a família, tudo fica mais difícil.”
Difícil não quer dizer impossível. Sempre há como melhorar as habilidades de comunicação dentro de casa, discutir e rever valores e criar normas de acordo com a visão da família – e não por pressão social. É fundamental empreender um esforço para priorizar uma área da vida que é de suma importância para a saúde emocional e física. 
Não por acaso, os participantes disseram sofrer de doenças que têm forte relação com o estresse, como hipertensão, asma, gastrite, depressão, ansiedade e doença do pânico.
Outros dados interessantes: 
34% sentiam que o nível de estresse estava extremo no momento da pesquisa 
37% relataram que o nível de estresse era maior em abril que no ano anterior
63% fazem atividade física para aliviar o estresse – o que é ótimo!
53% comem para aliviar o estresse – o que é péssimo!
75% conversam com amigos ou familiares para aliviar o estresse
“Se conversar com familiares e amigos é a primeira estratégia e as relações interpessoais estão conturbadas, a pessoa fica sem apoio”, diz a pesquisadora.  
Outras estratégias podem ser cultivadas. Marilda sugere quatro pilares de combate ao estresse. Os três primeiros aliviam sintomas e dão sensação de bem-estar. O quarto pode debelar a pressão excessiva, aquela que compromete a saúde.
1) Mexer o corpo
Descubra a atividade física que você gosta. Se não pode pagar uma academia, encontre outra forma de praticar exercícios. Caminhar, correr, pular corda, jogar futebol não custa nada – ou muito pouco.
2) Relaxar
Cada pessoa relaxa a sua maneira. Se você relaxa depois de praticar ioga, ótimo. Se relaxa assistindo à TV, ótimo também. Não há uma receita única. O importante é reservar 20 minutos diários para descontrair e esvaziar a cabeça. Praticar respiração profunda várias vezes ao dia é uma boa estratégia. Não custa nada, é rápido e oxigena o cérebro. Marilda ensina como fazer isso no livro Relaxamento para todos.
3) Comer bem
Habitue-se a comer de forma equilibrada. Adote uma alimentação rica em frutas, legumes e verduras. Em momentos de muita tensão, usamos os nutrientes para lidar com tudo o que nos ameaça. 
4) Fazer terapia
Se não puder pagar um psicólogo, reflita sobre o que é prioritário e vida de acordo com essas prioridades. Respeite seus limites e aprenda a dizer “não”. Procure ter uma visão positiva da vida. Nem sempre o que nos faz sofrer são os acontecimentos em si, mas a leitura que fazemos deles.
Tudo isso parece autoajuda e, de fato, é. Ninguém melhor do que você para ajudá-lo a se relacionar e viver melhor.

O que disse o IPCC: as mudanças climáticas são reais e o ser humano é o principal responsável


Tasso Azevedo 

derretimento-artico
IPCC começou a publicar seu 5º Relatório de Avaliação sobre Mudanças Climáticas Globais. A primeira das quatro partes do relatório foi lançada em 27/09, em Estocolmo, e trata da ciência do clima, ou seja, do que esta acontecendo com o clima global, quais as causas das mudanças e quais os cenários futuros para estas mudanças.
Em um resumo super sintético, o relatório diz: O aquecimento global sem precedentes é um fato e as emissões de gases de efeito estufa (GEE) são a principal causa. As mudanças climáticas provocadas por este aquecimento afetam o nível do mar, a temperatura e a acidez dos oceanos, extensão e espessura do gelo nos polos e disponibilidade de água no planeta. Para estancar este processo é preciso reduzir drasticamente as emissões de GEE sob pena de chegarmos ao final deste século com aumento médio de temperatura do planeta em até 5,8 graus C.
Com o grande avanço dos modelos climáticos foi possível gerar mapas e análises específicas para as grandes regiões do planeta e as notícias para o Brasil não são alentadoras como já havia sido adiantado pelo Relatório de Avaliação Nacional sobre Mudanças Climáticas publicado recentemente pelo Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. No Brasil, o aumento de temperatura em 2100 poderia chegar a 7oºC no cenário mais crítico e a redução da precipitação pode chegar a 30%  entre as regiões norte e nordeste.
Os impactos destes cenários serão objeto da segunda parte do relatório, a ser lançado em março de 2014, e as ações necessárias para mitigar as emissões e evitar os piores cenários serão objetivo da terceira parte do relatório a ser publicada em abril de 2014.
As conclusões desta que é a mais extensa, completa e profunda revisão do estado da ciência do clima já produzido deve ser peça fundamental para informar e dar subsídios para que os tomadores de decisão no setor público e privado estabeleçam ações para mitigar as emissões e adaptar as nossas atividades, negócios, infraestrutura e todos os aspectos de nossa vidas para as mudanças climáticas já “contratadas” para as próximas décadas.
Abaixo estão as 19 principais mensagens do relatório do IPCC publicado hoje.
Sobre as mudanças observadas no sistema climático:
1. aquecimento do sistema climático é inequívoco e muitas das mudanças observadas, desde os anos 1950, não têm precedentes, ao longo de décadas a milênios. A atmosfera e o oceano se aquecem, as quantidades de neve e gelo têm diminuído, o nível do mar subiu e as concentrações de gases de efeito estufa aumentaram.
2. Desde 1850, cada uma das três últimas décadas tem sido sucessivamente mais quente na superfície da Terra do que qualquer década anterior. No Hemisfério Norte , 1983-2012 foi o período de 30 anos mais quente dos últimos 1400 anos.
3. aquecimento dos oceanos domina o aumento da energia armazenada no sistema climático, o que representa mais de 90% da energia acumulada entre 1971 e 2010 e, por isso, o oceano superior (0-700 m) aqueceu.
4. Ao longo das duas últimas décadas, as camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida têm perdido massa, geleiras continuaram a encolher em quase todo o mundo, e o gelo do mar Ártico e a cobertura de gelo na primavera do hemisfério norte continuaram a diminuir em extensão.
5. A taxa de aumento do nível do mar desde meados do século 19 tem sido maior do que a taxa média durante os dois milênios anteriores. Durante o período de 1901-2010, o nível mundial do mar médio subiu 0,19 metros.
6. As concentrações atmosféricas de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) aumentaram para níveis sem precedentes, pelo menos nos últimos 800 mil anos. Concentrações de CO2 aumentaram em 40% desde os tempos pré-industriais, principalmente a partir de emissões de combustíveis fósseis e, secundariamente, de emissões de mudança líquidas de uso da terra. O oceano absorveu cerca de 30% do dióxido de carbono antropogênico emitido, causando a acidificação do oceano.
Sobre as causas das mudanças observadas e o entendimento do sistema climático:
7. forçamento radioativo é positivo, e levou a uma absorção de energia pelo sistema climático. A maior contribuição para a radiativa total de forçamento é causada pelo aumento da concentração atmosférica de CO2 desde 1750.
8. Influência humana sobre o sistema climático é clara. Isto é evidente a partir das crescentes concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera, a forçante radiativa positiva, o aquecimento observado e a compreensão do sistema climático.
9. Os modelos climáticos melhoraram desde que o IV relatório (AR4 – 2007). Os modelos reproduzem em escala continental os padrões de temperatura de superfície e as tendências observadas ao longo de muitas décadas, incluindo o aquecimento mais rápido desde meados do século 20 e o esfriamento imediatamente após grandes erupções vulcânicas.
10. Estudos observacionais e modelo de mudança de temperatura, reações climáticas e mudanças no balanço energético da Terra, juntos, oferecem confiança na magnitude do aquecimento global em resposta ao forçamento do passado e do futuro.
11. Influência humana foi detectada no aquecimento da atmosfera e do oceano, em mudanças no ciclo hidrológico global, em reduções em neve e gelo, na média global o aumento do nível do mar, e em mudanças em alguns eventos climáticos extremos. Esta evidência de influência humana tem crescido desde o AR4 (relatório anterior do IPCC).
Sobre os cenários futuros das mudanças climáticas:
12. Manutenção das emissões de gases de efeito estufa provocará maior aquecimento e mudanças em todos os componentes do sistema climático. Para restringir ou limitar as alterações climáticas serão necessárias reduções substanciais e sustentadas de emissões de gases de efeito estufa.
13. Mudança de temperatura da superfície global para o final do século 21 é provavelmente superior a 1,5 ° C em relação a 1850-1900 para todos os cenários RCP(cenários representativos de caminhos/tendências), exceto RCP2.6 . O aquecimento vai continuar para além de 2100 em todos os cenários RCP , exceto RCP2.6. O aquecimento continuará a apresentar variabilidade interanual ou interdécadas e não será uniforme regionalmente.
14. Mudanças no ciclo global da água em resposta ao aquecimento ao longo do século 21 não será uniforme. O contraste da precipitação entre as regiões úmidas e secas e entre as estações chuvosa e seca vai aumentar, embora possam acontecer exceções regionais.
15. O oceano global vai continuar a aquecer durante o século 21. O calor vai penetrar desde a superfície até o fundo do oceano e afetar a circulação oceânica.
16. É muito provável que a cobertura de gelo do mar Ártico continue a encolher e afinar e que na primavera do hemisfério norte a cobertura de neve vai diminuir durante o século 21 com o aumento da temperatura média da superfície global . O volume global das geleiras vai diminuir ainda mais.
17. Nível médio do mar global vai continuar a subir durante o século 21. Em todos os cenários RCP, a taxa de aumento do nível do mar, muito provavelmente, será superior à observada durante 1971-2010, devido ao aumento do aquecimento dos oceanos e o aumento da perda de massa das geleiras e camadas de gelo.
18. A mudança climática afetará os processos do ciclo de carbono de uma maneira que irá agravar o aumento de CO2 na atmosfera. Além disso, a absorção de carbono pelo oceano deve aumentar a acidificação do oceano.
19. Emissões cumulativas de CO2 em grande parte determinam o aquecimento superficial médio global até o final do século 21 e além. A maioria dos aspectos dasalterações climáticas vai persistir por muitos séculos, mesmo que as emissões de CO2 cessem completamente. Isso representa um comprometimento multisecular substancial das mudanças climáticas criado pelas emissões passadas, presentes e futuras de CO2.
Foto: p.a.u.l.i./Creative Commons