quinta-feira, 28 de julho de 2016

IBGE divulga Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2015 

Estudo reúne 63 indicadores com o objetivo de traçar um panorama do país, em quatro dimensões: ambiental, social, econômica e institucional. 
Entre 2004 e 2011, as emissões de gás carbônico (CO2), um dos principais gases de efeito estufa, caíram 84,4% no setor de mudança do uso da terra e florestas. Isso ocorreu em consequência da queda do desflorestamento na Amazônia, que mostrou tendência de queda entre 2005 e 2013, atingindo o nível mais baixo em 2012 (4.571 km²).
No período de 2008 a 2013, o ano de 2013 apresentou o menor número de queimadas e incêndios, com 115.184 focos, enquanto em 2010, o ano com o maior valor, haviam sido 249.274 focos. Os incêndios se concentram em algumas regiões, sendo que a mais extensa e recorrente corresponde ao denominado Arco do Desflorestamento, que abrange o sul e o leste da Amazônia Legal.
Já a intensidade do uso de agrotóxicos mais que dobrou entre 2000 e 2012. Em 2002, ano de menor uso da série, a comercialização do produto era de 2,7 kg por hectare, enquanto em 2012 foi de 6,9 kg/ha. Os produtos considerados perigosos (medianamente) foram os mais representativosids-2015-ibge no período entre 2009 e 2012, respondendo por 64,1% dos itens comercializados em 2012.
A energia renovável perdeu participação na matriz energética brasileira, registrando, em 2012, sua menor participação em uma década (42,4%). Por outro lado, a participação de petróleo e derivados, fontes não renováveis de energia, aumentou de 36,7% para 39,2% entre 2008 e 2012.
É o que revelam alguns dos resultados da 6ª edição dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) Brasil 2015, que reúne 63 indicadores com o objetivo de traçar um panorama do país, em quatro dimensões: ambiental, social, econômica e institucional. Entre as fontes de pesquisa utilizadas para a construção dos indicadores estão a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), Produto Interno Bruto (PIB), Pesquisa da Produção Agrícola Municipal (PAM) e Projeção da População do Brasil, todos do IBGE. O estudo também utiliza dados de ministérios, secretarias estaduais e municipais, Ibama, DataSUS, Iphan, Unesco e outras instituições.
Esta edição dá continuidade à série, iniciada em 2002, atualizando os indicadores já publicados e disponibilizando novas informações, além da introdução de novos dados, reafirmando o objetivo de disponibilizar um sistema de informações para o acompanhamento da sustentabilidade do padrão de desenvolvimento do país.
O estudo traz, pela primeira vez, informações sobre a diversidade cultural e ambiental brasileira, por meio do indicador de Patrimônio Cultural brasileiro, formado por 11 bens culturais e oito naturais, todos reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco).
A publicação completa pode ser acessada pelo link:  www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/ids/default_2015.shtm.
Para download do arquivo PDF, clique aqui.
Dimensão Ambiental: emissões de gás carbônico diminuem 84,4% entre 2004 e 2010
Com 19 indicadores, a dimensão ambiental do IDS aborda temas ligados à emissão de gases de efeito estufa, poluição do ar e das águas, uso de agrotóxicos, queimadas, desflorestamento, além de informações sobe saneamento básico, entre outros.
Em relação à emissão de gases de efeito estufa, houve uma queda de 84,4% das emissões de dióxido de carbono (CO2) no setor de mudança do uso da terra e floresta, (de 1.579.660 Gg para 246.245 Gg) entre 2004 e 2010. Isso ocorreu em função da redução do desflorestamento na Amazônia, que chegou ao seu menor valor em 2012 (4.571 km² de desflorestamento).
O ano de 2013 apresentou o menor número de queimadas e incêndios desde 2008, com 115.184 focos, enquanto em 2010, o ano com o maior valor, foram 249.274 focos. A espacialização dos focos de calor evidencia a sua concentração em algumas regiões do país, sendo que a mais extensa e recorrente corresponde ao denominado Arco do Desflorestamento, que abrange o sul e o leste da Amazônia Legal. Nesta região, as queimadas, associadas ao desflorestamento, são responsáveis pela destruição de grandes áreas florestais. Pará (20.542), Mato Grosso (17.768) e Maranhão (16.189) são os estados com os maiores números de focos de calor em 2013.
As terras indígenas (TIs) e unidades de conservação (UCs) também sofrem queimadas, embora em menor intensidade. Em 2013, os focos de calor destas áreas corresponderam a 14,9% do total do país. No mesmo ano, registrou-se a mesma tendência observada para o Brasil, com redução do número de focos de calor em relação a 2012 (30.956 para 17.137).
A análise segundo os biomas também mostra valores oscilantes, sendo que entre 2012 e 2013 ocorreu uma redução do número de focos de calor em todos os biomas. A Amazônia registrou a maior ocorrência de focos em todos os anos analisados (48.929 em 2013), seguido pelo Cerrado, com 42.622 focos de calor em 2013. Os demais biomas somados (Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa) corresponderam a 20,0% do total de focos de calor em 2013. A Mata Atlântica vem apresentando decréscimo contínuo desde 2011, mas ainda é o bioma mais desflorestado (85,5% de sua área original até 2012).
Desflorestamento na Amazônia Legal desacelerou de 27,8 mil km² em 2004 para 5,8 mil km² em 2013
De 1997 a 2004, o desflorestamento bruto anual na Amazônia Legal teve crescimento continuado, atingindo seu maior nível em 2004 (27.772 km²). De 2005 até 2013, a tendência foi de queda, chegando ao nível mais baixo em 2012 (4.571 km²).
Quanto ao desflorestamento bruto acumulado de 1997 a 2013, a análise das duas metades desse período de 16 anos mostra uma desaceleração: entre 1997 e 2004, a área desmatada foi de 159.078 km², enquanto de 2005 a 2013 foram desmatados 89.158 km².
Entre os biomas extra-amazônicos, o Cerrado teve 49,0% de sua área desmatada até 2010, enquanto na Caatinga, até 2009, a perda foi de 46,0%. O Pampa, único bioma restrito a uma única unidade da federação, ocupa 63,0% do Rio Grande do Sul e teve 54,0% da sua cobertura vegetal desmatada até 2009. Já o Pantanal teve 15,0% de sua área desmatada.
Brasil tem 1,5 milhão de km² de áreas protegidas
Em 2013, o país possuía 1.783 unidades de conservação (UCs), terrestres e marinhas, com cerca de 1,5 milhão de km², superando as áreas somadas de Portugal, França e Alemanha. Houve forte crescimento da área total das UCs: em 1992 elas representavam 5,4% do território nacional e, em 2013, 17,3%.
As unidades da federação com as maiores proporções dos seus territórios em áreas protegidas eram o Distrito Federal (93,5%), Amapá (62,8%), Acre (32,3%) e Pará (32,2%). Juntos, Amazonas e Pará concentravam 9,4% das áreas protegidas do país.
A Amazônia detém a maior área protegida (26,1%, das quais 16,3% são de uso sustentável e 9,4% de proteção integral), além de possuir também as maiores UCs em extensão, que ocupam uma área total de 1.093.604 km². O Pampa e o Pantanal são os biomas com as menores proporções dos seus territórios protegidos em UCs (2,7% e 4,6%, respectivamente). A Mata Atlântica, o Cerrado e a Amazônia possuem os maiores números de UCs (964, 362 e 313, respectivamente).
Brasil tem 627 espécies ameaçadas, a maioria da Mata Atlântica
Há 627 espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, metade delas na categoria vulnerável. Os grupos que apresentam maior número de espécies ameaçadas são as aves (160), os peixes de água doce (142) e os insetos (96 espécies).
Entre os biomas, a Mata Atlântica tem o maior número de espécies da flora e da fauna ameaçadas de extinção (275 e 269, respectivamente), com o Cerrado (131 espécies da flora) e a Amazônia (118 espécies da fauna) a seguir.
A maioria das espécies da flora ameaçadas encontra-se no Sudeste e no Sul. De um total de 4.617 espécies, 45,9% foram classificadas como ameaçadas, nas categorias Vulnerável (VU), Em Perigo (EN) ou Criticamente em Perigo (CR).
Ozônio é o principal poluente do ar em áreas urbanas
A emissão de ozônio (O3) é um dos pontos críticos para a poluição atmosférica, pois é de difícil controle, sendo gerado na baixa atmosfera por reações oriundas da queima de combustíveis fósseis. O aumento da frota de veículos dificulta o controle das concentrações do O3, além de aumentar a emissão direta dos outros poluentes atmosféricos. Na cidade de São Paulo, por exemplo, dentre os poluentes estudados, é o que apresenta os maiores números de violações do padrão primário (576 em 2012). Em Belo Horizonte também é o poluente mais crítico em termos de número de violações (65 em 2011).
Uso de agrotóxicos mais que dobra em dez anos
Os valores de comercialização de agrotóxicos e afins por área plantada registram aumento contínuo a partir de 2009, alcançando 6,9 kg/ha em 2012. Isto representa um acréscimo de 4,2 kg/ha num período de dez anos, tendo em vista que em 2002 o valor foi de 2,7 kg/ha.
Quanto à análise por classes de periculosidade ambiental, as classes III (produto perigoso) e II (produto muito perigoso) foram as mais representativas no período 2009-2012, tendo participado com 64,1% e 27,7%, respectivamente, do total dos agrotóxicos comercializados em 2012. A classe IV (produto pouco perigoso) apresentou crescimento contínuo no período analisado. Em 2012, as classes de agrotóxicos mais comercializadas foram os herbicidas (62,6%), seguidos pelos inseticidas (12,6%) e fungicidas (7,8%).
A região Sudeste apresentou a maior comercialização de agrotóxicos por unidade de área (8,8 kg/ha), seguida pela região Centro-Oeste (6,6 kg/ha). Entre as unidades da federação, os maiores valores foram verificados em São Paulo (10,5 kg/ha), Goiás (7,9 kg/ha) e Minas Gerais (6,8 kg/ha), e os menores ocorreram no Amazonas e Ceará, com menos de 0,5 kg/ha.
Poluição e esgoto não tratado prejudicam qualidade das águas interiores
De 2001 a 2003, o percentual de esgoto tratado no Brasil era inferior a 60,0%. Em 2009, essa taxa chega a 68,4%. A parir de 2010, houve um declínio, possivelmente associado ao maior número de municípios amostrados, que eram 1.739 em 2009 e passaram a 1.948 em 2010. Em 2011, a taxa recuou para 67,9%. Assim, de 2001 a 2011, houve um incremento de aproximadamente 1,6 bilhão de m³ (ou 15,4%) no volume de esgoto tratado.
A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e o Índice de Qualidade da Água (IQA) são indicadores da qualidade da água em trechos de rios e represas. A DBO mede a quantidade de oxigênio necessária para degradar a matéria orgânica na água. Quanto maior o seu valor, pior é a qualidade da água. Já o IQA utiliza nove parâmetros (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total, resíduo total e turbidez) e varia de 0 a 100. Quanto maior o valor, melhor a qualidade da água.
Entre os 367 pontos de monitoramento no país, 73,0% tinham DBO média dentro dos padrões do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), entre 0 e 5 mg/l. Mas o baixo percentual de tratamento dos esgotos lançados em corpos de água se reflete no alto valor de DBO e baixo IQA em trechos dos rios que cortam áreas urbanas ou industrializadas, como o Alto Tietê/Zona Metropolitana de São Paulo (inclusive a represa Billings) e o Iguaçu/Zona Metropolitana (Paraná).
Outros importantes corpos d’água mostraram valores médios anuais de DBO abaixo do limite, como rio Paraíba do Sul (no trecho que abastece a região metropolitana do Rio de Janeiro) e os rios Caí, Gravataí e Sinos (formadores do Lago Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre).
Dimensão social: mesmo com tendência de redução, doenças relacionadas ao saneamento inadequado ainda persistem
Os dados do IDS 2015 apontaram avanços na maior parte dos 21 indicadores da dimensão social, que avaliam a satisfação das necessidades humanas, melhoria da qualidade de vida e justiça social. Os indicadores se relacionam a temas como demografia, emprego, saúde, educação e violência.
Mesmo apresentando tendência de declínio, o número de internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAI) ainda é elevado. Em 2013, ocorreram 202,6 casos por 100 mil habitantes, uma redução de 37,8% na comparação com 2000 (326,1 por 100 mil habitantes). As diferenças regionais são marcantes: enquanto na região Norte, 396,1 pessoas foram internadas para cada 100 mil habitantes, no Sudeste esse número chegou a 78,3, em 2013. Em relação aos estados, alguns atingiram valores superiores a 500 (Maranhão, Piauí e Pará), enquanto em São Paulo foram 55,5 internações por 100 mil habitantes, o menor valor do país.
Desde a segunda metade da década de 1990, as coberturas de vacinas como sarampo, tríplice bacteriana e poliomielite, que antes apresentavam oscilações, passaram a um movimento de rápida ascensão, alcançando a totalidade da população alvo ou chegando próximo a isso. A BCG, desde o início do período analisado, foi uma vacina de grande amplitude, partindo de 90% e apresentando, desde 1995, cobertura plena (100%).
A década de 2000 apresentou mudanças no esquema vacinal, com a tríplice bacteriana sendo substituída pela tetravalente em 2002 e a vacina contra sarampo sendo incorporada à tríplice viral a partir de 2003. Desde sua implantação, esta última vacina tem apresentado constância na cobertura plena, enquanto a tetravalente tem mostrado certa oscilação, porém com taxas sempre elevadas, variando de 94% a 100%.
O aumento da proporção de crianças imunizadas contra o sarampo é um dos indicadores utilizados pela ONU para avaliar o atingimento da meta de redução da taxa de mortalidade infantil.
Dimensão econômica: energia não renovável amplia sua participação na matriz energética brasileira
Além de informações sobre energia e reciclagem, os 11 indicadores da dimensão econômica abordam dados relacionados ao PIB, endividamento do país e rejeitos radioativos.
O consumo final de energia per capita apresentou crescimento constante ao longo do período 2000-2012, com exceção apenas para 2009, tendo passado de 41,5 GJ/habitante em 2000 para 53,3 GJ/hab, em 2012. A população cresceu 1,2% ao ano em média, enquanto o consumo de energia exibiu um crescimento de 3,3% ao ano. A queda em 2009 (47,8 GJ/hab) possivelmente se deveu à crise mundial de 2008. O maior acesso da população aos bens de consumo essenciais e aos serviços de infraestrutura acarretou aumento do consumo de energia, o qual, por sua vez, causa impactos sobre a população e o meio ambiente.
A participação da energia não-renovável na matriz energética brasileira apresentou crescimento (de 56,1% em 2003 para 57,6% em 2012), principalmente na oferta de petróleo e derivados, que passou de 36,7% para 39,2%, entre 2008 e 2012. Os combustíveis fósseis continuam a dominar a matriz energética brasileira (57,6%), mas, analisando-se a distribuição das diferentes fontes renováveis, percebe-se que os derivados de cana-de-açúcar e carvão vegetal estão perdendo participação, em parte devido ao aumento relativo das fontes alternativas (solar, eólica, biomassa, biogás etc.). A participação destas fontes na matriz energética passou de 2,8% em 2003, para 4,1% em 2012. Já participação da lenha e do carvão vegetal caiu de 13,2% para 9,1%, entre 2004 e 2012. Embora considerados fontes renováveis, nem sempre são produzidos de forma sustentável, ou seja, a partir de florestas plantadas para tal.
Tabela 115 – Distribuição percentual da oferta interna de energia, segundo as fontes de energia
Brasil – 2003-2012
Fontes de EnergiaDistribuição percentual da oferta interna de energia (%)
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
            Total
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
100,0
Energia não-renovável
56,1
56,0
55,3
54,8
53,9
53,9
52,7
54,9
56,0
57,6
      Petróleo e derivados
40,2
39,3
38,8
37,9
37,5
36,7
37,9
37,8
38,6
39,2
      Gás natural
7,7
8,9
9,4
9,6
9,3
10,3
8,8
10,2
10,2
11,5
      Carvão mineral e derivados
6,4
6,3
6,0
5,7
5,7
5,5
4,6
5,4
5,7
5,4
      Urânio e derivados
1,8
1,5
1,2
1,6
1,4
1,5
1,4
1,4
1,5
1,5
Energia renovável
43,9
44,0
44,7
45,2
46,1
46,1
47,3
45,1
44,0
42,4
      Hidráulica e eletricidade (1)
14,7
14,5
14,9
14,9
14,9
14,1
15,2
14,0
14,7
13,8
      Lenha e carvão vegetal (2)
12,9
13,2
13,1
12,7
12,0
11,6
10,1
9,7
9,5
9,1
      Derivados da cana-de-açúcar
13,5
13,5
13,8
14,6
15,9
17,0
18,1
17,5
15,7
15,4
      Outras fontes primarias renováveis
2,8
2,8
2,9
3,0
3,2
3,4
3,9
3,9
4,1
4,1
Fonte: Balanço Energético Nacional 2013. Ano base 2012. Rio de Janeiro: Empresa de Pesquisa Energética – EPE, 2013. Disponível em: . Acesso em: mar. 2015.
(1) Conversão de energia elétrica segundo o equivalente térmico teórico – primeiro princípio da termodinâmica (1 KWh = 860Kcal).
(2) Fontes consideradas renováveis embora nem toda a produção de lenha e carvão vegetal se dê de modo sustentável.
Reciclagem de latas alcança 97,9% da sua produção
Observa-se uma tendência de crescimento da reciclagem entre 1993 e 2012. As latas de alumínio mantiveram seu destaque, com o reaproveitamento de 97,9% em 2012. Em 2011, por exemplo, o Índice de Reciclagem de alumínio (não apenas latas) para o Brasil foi de 98,3%, superior ao do Japão (92,6%), Argentina (91,7%) e Estados Unidos (65,1%), conforme apresentado pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem. Isto se deve a vários fatores, como a existência de mercado de reciclagem em todas as regiões do país, a facilidade para coletar, transportar e vender, a sua disponibilidade durante todo o ano e o alto valor de mercado da sucata de alumínio.
Aproximadamente 59,0% das embalagens pós-consumo de PET foram recicladas em 2012. Para as embalagens longa vida, também conhecidas como cartonadas ou tetrapak, de reciclagem mais recente, os valores são mais baixos, tendo alcançado 29,0% em 2012, em razão da necessidade de separar os materiais componentes (papel, alumínio, plástico), fator que dificulta a reciclagem desse tipo de embalagem.
Dimensão institucional: Unesco reconhece 11 bens culturais e oito naturais no Brasil
A dimensão institucional, com 12 indicadores, aborda temas como acordos multilaterais internacionais, legislação, serviços de tecnologia e patrimônio cultural.
O país tem, hoje, 11 bens culturais e oito bens naturais considerados patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco). Entre 1980 e 1987, o Brasil obteve o reconhecimento de seis deles, a maioria cidades históricas. Foi necessário o dobro do tempo (1987-2012) para outros cinco bens culturais serem considerados de importância mundial. O mais antigo é o Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Ouro Preto (MG), de 1980, e os mais recentes são o Centro Histórico da Cidade de Goiás (GO) e a Praça de São Francisco, em São Cristóvão (SE), aprovados em 2010, e paisagens cariocas entre a montanha e o mar (RJ), aprovado em 2012.
Quanto aos bens naturais, o primeiro reconhecimento foi em 1986, o do Parque Nacional do Iguaçu (no Paraná). Em 2001, já eram oito, ano em que entraram para a lista o Parque Nacional dos Veadeiros e das Emas (GO) e o Parque Nacional de Fernando de Noronha e Atol das Rocas (PE). Com exceção da Sudeste, todas as regiões do Brasil e a maioria dos biomas, exceto o Pampa, têm pelo menos um bem natural incluído na lista.
Já a lista de bens imateriais que fazem parte do Patrimônio Mundial é integrada pelo Samba de Roda do Recôncavo Baiano (BA), Expressão Oral e Gráfica dos Wajãpi (AP), Frevo do Carnaval de Recife (PE) e Círio de Nazaré (PA). Em 2011, o Comitê destacou um bem imaterial em necessidade urgente de salvaguarda: o Yaokwa, ritual do povo Enawene Nawe (MT), entre o Cerrado e a Amazônia.
A maioria dos bens materiais está nas regiões Sudeste e Nordeste, enquanto os imateriais se distribuem mais uniformemente pelo território brasileiro, com ênfase na região Norte.
(IBGE)

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Extrativismo triplica em 40 anos, aumentando a poluição do ar

Foram retirados do planeta 70 bilhões de toneladas de material em 2010; se a tendência continuar, a Terra precisará de 180 bilhões de toneladas de combustíveis fósseis, metais, biomassa e minérios












Extração de minério de ferro no Pará. Crédito: Creative commons/Ana Cotta

Comentário Akatu: a transição para uma sociedade mais sustentável envolve mudanças na maneira como bens e serviços são produzidos e consumidos hoje. De um lado, estarão consumidores mais conscientes e, de outro, empresas dispostas e preparadas para inovar no atendimento às suas demandas, oferecendo-lhes alternativas de produtos e serviços socialmente e ambientalmente mais responsáveis. O relatório do Pnuma nos lembra que é mais urgente a cada ano buscar alternativas para alcançar o bem-estar desejado com um uso muitíssimo inferior de recursos naturais. Mais do que uma tendência, essa mudança de paradigma rumo à economia verde parece ser a alternativa viável para combater os efeitos dos insustentáveis padrões produtivos e de consumo da sociedade atual.

A quantidade de materiais naturais extraídos da Terra triplicou nos últimos 40 anos: foram 70 bilhões de toneladas em 2010, sendo que em 1970, o volume registrado havia sido de 22 bilhões de toneladas.
Os dados estão em relatório do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, divulgado no dia. Os países ricos chegam a consumir 10 vezes mais materiais do que as nações pobres, incluindo biomassa, minérios, metais e combustíveis fósseis.
Se o extrativismo continuar nessa velocidade, o planeta precisará de 180 bilhões de toneladas de material natural por ano, até 2050. O aumento dramático no uso de combustíveis fósseis, metais e outros materiais intensificam a mudança climática e aumentam a poluição do ar.
Consumo
Outra preocupação é com a possibilidade de novos conflitos, que podem ser causados pela falta de recursos naturais. O relatório destaca que os atuais níveis de produção e de consumo são insustentáveis, e é preciso tratar o problema antes que os recursos naturais se esgotem.
Se o fornecimento de habitação, comida, energia e água continuar no mesmo padrão de hoje, a acidificação vai aumentar, prejudicando a vida marinha, aumentando a erosão dos solos e piorando a poluição.
Saúde Ambiental
Segundo o relatório, países da Europa e América do Norte consumiram até 25 toneladas per capita de materiais naturais em 2010, sendo que no Brasil e na China o volume foi de 13 toneladas per capita.
Fazer uma separação entre o uso desses minérios e combustíveis e o crescimento econômico é essencial para políticas ambientais modernas e para a saúde do meio ambiente, alerta o documento. O painel recomenda colocar um preço nas matérias-primas no momento da extração, com o objetivo de refletirem os custos sociais e ambientais da extração e do uso de recursos e, ao mesmo tempo, reduzir o consumo desses materiais. Os fundos adicionais gerados poderiam ser investidos em pesquisa e desenvolvimento nos setores da economia que utilizam esses recursos de forma intensiva.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Qual a forma mais ecológica de morrer?


Já há quem pense em como ir desta para a melhor sem deixar o mundo pior. Não há consenso de qual é a alternativa mais ecológica, já que todas têm algum defeito: a cremação joga CO2 na atmosfera, e soluções como transformar em diamante ou jogar no espaço obviamente consomem muita energia. Alguns especialistas apontam o método freeze-dry, por enquanto disponível apenas na Suécia, como a forma menos agressiva de deixar este mundo. Parece coisa de ficção científica, como você confere no quadro abaixo.


"Em resumo, o enterro mais ‘verde’ é o que evita desperdício de recursos, não utiliza substâncias tóxicas e opta por materiais biodegradáveis sem risco de extinção e protege áreas ameaçadas", explica o biólogo Billy Campbell, fundador do primeiro cemitério verde dos EUA, o Ramsey Creek, em funcionamento desde 1996.



O problema dos cemitérios tradicionais (destino final de 80% dos brasileiros) é que 75% deles não respeitam determinações técnicas e acabam poluindo o ambiente com necrochorume (a substância tóxica produzida pelo cadáver em decomposição). Um corpo de 70 quilos gera 30 quilos de necrochorume, por exemplo. "Os micro-organismos são levados pela água para fora do cemitério por quilômetros de distância, causando doenças como tétano, hepatite, febre tifoide e disenteria", diz o geólogo e professor da Universidade São Judas Tadeu, Leziro Marques Silva.

Ao pó voltarás

Saiba como o método freeze-dry congela o cadáver e o transforma em adubo



1. ERA DO GELO
O método de congelamento e desidratação está disponível desde 2005 na Suécia. O primeiro passo é mergulhar o corpo em nitrogênio líquido, a -196 C. Além de congelar, ambos se tornam extremamente quebradiços.



2. QUEBRA TUDO
O cadáver congelado é colocado para vibrar em uma esteira. Bastam alguns minutos para que tudo se estilhasse e vire pó. Equipamentos filtram água e um ímã retira qualquer metal proveniente de próteses ou obturações.



3. EMPACOTADO
O pó resultante (20 kg a partir de um corpo de 80 kg, por exemplo) é colocado em uma caixa de amido de batata ou milho e enterrado em um túmulo raso.



4. RECICLAGEM
Planta-se uma árvore em cima da caixa para que ela aproveite seus nutrientes. Dentro de 6 meses a 1 ano, os restos desaparecem.

Disponível em: http://super.abril.com.br/ciencia/qual-a-forma-mais-ecologica-de-morrer?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super

sábado, 23 de julho de 2016

OS MELHORES E PIORES RECICLADORES DA GRÃ-BRETANHA


Os agricultores estão no topo da lista dos melhores recicladores, enquanto os trabalhadores de escritório ocupam a última posição. Essa é a conclusão de uma empresa de resíduos e reciclagem britânica que entrevistou representantes de vários setores da economia do Reino Unido para avaliar que grupo produziu o maior percentual de resíduos recicláveis ??em comparação com os resíduos enviados para aterro ou incineração. 
A BusinessWaste constatou que setores como indústria e agricultura, cujos lucros dependem de reutilização e reciclagem, obtiveram os melhores resultados. “Percebemos que as pessoas que trabalham em escritórios não estão, de modo geral, conscientes dos custos envolvidos no simples ato de jogar todos os seus resíduos na lixeira ao lado de sua mesa”, explica Mark Hall, porta-voz da BusinessWaste. Segundo o levantamento da empresa os melhores recicladores da Grã-Bretanha são:

1. Propriedades agrícolas
2. Indústrias
3. Pubs e restaurantes
4. Varejo
5. Hospitais e clínicas
6. Escolas

Já os piores resultados ficam com:

1. Escritórios
2. Casas noturnas
3. Estabelecimentos de “takeaway food” (comida para ser consumida em outro local)

"Por que os fazendeiros são bons na reciclagem?”, pergunta Hall. “A resposta é simples: eles fazem isso há séculos e essa cultura do desperdício zero sobreviveu ao longo dos anos. De pequenas propriedades familiares a grandes empresas de agronegócio, o princípio é o mesmo: tudo é reutilizado sempre que possível. Somente o que é realmente resíduo é descartado - e com relutância.”
Segundo a BusinessWaste, o mesmo ocorre nas fábricas, mas por razões diferentes. “Cada tonelada de resíduos não recicláveis produzidos representa gastos consideráveis com seu descarte", diz Hall. “A indústria tem feito grandes esforços para encontrar usos alternativos para seus resíduos, muitas vezes vendendo-os como matéria-prima para outros setores.” Resíduos de borracha e vidro, por exemplo, são hoje usados na produção de revestimentos de baixo ruído para estradas.
Por outro lado, os escritórios têm pouco incentivo para elevar seus índices de reciclagem. Seus funcionários não querem se incomodar ou perder tempo para se deslocar de suas mesas até a lixeira correta para descartar uma garrafa de água. “Por isso, os fazendeiros deveriam ser vistos como fonte de conhecimento, tendo muito a ensinar a executivos e outros profissionais, gerando redução de gastos e recursos naturais. Poderia ser uma excelente ideia fazer com que agricultores ensinassem a proprietários de casas noturnas como melhorar seus custos e gerir melhor seu negócio, no que diz respeito à reciclagem”, desafia Hall.
De acordo com dados do governo, o Reino Unido gerou 200 milhões de toneladas de resíduos em 2012. Metade desse total foi produzida pela construção civil, as atividades industriais e comerciais foram responsáveis por 25%, as residências ficaram com 14% e o restante está disperso em diversas fontes. A reciclagem de resíduos domésticos foi de 44,9% em 2014 - 4,5 pontos percentuais acima de 2010.

Disponível em: http://cempre.org.br/informa-mais/id/45/os-melhores-e-piores-recicladores-da-gra-bretanha

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Não geração de resíduos, reutilização e reciclagem no enfrentamento do aquecimento global

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Inclusão e Sustentabilidade, Resíduos Sólidos
14 de julho de 2016
Com o objetivo de discutir a influência dos resíduos sólidos no clima, aconteceu na ultima quarta-feira (7) o 2º Encontro do Ciclo de Diálogos Resíduo Zero
Por Caroline Oliveira e Victoria Risso*
Resíduos sólidos, mitigação dos gases de efeito estufa (GEE) e geração de energia foi o tema do 2º Encontro do Ciclo de Diálogos Resíduo Zero, uma parceria entre Aliança Resíduo Zero Brasil e UMAPAZ, Departamento de Educação Ambiental da Secretaria do Verde e Meio Ambiente.  O evento aconteceu na última quinta-feira (07) e contou com a presença de Laura Ceneviva, do Comitê Municipal de Mudanças do Clima e Ecoeconomia de São Paulo, Dimitri Auad, do Conselho Estadual do Meio Ambiente e membro da ARZB, Clauber Leite, co-promotor da ARZB, e Bruna Costa, da Empresa Biogás Ambiental. A mesa ainda teve a moderação de Elisabeth Grimberg, coordenadora de Resíduos Sólidos do Instituto Pólis e também co-promotora da ARZB.
O que embasou o Ciclo de Debates foi a necessidade de se discutir o que se tem feito e qual é o destino dos resíduos sólidos frente a interface clima. Segundo Dimitri Auad, o balanço energético entre a produção e o produto final é favorável quando se utiliza matéria prima vinda de reciclagem. Isso porque explorar mais recursos naturais para produzir os produtos demanda mais processos industriais, os quais demandam energia na retirada dos recursos, no transporte e na transformação destes. Inclusive, assim como Laura Ceneviva bem pontuou, efeito estufa e aquecimento global são diferentes. Efeito estufa é um fenômeno esperado, o problema surge com o aumento dos gases de efeito estufa e desemboca no aquecimento global desenfreado.
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Da esquerda para direita: Bruna Costa, Clauber Leite, Elisabeth Grimberg, Dimitri Auad e Laura Ceneviva
Diante disso, a necessidade de uma política de bens duráveis também foi pauta do Ciclo de Debates. A questão é uma das frentes de atuação da Aliança Resíduo Zero Brasil, visto que a emissão GEE se relaciona com a produção e o manejo de resíduos sólidos. Atrelada a essa política de bens duráveis está a ideia do consumo responsável e sustentável. É essencial diminuir a produção de produtos a partir de novas matérias-primas e fomentar a produção de bens duráveis ou reciclados, uma vez que com isso diminui a demanda de processos industriais que se utilizam de energia, diminuindo também a emissão de GEE.
Dentro da esfera municipal, Laura Ceneviva fez um panorama sobre a cidade de São Paulo acerca da produção de resíduos sólidos. Segundo Laura, a perspectiva é que até o ano de 2034 apenas 20% dos resíduos gerados em São Paulo sejam destinados aos aterros sanitários, segundo o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, o que diminuiria significativamente a emissão de metano na cidade. Atualmente cerca de 11 mil toneladas por dia de resíduos sólidos da cidade são destinados aos aterros. E somente 2,5% de resíduos são utilizados em reciclagem.
Também foi falado sobre o Programa de Compostagem de feiras no Bairro da Lapa na cidade de São Paulo, que constituiuma alternativa de tratamento adequado e sustentável, além de educar a população e incentivá-la a realizar a compostagem em suas casas, através do Programa Composta São Paulo, ambos os programas são da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana – Amlurb.
Quando se fala em geração de energia relacionada a resíduos sólidos, devemos eliminar a ideia de incineração, mas investir na biodigestão e na capacidade que temos de diminuir a demanda energética através da utilização de matéria prima vinda da reciclagem. A reutilização, e a não geração de resíduos são as prioridades na Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Caroline Oliveira compõe a equipe de Comunicação do Instituto Pólis; Victoria Risso é secretária executiva da Aliança Resíduo Zero Brasil

Brasil desperdiça potencial de uso de lixo para gerar energia

Segundo levantamento feito por associação que defende o uso de biogás, país poderia gerar o equivalente à usina de Itaipu com rejeitos de aterros, indústrias e usinas de cana
No começo do mês, a Associação Brasileira de Biogás e de Biometano (ABiogás) apresentou ao ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, um relatório sobre o potencial do uso de biogás para a geração de energia no Brasil. O relatório mostra um quadro muito tímido. Temos cerca de 100 megawatts por hora de potência instalada no país. Segundo o relatório, estamos desperdiçando um grande potencial, já que o biogás poderia gerar até 115.000 gigawatt por hora, uma quantidade equivalente à energia gerada por uma Itaipu e meia.
"A escala dos resíduos orgânicos no Brasil é enorme, seja no saneamento, na agroindústria ou no setor de alimentos. E isso está sendo muito mal utilizado. Essa energia, esses carbonos estão sendo emitidos para a atmosfera", diz Alessandro Gardemann, vice-presidente da ABiogás. "Nossa proposta é capturar e tratar esse carbono num processo controlado de biodigestão, de modo a recuperar essa energia."
A vantagem do biogás é que é possível utilizar rejeitos, que antes seriam jogados fora, na geração de energia. Alguns setores podem aproveitar muito essa energia. É o caso de aterros sanitários ou da indústria do saneamento. O aterro Bandeirantes, em São Paulo, é um exemplo. Fechado em 2007, ele não recebe mais lixo, mas continua gerando energia com o gás que sai dos 40 milhões de toneladas de rejeitos enterrados lá.
Mas a grande oportunidade perdida é no setor econômico. Segundo Gardemann, o maior mercado para o biogás é no setor sucroalcooleiro, ao usar os rejeitos da cana para gerar energia. A indústria da celulose e de alimentos também poderia aproveitar melhor os rejeitos, gerando energia ou biocombustível. O biocombustível poderia, por exemplo, ser usado na substituição do diesel.
Para Gardemann, o que falta para o biogás decolar é uma indicação do governo de que essa fonte poderá fazer parte da matriz energética brasileira. A regulamentação já avançou nos últimos anos. O biogás foi incluído nas normas de microgeração (as mesmas que beneficiam a energia solar). O maior passo foi dado no último leilão de energia. O biogás entrou no leilão de energias alternativas e teve um projeto contratado de 21 megawatts por hora de uma usina de cana-de-açúcar. "Isso é de apenas uma usina. Se você imaginar que o Brasil tem 300 usinas, é possível gerar o que uma grande hidrelétrica produz com pequenos projetos descentralizados", diz.
Informações: Revista Época

Disponível em: http://www.profresiduo.com/news/1910/12/-brasil-desperdica-potencial-de-uso-de-lixo-para-gerar-energia?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

O céu é verde

A ideia dos jardins suspensos floresce em cidades cujas alturas permitem esses espaços naturais

Jardim suspenso em edifício em Chicago, nos Estados Unidos

Se os prédios emergissem direto do solo, seus telhados estariam cobertos por uma camada de terra e plantas. Não é assim que fazem os seres humanos, é claro. Em vez disso, retiramos toda a vegetação do terreno, erguemos um edifício e o tampamos com uma cobertura impermeável, para que jamais nos dê problema de vazamento. É tentador dizer que a paisagem dos telhados de todas as cidades deste planeta mais parece um deserto artificial, mas isso seria inexato, pois, afinal, o deserto é um hábitat vivo. A realidade é ainda mais deprimente. Os telhados urbanos são mais parecidos com o inferno - um local estéril de piso betuminoso, contrastes de temperatura, ventos fortes e nenhuma simpatia pela água.

Mas quem se aventurar no telhado da Biblioteca Municipal de Vancouver, nove andares acima da região central da cidade, vai se encontrar em um campo, e não em um quintal asfaltado. Sinuosas faixas de festuca cobrem o teto, plantadas em uma mistura de solo especial colocada sobre a última laje. É uma espécie de pasto nas alturas. Ao nível do solo, esse jardim de 1 850 metros quadrados - criado em 1995 pela paisagista Cornelia H. Oberlander - já chamaria atenção. Mas, nas alturas de Vancouver, o efeito chega a ser desorientador. Quando vamos ao topo dos edifícios, em geral nosso objetivo é apreciar a vista. No teto da biblioteca, contudo, não posso deixar de sentir que estou dentro da paisagem - esse inesperado matagal no meio de tanto vidro, aço e concreto.
Telhados vivos não são novidade. No século 19, eram comuns em cabanas feitas de gramíneas nas pradarias dos Estados Unidos, e tetos de colmo ainda podem ser vistos em casas de madeira no norte da Europa. Todavia, nas últimas décadas, arquitetos e construtores de todo o mundo começaram a adotar telhados com cobertura vegetal, não por sua beleza - ela é quase que um efeito colateral -, mas por sua praticidade e sua capacidade de mitigar os problemas ambientais comuns em telhados convencionais.
No lado oposto da cidade em relação à biblioteca, o Centro de Convenções de Vancouver está recebendo novo telhado ecológico. Do outro lado da rua, na cobertura do hotel Fairmont Waterfront, dá para ver a horta de um chefe de cozinha. Em outra região, telhados verdes estão sendo instalados na Vila Olímpica que irá abrigar os atletas da Olimpíada de Inverno de 2010. Conhecer um desses ecotelhados em Vancouver é imaginar como poderia ser a paisagem no alto de nossas cidades, e aí surge uma pergunta inevitável: por que nunca fizemos isso?
Em parte, por causa de motivos técnicos. Apenas agora as membranas impermeáveis tornaram possível a instalação de biocoberturas que capturam água de irrigação, permitem o escoamento da água excedente, possibilitam a manutenção de um substrato cultivável e resistem à proliferação das raízes. Em alguns lugares, como Portland, no Oregon, há incentivos fiscais e outros subsídios para que os construtores instalem esse tipo de telhado. Em outros - como na Alemanha, na Suíça e na Áustria -, as biocoberturas são obrigatórias por lei sempre que o telhado apresentar inclinação adequada. E, cada vez mais, pesquisadores como Maureen Connelly, do Canadá, estão estudando os benefícios práticos proporcionados por esse tipo de telhado, com o objetivo de calcular em que medida são capazes de reduzir o escoamento de chuvas, ajudar na economia de energia e melhorar o nível de ruído nas cidades.
Outro fator que contribui para a difusão dos ecotelhados é a mudança na concepção da cidade. Já não é mais sensato, prático ou ético considerar a cidade apenas como antítese da natureza. Quando encontramos maneiras de tornar mais naturais as cidades, também as tornamos mais habitáveis - e não só para nós, seres humanos.
Os telhados vivos são um lembrete da força exercida pelos sistemas biológicos. No verão, as temperaturas diurnas nos telhados com cobertura asfáltica podem ser muito altas, acima de 65ºC, o que acentua o efeito geral das "ilhas de calor" urbanas - a tendência de as cidades serem mais quentes que as regiões circundantes. Já os telhados com cobertura vegetal atuam como isoladores térmicos, e as temperaturas sofrem apenas pequenas oscilações, reduzindo em até 20% o custo de aquecer e resfriar os edifícios abaixo deles. "Se pintarmos de branco, algo bem mais simples que um jardim suspenso, os telhados das 100 maiores cidades do mundo, a temperatura global deve baixar 1 grau. Isso equivale a tirar 600 milhões de carros das ruas por 18 anos", diz Thassanee Wanick, do movimento ambientalista brasileiro intitulado Um Grau a Menos.
Quando a chuva cai em um telhado normal, ela escorre dessas encostas urbanas e inunda os desfiladeiros artificiais que são as ruas - e, no caminho, toda essa água não é absorvida, deslocando-se quase sempre de maneira descontrolada. Um telhado verde, por outro lado, absorve e filtra a água, arrefece seu ímpeto e até mesmo armazena parte dela para uso posterior. Em consequência, ele ajuda a reduzir o transbordamento de esgotos, aumenta a vida útil dos sistemas de escoamento e devolve uma água mais limpa para a bacia hídrica circundante.
Disponível em: http://viajeaqui.abril.com.br/materias/telhado-jardins-suspensos?utm_source=redesabril_viagem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_ngbrasil

quinta-feira, 21 de julho de 2016




Dilma Rousseff e Eduardo Cunha travaram ao longo de 2015 e até abril deste ano uma batalha mortal, quando a Câmara aprovou a continuidade do processo de impeachment. No dia 12 de maio Dilma foi afastada depois da aprovação da admissibilidade do processo no Senado. Cunha escreveu nas redes sociais: "Tchau, querida!". Mas é bom lembrar que alguns dias antes, em 5 de maio, Cunha foi afastado da presidência da Câmara e do mandato. Nas redes sociais os petistas cravaram: "Tchau, querido!". Agora, por conta das manobras para atrasar seu processo na Câmara, Cunha poderá ser cassado com poucos dias de diferença do julgamento do impeachment de Dilma. No caso de Dilma, pelo calendário acertado com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, o julgamento deverá ocorrer entre 24 e 26 de agosto, logo após a Olimpíada, que se encerra no dia 23. E, conforme mostrei mais cedo, Rodrigo Maia pretende votar a cassação de Cunha na segunda quinzena de agosto. Portanto pode ser o mês de desgosto de ambos, que pode marcar o definitivo "Tchau, querida!" e "Tchau, querido!". Mas pelo que as pesquisas de opinião mostram, se esses dois fatos se concretizarem, para a maioria dos brasileiros não será mês de desgosto. Muito menos para Temer. 

fonte BLOG DO GARTOINHO

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Pequenas atitudes podem fazer grande diferença no combate ao Aedes Aegypti.
Na Maia só paga o que deitar fora(LIXO QUE JOGAR FORA)
O inovador sistema Pay as You Throw aplicado na Maia faz com que os habitantes paguem apenas os resíduos que desperdiçam.
Na Maia só paga o que deitar fora
Dias para reciclar, lixo que não foi apanhado e casas sem ecopontos é uma realidade conhecida em várias zonas do país. Mas não na Maia, o município que controla quem polui e quem recicla fazendo com que os cidadãos paguem apenas os serviços de gestão urbana relativos àquilo que desperdiçaram.
Tudo graças ao PAYT — Pay as You Throw — um modelo já conhecido por grandes multinacionais, agora aplicado à economia doméstica. Assente no princípio do poluidor pagador, tem como objetivo diminuir a quantidade de resíduos produzidos e incentivar a reciclagem.
Sistemas como este já funcionam em Portimão, Óbidos e Guimarães, mas a Maia conseguiu levar a ideia e a sua concepção a outro nível: monitoriza os resíduos desde o momento que são colocados no contentor (e por quem) até chegarem ao tratamento.
Hoje é o município mais evoluído do país no que à gestão de resíduos diz respeito. Tudo começou em 2013 com o Projeto Ecoponto Casa: consiste na instalação de contentores individuais com um mecanismo RFID (identificação por rádio frequência) que permite fazer o controlo dos resíduos, com comunicações imediatas para a rede.
Deitar o lixo na Maia hoje é uma atividade que podia ser uma cena do filme «Regresso ao Futuro». Além do saco com os resíduos, os munícipes não se podem esquecer de levar o cartão que lhes permite abrir o contentor e identificá-los.
Primeiro carregam num botão e só depois de ouvirem o sinal podem passar o cartão, deitar o lixo até ouvirem, outro sinal, que indica que o equipamento está fechado. Os contentores inteligentes enviam a informação do que lhes foi depositado para um sistema central. A tarifa de resíduos cobrada é conforme os resíduos que cada munícipe produz e do serviço de recolha.
Fonte: Expresso
Foto: PATRICK PLEUL/AFP/GETTY IMAGES

terça-feira, 19 de julho de 2016

País investe menos da metade do necessário para coletar e tratar esgoto


A informação consta de um levantamento elaborado pela Confederação Nacional da Indústria


Um levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que entre 2007 e 2014 o país investiu, em média, R$ 8,2 bilhões por ano no setor de saneamento. O valor está bem abaixo dos R$ 15 bilhões necessários anualmente para universalizar os serviços de coleta e tratamento de esgoto até 2033, como prevê o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab).

Em 2014, o investimento chegou a R$ 11 bilhões. Quase 71% desse montante foi investido por governos e autarquias estaduais. O governo federal respondeu por quase 16% e a iniciativa privada pelo restante. A preocupação é que os governos estão com caixas vazios e as regras para atrair investimentos privados estão bem distantes do ideal.

Esgoto a Ceu aberto em Bairro de Osasco (Foto: Lalo de Almeida/Folhapress)
Esgoto a céu aberto em bairro de Osasco (Foto: Lalo de Almeida/Folhapress)


Disponível em: http://epoca.globo.com/tempo/expresso/noticia/2016/06/pais-investe-menos-da-metade-do-necessario-para-coletar-e-tratar-esgoto.html