quinta-feira, 6 de outubro de 2016

BNDES Prioriza Apoio A Projetos De Energia Solar E Deixa De Financiar Térmicas A Carvão e A Óleo



O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decidiu ampliar o apoio a projetos de energia solar de até 70% para até 80% dos itens financiáveis em Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), usada pela instituição em suas operações e atualmente em 7,5% ao ano. O banco também extinguiu o financiamento a usinas térmicas a carvão e a óleo.
As novas condições de financiamento para o setor de energia elétrica foram divulgadas ontem (3), pela instituição, no Rio de Janeiro, e já valem para os próximos leilões de energia, programados para outubro e dezembro próximos. O banco não concederá mais empréstimos-ponte para empreendedores do setor elétrico. Há exigência de participação mínima de 20% de recursos próprios do investidor nos projetos, com possibilidade de emissão de debêntures (título de crédito representativo de empréstimo que uma companhia faz junto a terceiros), das quais o BNDES se compromete a adquirir até 50%, visando reduzir o risco, principalmente na fase de construção do empreendimento.
A diretora de Infraestrutura e Sustentabilidade do BNDES, Marilene Ramos, informou que as decisões foram tomadas em consenso com o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O objetivo é privilegiar, dentro dos recursos de TJLP, projetos de fontes de energia alternativas que mostram maior retorno social e ambiental. Haverá ainda espaço para financiamentos a taxa de mercado, buscando maior participação do setor privado na emissão de debêntures, segundo Marilene.
A diretora disse que a priorização para energia solar está ligada ao fato que essa é uma tecnologia em fase de desenvolvimento no Brasil e é preciso consolidar o segmento no setor de energia brasileiro. O banco manteve em até 80% sua participação em projetos de eficiência energética, definindo o mesmo nível de financiamento para projetos de iluminação pública eficiente.
“É um setor que, nós acreditamos, vai crescer muito, porque são projetos de grande viabilidade, têm condições de, financiados dessa forma, se pagarem em prazos relativamente curtos, e representam, para as cidades e prefeituras, uma enorme economia. Além disso, têm um impacto social muito grande, na medida em que as cidades mais iluminadas são mais seguras, permitem opções de lazer noturno e, além disso, propiciam a instalação aqui de uma cadeia de produção de todos os equipamentos”. Na questão específica das luminárias a ‘led’, Marilene Ramos destacou que é um mercado que gera empregos de alto nível e qualidade.
Energias alternativas
O BNDES decidiu manter em até 70% em TJLP sua participação nos itens financiáveis nas demais fontes alternativas, entre as quais eólica, biomassa, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e cogeração renovável. O intuito é dar incentivos à participação dessas fontes na matriz energética nacional. Para energia eólica, em especial, o prazo de financiamento é de 16 anos, “tendo em vista a vida útil do equipamento”, observou a superintendente da Área de Energia, Carla Primavera. Para as demais energias alternativas, o prazo de financiamento é de 20 anos.
A diretora de Infraestrutura disse que as novas condições de financiamento à energia elétrica estão alinhadas com o compromisso assumido pelo governo brasileiro no Acordo de Paris, em dezembro do ano passado, para aumentar a participação das energias alternativa na matriz. Daí a decisão do banco de não financiar mais usinas termelétricas a carvão e a óleo, responsáveis pela maior emissão de gases poluentes na atmosfera.
Dentro da meta de ampliar a participação privada nos setores de geração de energia de grandes usinas hidrelétricas, linhas de transmissão e distribuição, o BNDES promoveu alterações, prevendo participação maior do mercado privado. No caso das hidrelétricas, por exemplo, o banco reduziu a parcela em TJLP dos itens financiáveis de 70% para 50%. Marilene Ramos lembrou, porém, que assim como todos os demais setores, a participação do BNDES poderá se elevar até 80% do valor total dos itens financiáveis, incluindo a emissão de debêntures a serem emitidas pelo empreendedor.
No caso do setor de distribuição de energia, o banco manteve o financiamento em 50% dos itens financiáveis, sendo que a metade disso será com recursos em TJLP e a outra metade em taxas de mercado. No setor de transmissão, ocorreu alteração maior, onde a participação do banco chega a até 80% dos itens financiáveis, mas integralmente a custos de mercado. Nessa área, o banco alongou o prazo de financiamento para 20 anos, prevendo a possibilidade de emissão de debêntures.
Marilene Ramos informou que a decisão de deixar as linhas de transmissão sem crédito mais barato ou subsidiado, representado pela TJLP, objetiva evitar distorções em relação à geração. “Porque uma linha de transmissão muito longa, financiada a TJLP, acaba mascarando a maior ou menor viabilidade de um projeto de geração que está localizado em regiões mais distantes, em detrimento de outro que poderia ser mais viável. A ideia é que dentro do financiamento de linhas de transmissão, essa condição é totalmente internalizada na modelagem, antes do leilão e, com isso, você vai ter uma visão mais realista do que efetivamente custa transmitir energia no país, e não diluir parte desses custos para o conjunto geral dos consumidores”. A meta é definir seus custos reais, completou.
Térmicas a carvão
A diretora Marilene Ramos afirmou que a decisão do BNDES de não financiar mais térmicas a carvão e a óleo, com o objetivo de promover a participação na matriz de fontes de energia limpas, não impede que haja projetos com carvão no país desde que sejam financiados pelo mercado em geral. A superintendente de Energia, Carla Primavera, acrescentou que os projetos relativos a leilões passados respeitam as condições divulgadas pelo BNDES antes de sua realização. “Eventualmente, se existir algum projeto dentro da casa para aprovação, que foi objeto de um leilão passado, as condições passadas são respeitadas”.
Empréstimo-ponte
O banco não concederá mais empréstimos-ponte para empreendimentos do setor elétrico. “Mas estamos trabalhando para dar agilidade ao processo de financiamento internamente para que o empreendedor possa contar rapidamente com financiamento de longo prazo, evitando situações em que, às vezes, o projeto já está muito avançado quando, enfim, se consegue aprovar financiamento de longo prazo. Nós queremos tirar o empréstimo-ponte e colocar nesse lugar agilidade. Esse é o nosso objetivo”, ressaltou Marilene Ramos. Não há impedimentos para que o investidor faça também empréstimos pelo mercado, segundo a diretora.
Por Alana Gandra, da Agência Brasil, in EcoDebate, 04/10/2016
[CC BY-NC-SA 3.0][ O conteúdo da EcoDebate pode ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, à EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]


Campos recolhe 240 mil kilos de recicláveis por bimestre

 (Foto: Superintendência de Comunicação - Arquivo)

O Programa de Coleta Seletiva de Campos tem mais de 5 mil pontos de coleta cadastrados em todo o município. A cada bimestre o programa recolhe cerda de 240 mil kilos de materiais recicláveis, que seriam descartados no lixo comum ou e forma irregular, degradando o meio ambiente.

São papéis, plásticos, papelão, garrafas pet, latinhas de refrigerantes e outros materiais coletados. 

Boa parte do material coletado é doada às Cooperativas Reciclar e Cata Sol, formadas por ex-catadores do antigo aterro controlado da Codin.
- Não é mais necessário separar o lixo, apenas juntar todo lixo seco e não misturar com lixo úmido. Os colaboradores das cooperativas realizam a separação seletiva - disse o responsável pela coleta seletiva, Frankilin Cherene.

Recentemente as cooperativas foram contempladas com a doação de novos equipamentos por empresas privadas. Cada cooperativa recebeu prensa, balança eletrônica, elevador semielétrico e transpalette, para aumentar a eficácia no trabalho e o volume de produção.

- Nós temos muitos Pontos de Entrega Voluntária (Peves) espalhados pela cidade, onde as pessoas podem depositar, de forma separada, o lixo seco e o lixo úmido. Todo o lixo seco é destinado às cooperativas - informou o secretario de Desenvolvimento Ambiental, Zacarias Albuquerque.

 A população pode ter acesso aos Pontos de Entrega Voluntária através do site www.rotareciclagem.com.br. Os cadastrados na coleta seletiva podem ficar informados sobre os horários e as datas das coletas nos bairros pelo telefone (22) 2726-4345.

O município realiza também, a coleta de óleo usado. Cerca de 8 mil a 10 litros por mês são recolhidos. “Quem quiser descartar de forma , o óleo de cozinha usado, pode levá-lo até a Superintendência de Limpeza Pública. No caso de restaurantes ou de quem utiliza grandes quantidades é só ligar para o nosso departamento, através dos telefones (22) 2724-3810 e 2726-4345, que contataremos a empresa Grande Rio, que trabalha conosco e faz a coleta no local”, disse o superintendente de Limpeza Pública, Carlos Morales.

Disponível em: http://www.campos.rj.gov.br/exibirNoticia.php?id_noticia=37784

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Lançada pedra fundamental da ETE do Parque Esplanada




A prefeita Rosinha Garotinho lançou na manhã desta terça-feira (27) a pedra fundamental das obras visíveis da oitava Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), localizada no Parque Esplanada. A unidade vai tratar todo o esgoto das áreas dos Parques Nova Brasília, Pecuária, Julião Nogueira, Esplanada, Rodoviário e dos conjuntos habitacionais Dhama e Nashville.


Rosinha informou que já estão garantidas mais duas ETEs: Guarus 2 e Lagoa do Vigário, através do Programa “Guarus 100% Esgoto Tratado”, garantindo a universalização do saneamento no município.



Segundo a prefeita, Campos tinha apenas três ETEs quando ela assumiu o governo em 2009. “Hoje estamos lançando a oitava estação na nossa cidade, completando um cinturão de saneamento. As estações nos deram condições de mais do que dobrar o saneamento da cidade, pois pensamos numa Campos para o futuro e em uma melhor qualidade de vida para a população”, disse.



O engenheiro técnico da obra, Silas de Souza Almeida, informou que agora inicia a obra na superfície. “Todo o processo foi iniciado há um ano, quando obtivemos da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental, a licença ambiental, depois realizamos a terraplanagem da área, preparamos o canteiro e já cravamos 132 estacas com profundidade média de 24 metros”, pontuou.



Segundo informações da Concessionária de Águas do Paraíba, a ETE do Parque Esplanada terá capacidade de tratamento de 180 litros de esgoto por segundo, sendo considerada a segunda maior do município, sendo superada pela ETE Paraíba, no Matadouro, inaugurada pela prefeita Rosinha Garotinho em 2012.



A concessionária ressalta que a prefeita Rosinha Garotinho é responsável pelo maior avanço do saneamento em Campos em todos os tempos, implantando mais de 500 quilômetros de redes coletoras de esgoto.
No governo da prefeita, Campos também conquistou o reconhecimento como segundo lugar em saneamento, entre os maiores municípios do Estado do Rio de Janeiro, de acordo com o rigoroso e isento ranking do Instituto Trata Brasil, e está entre os 50 melhores municípios em saneamento do país.

Disponível em: http://www.campos.rj.gov.br/exibirNoticia.php?id_noticia=37732

RAFAEL DINIZ É ELEITO PREFEITO EM CAMPOS

Candidato do PPS leva no primeiro turno com 55,19% (151.462) dos votos válidos. Neto do ex-prefeito Zezé Barbosa prega um governo de diálogo e união

Paulo Renato Porto
Neto do ex-prefeito Zezé Barbosa, o último dos velhos caciques da política de Campos até os anos 80, o vereador oposicionista Rafael Diniz (PPS) foi eleito ontem prefeito do município em primeiro turno, com 151.462 votos, derrotando o candidato governista, o vice-prefeito Doutor Chicão (PR), que obteve 81.989 nas urnas. 

Com poucos minutos de televisão e apoio de uma coligação reduzida a quatro partidos, Rafael fez uso intenso das redes sociais, onde montou sua trincheira e também apostou na intensificação das caminhadas e reuniões. 

Foi eleito com 55,19% dos votos válidos, juntamente com sua vice, a assistente social Conceição Santana; Chicão chegou ao percentual de 29,88%. O terceiro mais votado nas eleições foi o empresário Caio Vianna (PDT), com 31.360 votos, seguido do vereador Nildo Cardoso (DEM) com 5.446; depois veio o deputado estadual Geraldo Pudim (PMDB), que obteve 2.160; e o último colocado nas urnas foi o  ex-vereador Rogério Matoso (PPL), com 2.011 votos.

Logo que foi anunciado o resultado oficial, Rafael discursou para sua militância diante de sua casa, em Guarus, num trio elétrico. Ao ser indagado quando percebeu que ganharia as eleições, ele respondeu ter percebido a vontade nos olhos da população. “Percebi essa possibilidade de ser eleito em primeiro turno nos últimos dias. Em nossa última caminhada, em Goytacazes, essa minha percepção foi confirmada quando senti essa vontade nas ruas. Vi esse desejo olhando nos olhos da população”, afirmou.

Nas redes sociais, o prefeito eleito voltou a se manifestar. “Obrigado Campos! Essa vitória é nossa. É de todos que acreditam e querem uma Campos diferente. Fizemos história!”, postou Rafael Diniz em sua página no Facebook. 

Também pelas redes sociais, a prefeita Rosinha Garotinho (PR) postou uma mensagem enfatizando o reconhecimento da soberania popular. “Independente do resultado das urnas, quero agradecer a cada um por todas as lutas que travamos juntos. Amo vocês! Amos Campos! A população é soberana em sua escolha. Agradeço a Deus, independente das circunstâncias”, comentou.  

Rafael foi eleito com uma Câmara que terá 18 vereadores eleitos por partidos da coligação Frente Popular Progressista, que apoiou Chicão. “Quero governar conversando com todos os setores da sociedade, incluindo a Câmara de Vereadores e aqueles que quiserem ver uma Campos diferente. O momento é de agradecer à população que confiou a nós esse mandato. Estou muito feliz, mas ao mesmo tempo ciente de nossa responsabilidade em transformar esta cidade”. O prefeito eleito disse que vai priorizar o desenvolvimento e a geração de emprego e renda. 

Rafael Diniz foi eleito vereador em 2012, com 4.384 votos, em seu primeiro teste nas urnas.  Ele, que já vinha se preparando para ingressar na política, viu a oportunidade se antecipar com a morte de seu pai, o ex-deputado e vereador Sérgio Diniz, que iria se candidatar a prefeito naquele ano, mas seu projeto foi interrompido no mês de maio por um infarto fulminante, aos 69 anos.

Efeito estufa pode elevar temperatura em até 7 graus



Os níveis atuais de emissão de gases do efeito estufa poderiam contribuir para um aumento da temperatura global no futuro de entre 3 e 7 graus centígrados, segundo revela nesta segunda-feira a revista "Nature".
Esta previsão está recolhida em um estudo desenvolvido pela especialista Carolyn Snyder, da Universidade de Stanford na Califórnia (EUA), no qual calculou a temperatura média da superfície global (GAST, sua sigla em inglês) durante os passados dois milhões de anos.
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Trata-se da reconstrução contínua e mais extensa da GAST efetuada até o momento, destaca a pesquisadora no texto.
"A reconstrução do clima da Terra tem grande influência sobre nosso conhecimento com relação à dinâmica e sensibilidades do sistema climático", explica Snyder.
No entanto, afirma, a GAST só pôde ser calculada durante períodos de tempo isolado e de maneira descontínua, como por exemplo durante os passados 20 mil anos.
Além disso, lembra, a reconstrução ininterrupta da GAST durante os "ciclos glaciais" não tinha sido possível até agora.
Para superar estas barreiras, Snyder recorreu à análise de uma base de dados composta por mais de 20 mil reconstruções da temperatura do mar obtida em 59 núcleos de sedimento oceânico.Desta maneira, a especialista foi capaz de calcular a GAST dos últimos dois milhões de anos em intervalos de mil anos.Snyder constatou que as temperaturas caíram gradualmente até há cerca de 1,2 milhão de anos, apesar desse processo ter sido detido então.
Este dado, aponta, sugere que o esfriamento global não foi o único fator causador da transição entre o pleistoceno inferior e o superior, ocorrida há entre 1,25 e 700 milhões de anos, quando o clima da Terra passou de ciclos glaciais de 41 mil anos a ciclos de aproximadamente 100 mil anos.Além disso, a pesquisadora sustenta que ao combinar esta reconstrução com registros atmosféricos de dióxido de carbono (CO2), a projeção indica que a GAST poderia aumentar no futuro entre 3 e 7 graus centígrados, inclusive se as concentrações de CO2 se estabilizarem nos níveis atuais.

Disponível em: https://noticias.terra.com.br/ciencia/temperatura-pode-aumentar-ate-7-graus-por-gases-do-efeito-estufa-diz-estudo,1a427f5bf622b39ed25a06a3a22a3a68vfy5ls9a.html

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Índia ratifica acordo de Paris contra mudanças climáticas

Índia é o terceiro emissor mundial de gases de efeito estufa.
28 estados da União Europeia também concordaram com ratificação


Veículos passam perto do Palácio Presidencial em meio à poluição em Nova Deli, na Índia. A Organização Mundial de Saúde classificou Nova Deli como a cidade mais poluída do mundo em 2015 (Foto: Tsering Topgyal/AP)
Veículos passam perto do Palácio Presidencial em meio à poluição em Nova Deli, na Índia. A Organização Mundial de Saúde classificou Nova Deli como a cidade mais poluída do mundo em 2015 (Foto: Tsering Topgyal/AP)
A Índia, o terceiro emissor mundial de gases de efeito estufa, ratificou neste domingo (2) o acordo de Paris sobre o clima, estabelecido na COP 21, anunciou o ministro indiano do Meio Ambiente.
Todo o procedimento ocorreu sem cerimônias. Com a ideia de cultivar sua imagem de governo ecologista, o poder Executivo do nacionalista hindu Narendra Modi escolheu a simbólica data de 2 de outubro, aniversário do nascimento de Mahatma Gandhi, para ratificar o acordo da COP21.
Modi afirmou, para explicar sua decisão, sua vida foi marcada pela pegada do carbono.
O pacto pretende manter o aumento médio das temperaturas "bem abaixo" dos 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais para lidar com o aquecimento global. Isso irá exigir um rompimento dramático com os combustíveis fósseis neste século como parte dos esforços para limitar ondas de calor, inundações, secas e a elevação dos mares.
Para que entre em vigor, o acordo, anunciado em dezembro de 2015, deve ser ratificado por, ao menos, 55 países que sejam responsáveis, como mínimo, de 55% das emissões de gases de efeito estufa.
Assim, com a Índia e seus 4,1% das emissões mundiais, um total de 62 países responsáveis por quase 52% das emissões totais, terão ratificado o acordo.
China e Estados Unidos, os dois países que mais contaminam, contribuíram para acelerar o processo ao assinarem o texto no início de setembro, durante uma cúpula na qual se reuniram os presidentes Xi Jinping e Barack Obama.
Países europeus também entraram em acordo

Os estados da União Europeia (UE) também concordaram nesta sexta-feira (30) com uma ratificação acelerada e conjunta do acordo de Paris contra as mudanças climáticas, garantindo apoio suficiente para que o pacto entre em vigor neste ano e encaminhe uma mudança radical da economia mundial que a distancie dos combustíveis fósseis.


O entendimento entre os ministros do Meio Ambiente de todos os 28 países-membros é um avanço político raro para a UE em um momento de discórdia a respeito da crise imigratória e de incerteza após o referendo de desfiliação do Reino Unido.
Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2016/10/india-ratifica-acordo-de-paris-contra-mudancas-climaticas.html




Embora o resultado do PR no estado tenha sido bastante positivo, com vitórias expressivas em cidades importantes, tenho sido muito questionado sobre o que ocorreu em Campos, afinal o governo Rosinha tem uma alta aprovação popular e realizou as maiores obras de infraestrutura e os mais abrangentes programas sociais da história da cidade. Pois bem, vamos aos fatos.

O vencedor das eleições, Rafael Diniz, neto do ex-prefeito Zezé Barbosa, conseguiu reunir em torno de si a velha política de Campos ligada às oligarquias que sempre tiveram contra o povo um enorme preconceito social e racial e uma juventude despolitizada, desejosa por mudanças. Além disso, sua campanha extraoficialmente teve forte financiamento empresarial, o que possibilitou uma campanha desigual na última semana da eleição, quando Dr. Chicão ainda mantinha sobre ele mais de 10 pontos percentuais nas intenções de voto. Junte-se a isso o envolvimento de setores do Judiciário, da Polícia Federal, como mostrei dias atrás, e um cerco de mídia que só presenciei coisa igual no período da ditadura militar. O caso envolvendo a rádio Diário FM é emblemático. Mesmo o Tribunal Regional Eleitoral determinando que a rádio fosse colocada no ar, seus transmissores foram novamente lacrados 24 horas depois, enquanto outras emissoras do município pediam voto durante toda a sua programação nos dias que antecederam a eleição, caso explícitos das rádios 97 FM, Campos Difusora, Continental de Campos, entre outras.

A ação político-policial-judicial desenvolvida nos últimos 10 dias contra o candidato do governo Rosinha e estampada em manchetes garrafais na Folha da Manhã, e divulgado repetitivamente na Globo local acabaram criando na população um impacto muito forte. Além disso, aquele documento falso, divulgado ontem, conforme nós mostramos aqui no blog, deixou muitas pessoas perplexas e inibiu a nossa militância desequilibrando o pleito. Aliás, a mentira foi a tônica da campanha de Rafael Diniz pelas mídias sociais. Chegou a divulgar um áudio de uma suposta enfermeira do Hospital Ferreira Machado acusando o governo pela morte de uma menina por falta de sangue. Descobriu-se depois que a denunciante não era enfermeira do hospital municipal e trabalhava sim no Hospital Doutor Bêda, de propriedade do senhor Hebert Sidnei Neves, maior devedor de impostos da prefeitura e grande financiador da campanha de Rafael Diniz. Também espalharam pelas redes sociais outras mentiras envolvendo setores da prefeitura para amedrontar funcionários.

O fato é que o medo foi a tônica da eleição ontem em Campos. Para se ter uma ideia da desproporcionalidade do resultado para o Legislativo e o Executivo, a aliança que apoiou Rafael Diniz elegeu apenas 3 vereadores, a do candidato Caio Vianna mais três, e a que apoiou Dr. Chicão fez 19 vereadores. Esse total descasamento não é normal nessa proporção, e sugere que alguma coisa fora da normalidade ocorreu nos últimos dias que antecederam a eleição.

De qualquer maneira reconhecemos a vitória e desejamos que o candidato eleito cumpra com aquilo que prometeu à população. Rosinha está com os salários dos funcionários rigorosamente em dia, já pagou a primeira parcela do 13º salário, tem a segunda parcela já reservada, tem mais 400 obras em andamento e não vai paralisá-las como era o costume de Zezé Barbosa, e vai pagar o Cheque-Cidadão a todos os beneficiários do programa nas próximas horas, conforme ela gostaria de ter feito antes, e só não o fez por decisão judicial.

Era visível ontem em várias partes da cidade carros de luxo parados perto das escolas que são locais de votação comprando votos para o candidato Rafael Diniz. Centenas de denúncias foram feitas ao TRE, que com efetivo muito reduzido não conseguia dar conta da “corrupção verde” que tomou conta da cidade.

Depois de 8 anos de um governo popular, que deu casas a quem não tinha onde morar, amparou os filhos dos trabalhadores com escolas e creches-modelos, que investiu mais de 40% do seu orçamento em saúde, que valorizou as pessoas que moram no interior do município implantando a passagem social a R$ 1 para integrar o município que tem 4.000 quilômetros quadrados, que implantou um programa de renda mínima de amplo impacto social, como o Cheque-Cidadão, que fez o maior programa de saneamento da cidade, especialmente nas áreas mais humildes, com 400 Km de galerias de água e esgoto, que valorizou os jovens da periferia implantando um belíssimo programa de vilas olímpicas, e tantos outros programas importantes, chegou a hora de entregar o governo para um representante legítimo da oligarquia campista, conservadora, que remete ao nosso passado onde durante séculos ficou polarizada entre dois grupos econômicos e políticos: os monarquistas que defendiam a escravidão e a exclusão social e os republicanos que defendiam a abolição e a inclusão social. Nesta eleição os “monarquistas”, representantes do Barão de Cotegipe, e outros exploradores dos pobres venceram as eleições. Nós éramos os representantes da República de Nilo Peçanha, campista que foi presidente da República, de José do Patrocínio, líder da abolição, e de tantos outros que lutaram contra a vergonha do período áureo da cana, onde o maior lucro não vinha do açúcar, e sim da compra e venda de escravos. Boa sorte aos vencedores. Venceu a despolitização, a manipulação e a falta de conhecimento da história. Infelizmente as pessoas discutem muito mais eleição do que política, e aí acabam entregando o seu destino nas mãos daqueles que ao longo da história chicotearam os seus antepassados. 

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Papa pede uma "revolução cultural": 7 pontos da encíclica ecológica de Francisco


Texto critica o fracasso das negociações internacionais, a privatização da água, e defende ajuda aos mais pobres


Papa Francisco (Foto: Alessandra Tarantino/AP)

Papa Francisco (Foto: Alessandra Tarantino/AP)

O papa Francisco publicou nesta quinta-feira (18) a aguardada encíclica Laudato Si (Louvado Sejas), com suas reflexões sobre o meio ambiente. O texto, de 190 páginas, pede uma "revolução cultural" para salvar o planeta e diz que o estilo de vida atual é insustentável e suicida. A encíclica é a primeira escrita exclusivamente por Francisco. Ela faz uma crítica forte aos poderes político, econômico e social e aos países ricos por criar um modelo de desenvolvimento que contribui com a destruição do planeta, e defende que conservar a natureza é um imperativo moral.
"A encíclica é única no sentido de que ela consegue juntar duas grandes forças do mundo, a fé e a razão", disse John Schellnhuber, professor do Potsdam Institute for Climate Impact Research e conselheiro em assuntos científicos do governo alemão. Ele participou da apresentação da encíclica junto com o bispo metropolitano de Pergamon John Zizioulas, da Igreja Ortodoxa de Constantinopla, e o cardeal Peter Turkson, da Igreja Católica. "A crise ambiental e a crise climática só podem ser resolvida se essas duas forças, fé e razão, trabalharem juntas".
O texto, que poderá influenciar as negociações climáticas no final do ano em Paris, também dialoga com outras religiões, citando o trabalho do patriarca ecumênico Bartolomeu, das igrejas ortodoxas e de uma liderança muçulmana, o sufista Ali Al-Khawwas. Essa intenção de dialogar com outras fés fica evidente no final da encíclia, quando o papa apresenta duas orações, uma para "todos que acreditam em um Deus", sejam muçulmanos, judeus ou cristãos, e outra específica para cristãos.
O bispo metropolitano de Pergamon John Zizioulas, da Igreja Ortodoxa de Constantinopla, e o cardeal Peter Turkson, da Igreja Católica, apresentam o texto da encíclica do papa Francisco sobre ecologia (Foto: Andrew Medichini/AP)
Mudanças climáticas e consenso científico







Há um consenso científico muito consistente, indicando que estamos perante um preocupante aquecimento do sistema climático. Nas últimas décadas, este aquecimento foi acompanhado por uma elevação constante do nível do mar, sendo difícil não o relacionar ainda com o aumento de acontecimentos meteorológicos extremos, embora não se possa atribuir uma causa cientificamente determinada a cada fenómeno particular. A humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de mudanças de estilos de vida, de produção e de consumo, para combater este aquecimento.
O fracasso das negociações internacionais
Preocupa a fraqueza da reação política internacional. A submissão da política à tecnologia e à finança demonstra-se na falência das conferências mundiais sobre o meio ambiente. Há demasiados interesses particulares e, com muita facilidade, o interesse econômico chega a prevalecer sobre o bem comum e manipular a informação para não ver afectados os seus projetos.
Lutas ambientais e sociais estão interligadas
Não pode ser autêntico um sentimento de união íntima com os outros seres da natureza, se ao mesmo tempo não houver no coração ternura, compaixão e preocupação pelos seres humanos. É evidente a incoerência de quem luta contra o tráfico de animais em risco de extinção, mas fica completamente indiferente perante o tráfico de pessoas, desinteressa-se dos pobres ou procura destruir outro ser humano de que não gosta. Isto compromete o sentido da luta pelo meio ambiente.
Problemas ambientais afetam os mais pobres
Provavelmente os impactos mais sérios recairão, nas próximas décadas, sobre os países em vias de desenvolvimento. Muitos pobres vivem em lugares particularmente afectados por fenómenos relacionados com o aquecimento, e os seus meios de subsistência dependem fortemente das reservas naturais e dos chamados serviços do ecossistema como a agricultura, a pesca e os recursos florestais. (...) Infelizmente, verifica-se uma indiferença geral perante estas tragédias, que estão acontecendo agora mesmo em diferentes partes do mundo.
Privatização da água
Enquanto a qualidade da água disponível piora constantemente, em alguns lugares cresce a tendência para se privatizar este recurso escasso, tornando-se uma mercadoria sujeita às leis do mercado. Na realidade, o acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos. Este mundo tem uma grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável.
Uma Revolução Cultural
O que está a acontecer põe-nos perante a urgência de avançar numa corajosa revolução cultural. A ciência e a tecnologia não são neutrais, mas podem, desde o início até ao fim dum processo, envolver diferentes intenções e possibilidades que se podem configurar de várias maneiras. Ninguém quer o regresso à Idade da Pedra, mas é indispensável abrandar a marcha para olhar a realidade doutra forma, recolher os avanços positivos e sustentáveis e ao mesmo tempo recuperar os valores e os grandes objectivos arrasados por um desenfreamento megalômano.
Um apelo para proteger o ambiente
O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projecto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum.
Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2015/06/papa-pede-uma-revolucao-cultural-7-pontos-da-enciclica-ecologica-de-francisco.html

Por que Unidades de Conservação são um grande negócio?


O modelo mental que defende a destruição de remanescentes naturais para impor a ampliação de áreas para a agricultura ignora o verdadeiro potencial econômico adicional que o turismo de natureza pode proporcionar


Parque Nacional do Iguaçu (Foto: SPVS)
Parque Nacional do Iguaçu (Foto: SPVS)


O governo federal, em gestões passadas, realizou grande esforço para delimitar e criar algumas Unidades de Conservação (UCs) no planalto meridional, terra onde originalmente existiam amplas áreas de Floresta com Araucária entremeadas pelos Campos Naturais. Foram instituídos o Parque das Araucárias, em Santa Catarina, e o Parque Nacional dos Campos Gerais, no Paraná.
A agregação do modelo tradicional de criação de UCs públicas no Brasil, que se utiliza de decretos executivos, e a conhecida reatividade da grande agricultura diante de iniciativas conservacionistas preconizaram uma grita contrária à iniciativa que perdura até os dias atuais.
A Federação da Agricultura do Paraná (Faep), por exemplo, apregoa publicamente a inconstitucionalidade da criação do Parque Nacional dos Campos Gerais e pleiteia na Justiça sua sumária extinção. Os proprietários afetados, naturalmente, sentem-se preteridos de seus direitos de propriedade e fragilizados com a súbita criação de uma área protegida em seus domínios privados.
A dor da criação de UCs é a mesma que predispõe muitos outros proprietários a deixar suas terras em casos distintos, como na criação de grandes reservatórios de abastecimento ou geração de energia. E a luta pela tomada de providências justas pela desapropriação é igualmente complexa e demorada.
Em última instância, apregoa-se, em todos esses casos, a atenção ao interesse maior da sociedade. No caso da criação de UCs, sabemos ser estratégico para o país garantir a proteção do patrimônio natural e da biodiversidade. Em tese, a despeito de muitas opiniões divergentes, quanto mais áreas protegidas tivermos em nosso país, mas haverá qualidade de vida e avanços na busca do equilíbrio entre o desenvolvimento e a proteção do meio ambiente.
Mas ainda passa quase despercebida a conotação de potencial de geração de renda a partir de atividades de turismo que as áreas naturais bem conservadas podem representar. O modelo mental que defende a destruição sumária de remanescentes naturais para impor a ampliação de áreas para a agricultura ou outras atividades convencionais e de grande impacto ignora o verdadeiro potencial econômico adicional que o turismo de natureza pode proporcionar.
Não existe uma situação mais perversa em termos de otimização de uso econômico de um determinado território do que a simplificação de ambientes e a tentativa de impor sistemas monoculturais, sejam quais forem. Em especial, se levarmos em consideração a importância de ampliar a distribuição de renda e abrir oportunidades diversificadas de emprego para a população, essas são práticas excludentes.
É de conhecimento comum que as áreas naturais exuberantes, quando bem protegidas, são um atrativo extraordinário para fomentar atividades de turismo, com desdobramentos em muitas outras atividades no entorno dessas regiões. Na prática, entretanto, isso raramente ocorre em nosso país.
Não apenas pela falta de uma condição cultural para sua exploração adequada, mas pelas condições desfavoráveis diretamente relacionadas à gestão dessas UCs, em geral, pressionadas pela não indenização dos proprietários afetados e destituídas de capital humano e de estrutura para poderem proteger e conservar a unidade. Com isso, esses espaços não permitem uma condição favorável ao turismo de natureza. Muitas espécies de topo de cadeia, inclusive – os maiores atrativos ao público afeto a essas atividades – em muitos casos, ou deixaram de existir ou se manifestam discretamente por falta de ações de proteção suficientes.
A esse cenário, soma-se a manutenção do sentimento de perda da sociedade diretamente afetada com a criação das UCs, como é o caso do Parque Nacional dos Campos Gerais. Se o comportamento retrógrado dos órgãos representativos dos agricultores pudesse dar espaço à identificação de novas oportunidades de negócios em benefício desse mesmo público, o desafio de conciliar conservação com desenvolvimento poderia ser reduzido significativamente.
A quebra de paradigmas básicos, como a guerra instituída entre o modelo de desenvolvimento da agricultura extensiva e as demandas de conservação da natureza, precisa ser enfrentada. E a atuação dos governos nessa agenda não pode ser colocada como a única responsabilidade a ser assumida. Sem investimentos privados consistentes e de longo prazo, não ocorrerão mudanças positivas de cenário.
A própria indenização dos proprietários atingidos com a criação do Parque Nacional dos Campos Gerais é hoje factível com o advento da compensação de Reserva Legal, concedida a partir das drásticas mudanças imprimidas ao antigo Código Florestal Brasileiro. Ou seja, com um pouco de boa vontade, a solução está entre os próprios vizinhos do novo Parque Nacional. Muitos com expressivo déficit de Reserva Legal.
O entendimento da formação de novos negócios também tem relação  com a disposição de investimento por parte da sociedade. Um grande Parque Nacional precisa de infraestrutura para atrair turistas. E não existem mais áreas significativas desses ambientes naturais sulinos. Pouquíssimos espaços hoje permitem um contato com um ecossistema tão representativo como a Floresta com Araucária e os Campos Naturais, que um dia tomaram boa parte do planalto do sul do Brasil.
É uma preciosidade de valor imensurável a existência de áreas naturais ainda remanescentes, poupadas por alguma razão da saga de destruição que imprimimos nessas regiões ao longo das últimas décadas. O Parque Nacional não é um problema. Muito menos os órgãos ambientais são inimigos do agronegócio e dos agricultores. Ao contrário. Todos os ingredientes reunidos são um chamamento para novos e rentáveis negócios. E, mais importante que isso: abrem uma perspectiva de resgate cultural e histórico que já está perdido em muitas regiões brasileiras, onde as áreas naturais já foram varridas por completo.
As comunidades rurais precisam resgatar suas verdadeiras raízes, que não são apenas suas origens étnicas e práticas de produção. São também a fauna, a flora e as paisagens das regiões antes intocadas, que, décadas atrás, as receberam e geraram todas as riquezas de hoje. Manter essa lembrança deveria ser um compromisso ético, além de um novo grande negócio.
Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2016/09/por-que-unidades-de-conservacao-sao-um-grande-negocio.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=post

Implantado em 2009, ICMS Verde garante qualidade de vida em Campos


O investimento que a Prefeitura de Campos vem fazendo a cada ano, que garante qualidade de vida para a população, através do repasse de recursos provenientes do ICMS Verde, tem sido fundamental para que investimentos em saneamento básico e o tratamento dos resíduos da cidade possam garantir o bem estar com melhorias na saúde do campista. Atualmente, Campos é referência na Política Nacional de Resíduos Sólidos, tendo sido um dos primeiros municípios do país a aplicar a Lei 12.305/10 e ter um Aterro Sanitário, dando fim ao lixão. 


O ICMS Verde foi criado no Rio de Janeiro pela Lei 5.100, de outubro de 2007. Em 2009, seu primeiro ano de implantação, o valor do repasse do imposto aos municípios, para o critério “unidades de conservação”, alcançou R$ 17 milhões, montante repartido entre 63 dos seus 92 municípios. No primeiro ano, Campos recebeu um total de R$ 1.239,145,00. Este valor vem crescendo ano após ano e, em 2014, atingiu R$ 2.657,514, 00.  "O objetivo do ICMS Ecológico é incentivar os municípios a investirem nesta área ambiental e, desta forma, melhorar a qualidade de vida da população", explica o secretário de Desenvolvimento Ambiental, Zacarias Albuquerque.



- Essa lei é importante porque premia os municípios que investem na área de saneamento e resíduos. Campos foi uma das primeiras cidades do país a aplicar a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Aqui, não tinha Aterro Sanitário e hoje tem uma unidade que é referência para todo o Estado, atendendo ainda os municípios vizinhos - afirmou Zacarias Albuquerque.



Os avanços conquistados nos últimos anos, graças aos investimentos realizados nesta área, mostram que o município evoluiu repasses que Campos recebeu nos últimos anos, estão contabilizados até 2014 e já renderam para o município mais de R$ 12,4 mil reais. Os números exatos são os seguintes: 2009 - 1.239,145; 2010 - 1.023,882; 2011 - 1.630,920; 2012 - 2.947,932; 2013 - 2.390,369 e 2014 - 2.657,514, uma demonstração da evolução dos investimentos na área ambiental. "Para 2017, a expectativa é melhorar ainda mais nesta área com a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Esplanada, lançada nesta terça-feira (27)", explica Zacarias, lembrando que Campos tem, hoje, seis ETEs em funcionamento e duas em construção



Segundo ele, outro fator importante foi a expansão da coleta seletiva de lixo e, na área de saneamento, a ampliação da rede coletora e o sistema de tratamento, que hoje coloca Campos como uma das cidades de maior investimento nesta área em todo o Estado.  Campos tem ainda Autoclave para tratamento de lixo hospitalar, a coleta de óleo inservível e a instalação de três cooperativas de material reciclável, atendendo ex-catadores do antigo lixão. “Além disso, criamos a Área de Preservação Ambiental (APA), no Morro do Itaoca, Lagoa de Cima e Lagamar, ações que fizeram com que houvesse um avanço nesta área”, concluiu Zacarias, lembrando que.

Disponível em: http://www.campos.rj.gov.br/exibirNoticia.php?id_noticia=37724


O ano de 2016 pode se transformar no mais quente da história, diz OMM

No período foram observados níveis inusualmente altos de concentração de dióxido de carbono


A Organização Meteorológica Mundial (OMM) advertiu nesta sexta-feira (16/9) que 2016 está no caminho de se transformar no ano mais quente da história, com temperaturas extremamente altas.
"Fomos testemunhas de um prolongado período de extraordinário calor e tudo indica que isto se transformará na nova norma", sustentou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, ao apontar que foram observados níveis inusualmente altos de concentração de dióxido de carbono e quebraram recordes de temperatura. Esta situação e o aquecimento dos oceanos acelerou o braqueamento dos recifes de corais, lembrou.
"A temporada excepcionalmente longa de aquecimento globalcontinuou em agosto, que foi o mais quente em registros tanto na superfície terrestre como nos oceanos", acrescentou a porta-voz da OMM, Claire Nullis, baseando-se em dados da Nasa e do Centro Europeu para as Previsões Meteorológicas a Médio Prazo.
Além disso, segundo os últimos dados, a superfície de gelo no Ártico alcançou sua mínima extensão durante o verão (boreal) no último dia 10 de setembro, o que foi a segunda mais reduzida há 37 anos, quando começaram os registros por satélite. Essa superfície é comparável com a observada no mesmo período de 2007.
A extensão de gelo no Ártico foi de 4,14 milhões de quilômetros quadrados e acredita-se que a principal razão para que a situação não seja dramática tem a ver com o fato de que o verão nessa parte do mundo foi fresco, nublado e com tempestades regulares.
"Historicamente, essas condições meteorológicas desaceleram a perda de gelo durante o verão, mas no essencial estaremos só um degrau abaixo do recorde", indicou Nullis.
A menor superfície de gelo ártico é de 17 de setembro de 2012, quando diminuiu até chegar a 3,39 milhões de quilômetros quadrados.
Disponível em: http://revistagloborural.globo.com/Noticias/Sustentabilidade/noticia/2016/09/o-ano-de-2016-pode-se-transformar-no-mais-quente-da-historia-diz-omm-sustentabilidade.html

domingo, 2 de outubro de 2016

Conscientização sobre coleta seletiva na reunião de gestores



Conscientização sobre a necessidade de separar o lixo para a coleta seletiva foi um dos temas abordados nos três dias da reunião de gestores, na Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes (Smece), iniciada na segunda-feira (29) e encerrada nesta quarta-feira (31). O gerente de Coleta Seletiva da Prefeitura de Campos, Franklin Cherene, reforçou o assunto para os diretores das 240 escolas e creches da rede municipal de ensino, na tentativa de mobilizar professores, alunos e a comunidade em geral.


A coleta de materiais recicláveis – papéis, plásticos, vidros e metais – é feita às segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras, nos bairros próximos e em todas as unidades escolares. No caso das unidades inseridas em locais onde o serviço ainda não é disponibilizado, a sugestão de Franklin é que seja implantado um posto de coleta para atender também à comunidade. “As escolas desempenham papel fundamental neste processo de conscientização, tanto na educação dos alunos, como envolvendo os pais”, reforça Franklin.



Segundo ele, uma pesquisa recente revelou significativa queda na coleta de materiais secos e recicláveis na cidade. Daí, a maior necessidade de mobilização das escolas, em cumprimento ao que prevê a lei municipal 8.202 de 2011 de coleta seletiva. Em Campos, três cooperativas manipulam os materiais dessa coleta. “Para inúmeras pessoas, as cooperativas são a única fonte de renda. Então, além de contribuir com o meio ambiente, estaremos ajudando no sustento de quem faz a separação do material”, conclui. 



A diretora da Creche Grevi Siqueira, em Custodópolis, Simone Gomes Monteiro, que participou da reunião desta quarta-feira (31), diz que desenvolve um trabalho periódico com os alunos sobre os locais para depositar o lixo, como folhinhas de papel, entre outros dispensados durante o uso na sala de aula. “As próprias crianças ajudam a conscientizar os pais na hora de dispensar o lixo em casa”, relata.

Disponível em: http://www.campos.rj.gov.br/exibirNoticia.php?id_noticia=37412

ANA prorroga vazão reduzida do Paraíba

Aldir Sales
Foto: Folha da Manhã

A Agência Nacional de Águas (ANA) prorrogou a redução temporária do limite mínimo à barragem de Santa Cecília, em Barra do Piraí, no Sul Fluminense, até o dia 30 de novembro. Com a medida, a vazão continua em 110m³/s, enquanto o normal é de 190m³/s. A resolução impacta diretamente toda a bacia hidrográfica e pode piorar a situação do rio em Campos e na região se não voltar a chover. Além do cenário desolador evidente com as ilhas e bancos de areia formados com o baixo nível, a situação deixa em alerta mais de 403 mil pessoas no Norte e Noroeste que dependem do abastecimento de água a partir do rio.
A medida foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (30) e tem como objetivo garantir o abastecimento da região Metropolitana do Rio. O nível mínimo de 110m³/s está sendo mantido desde março. Além de Santa Cecília, também foram aprovadas a manutenção da vazão mínima abaixo da média em outros quatro reservatórios da bacia hidrográfica no Paraíba do Sul entre São Paulo e o Rio de Janeiro.
De acordo com a Defesa Civil, o nível do rio Paraíba em Campos está em 4,47m, segundo medição realizada nesta sexta. No dia 23 de setembro, a cota chegou a ser de 4,35m. De acordo com o diretor executivo da Defesa Civil do município, Edson Pessanha, a situação pode piorar. “Se não houver chuvas entre São Paulo e Rio de Janeiro, a situação pode ficar pior ainda. Já estamos em um momento bem crítico hoje”, disse.
O biólogo e ambientalista Aristides Soffiati chamou a atenção para a contribuição da população para o processo de seca. “Nós sofremos as conseqüências aqui dessas medidas. Mas não podemos colocar a culpa apenas na seca e na natureza. As estiagens estão mais severas e temos responsabilidade nisso a partir do momento em que desmatamos e alteramos o clima do planeta”, finalizou.
FONTE  FOLHA DA MANHA

sábado, 1 de outubro de 2016

Exóticos e inconvenientes

Quando plantas e animais são introduzidos em ambientes estranhos, as consequências ambientais e econômicas podem ser terríveis

Píton-burmesa cruza estrada na Flórida, Estados Unidos

Pítons-burmesas foram abandonados por seus donos - e ameaçaram a fauna do parque de Everglades

No fim da tarde, quando as sombras se alongam e o asfalto esfria, as serpentes das Everglades saem para jantar. Com o piloto automático fixado em 40 quilômetros por hora, meu carro parte no encalço delas, em incessante patrulha, indo e voltando pela estrada de duas pistas que atravessa o parque.

Às 8h23 da noite, finalmente avisto uma serpente pequena e roliça, parada na pista. Salto do carro para examinar a criaturinha gorducha e – “Tsss!” – ela joga a cabeça para trás e escancara suas mandíbulas, exibindo uma sinistra flor com pétalas de carne rosada. É uma das venenosas, a trigonocéfalo-d’água (Agkistrodon piscivorus conanti). Corro de volta ao carro. Às 20h28, surge outra serpente, escura e sinuosa, fina demais para ser a criatura que estou procurando. Às 21h03, outra pequena gorducha que merece ser examinada. Não. Provavelmente é uma cascavel-anã (Sistrurus miliarius barbouri).
Depois disso, mais nada. Às 22h, os faróis de um carro surgem em meu espelho retrovisor. Eles se aproximam com velocidade e, quando volto a olhar para a estrada, lá está a minha serpente – enorme, tão grossa quanto uma coxa humana e tão comprida quanto a largura da pista. Estou prestes a passar por cima dela. Enfio o pé no freio e faço sinal com a mão para avisar o motorista que vem atrás. O carro muda de pista e me ultrapassa. No último segundo, ele avista a serpente, entra no acostamento, volta à pista e acelera. O reluzente animal, com seu padrão de losangos cinzentos e cor de bronze, escapa ileso.

Python molurus bivittatus, ou píton-burmesa, não está em nenhuma lista de répteis endêmicos na América do Norte, pois é uma espécie nativa do Sudeste Asiático, como deixa bem claro o seu nome. Na Flórida, porém, quem quiser encontrá-la na natureza só precisa circular pela estrada que atravessa o Parque Nacional de Everglades numa noite de verão. É uma visão bizarra: o espécime iluminado pelos faróis do meu carro é maior do que qualquer outra serpente da América do Norte, ainda que seja pequeno pelos padrões de sua espécie. As pítons podem viver 25 anos e alcançar até 6 metros de comprimento. São grossas como um poste e podem devorar um veado adulto.
Skip Snow, um biólogo que trabalha no parque, já examinou dezenas de pítons-burmesas que apareceram nos Everglades nos últimos anos. “Não há a menor dúvida de que elas se estabeleceram e estão se reproduzindo por aqui”, disse. Se Snow estivesse comigo nessa noite, ele imobilizaria a serpente de 3 metros com um bastão especial a fim de levá-la ao laboratório, matá-la e fazer sua autópsia. Mas Snow está ocupado em algum outro lugar, e esta sua humilde criada está tremendo no assento do carro esporte, lutando contra uma vontade absurda de travar todas as portas. O animal permanece imóvel apenas o suficiente para que eu a observe; em seguida, desliza pesadamente e some entre a vegetação.
De volta ao motel Flamingo Lodge, não consigo me conter e conto ao gerente da noite toda a minha aventura. “Ah, uma píton de 3 metros”, diz ele, arrastando as palavras. “Isso não é nada.”
O resumo da história é: por todo o mundo, em quase todas as regiões e tipos de ecossistema, animais e plantas que evoluíram em determinados hábitats estão agora aparecendo em locais onde não deveriam surgir – e, de modo intencional ou não, os culpados somos nós, que por razões diversas os introduzimos ali. As pítons-burmesas foram parar na Flórida porque negociantes de bichos de estimação as importaram da Ásia, e depois foram jogadas nos Everglades por gente que descobriu que, no fim das contas, não era uma idéia tão boa assim manter serpentes enormes em casa. Como são animais adaptáveis – vivem por muito tempo e comem de tudo –, as pítons sobrevivem com facilidade, encontram seus semelhantes e se multiplicam.
Viajando na direção oposta, espécies ocidentais também acabaram no Oriente. A tartaruga-de-orelhas-vermelhas (Trachemys scripta elegans), nativa da bacia do Mississippi, foi enviada para todo o mundo como animal de estimação e como alimento. Agora ela está se disseminando pela Ásia e pela Europa meridional, devorando sapos, moluscos e até pássaros nativos.
Algumas espécies exóticas são benéficas. Por exemplo: a maioria das plantas cultiváveis e dos animais da América do Norte veio da Europa, da América do Sul e de outras regiões. As ostras e os mariscos originários do Japão são a base do setor de frutos do mar em todo o mundo. Alguns espécimes introduzidos, no entanto, têm um efeito desproporcional sobre os ecossistemas em que são introduzidos. Os ecólogos os batizaram de “espécies invasoras”.
Disponível em: http://viajeaqui.abril.com.br/materias/exoticos-especies?utm_source=redesabril_viagem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_ngbrasil