segunda-feira, 27 de abril de 2015

Clarissa pede a volta dos voos de Campos para o Santos Dumont

Crédito da foto: Cadu Gomes/Comissão de Viação e Transportes
A presidente da Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara dos Deputados, Clarissa Garotinho (PR-RJ), está trabalhando pela volta dos voos entre os aeroportos Bartolomeu Lisandro, em Campos dos Goytacazes, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro. A companhia aérea Azul, a única que faz a ligação dos dois municípios, já admite essa possibilidade.
 Nesta quinta-feira (23), em Brasília, Clarissa recebeu a diretoria da Azul para tratar do assunto. O deputado federal Paulo Feijó (PR-RJ), o secretário de Agricultura da prefeitura de Campos, Eduardo Crespo, e o presidente da Câmara Municipal de Campos, vereador Edson Batista (PTB), acompanharam o encontro.
A empresa transferiu a operação dos voos entre Campos e Rio para o aeroporto internacional Tom Jobim (Galeão) há mais de cinco meses. “O problema é que a maioria viaja de Campos rumo ao centro do Rio, que é próximo ao Santos Dumont. Quem desembarca no Galeão leva até duas horas para chegar ao Centro”, disse a deputada. “Se estamos errados, vamos conversar”, respondeu a diretora de relações institucionais da Azul, Patrizia Xavier. Ficou acertada uma nova reunião para buscar uma solução, desta vez na prefeitura de Campos, dentro de 15 dias.
Segundo Clarissa, a sociedade e o empresariado de Campos querem que a Azul reverta sua decisão. Em novembro passado, uma nota de repúdio à empresa foi publicada por várias entidades locais, com apoio da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
fonte  BLOG DO BASTOS
02/04/2015 09:40:13
Efluentes industriais são 7 vezes mais poluentes que o esgoto doméstico

Publicado por http://info.opersan.com.br/
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O descarte correto de efluentes industriais é muito importante!

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Grupo de Economia e Infraestrutura & Soluções Ambientais, os resíduos industriais são 7 vezes mais poluentes que o esgoto doméstico.
Os impactos do descarte ilegal incluem:
  • A poluição dos mananciais
  • Redução da disponibilidade hídrica
  • Aumento do custo de tratamento
  • Danos à flora e a fauna
  • Danos à saúde da população
Entre muitos outros fatores!
Ainda segundo os dados disponibilizados pelo Grupo, o descarte ilegal estimado é de 2,72m³ por segundo, podendo chegar até 3,10 m³ por segundo.
O efeito poluidor de 2,72m³ de resíduos industriais descartados por segundo são equivalentes a 18,1m³ de esgoto doméstico por segundo, equivalendo ao esgoto gerado por uma cidade de 19,1 mil habitantes. Ou seja, o efeito poluente dos resíduos industriais são 7 vezes maiores que os resíduos domésticos. Esse valor equivale a 26 piscinas olímpicas cheias de esgoto por hora!

efeito poluidor
Os efluentes industriais devem ser sempre tratados para evitar que resíduos tóxicos e perigosos poluam e contaminem o meio ambiente, o que pode ocasionar desastres ambientais.
A maioria das empresas que geram efluentes conhecem a lei e buscam se enquadrar para o descarte correto e atender todas as exigências da lei de acordo com a CETESB.
Porém, existe uma minoria de empresas que não seguem essa regra, e ainda não tratam seus dejetos por acharem que o valor investido nesse processo é muito alto. O que na verdade é um engano, já que os custos operacionais para o tratamento de efluentes compensam mais do que levar multas.
Em 2012, por exemplo, o Ministério Público ajuizou em outubro uma ação contra uma concessionária pública de São Paulo, no valor de R$ 11,5 bilhões em função do lançamento de esgoto sem tratamento nos rios e represas da região metropolitana de São Paulo.
No estado de São Paulo, as indústrias devem seguir as diretrizes do Decreto Estadual 8468/76 tanto para lançamento direto no corpo receptor de efluentes, conforme estabelece o artigo 18, quanto para lançamento indireto, estabelecido pelo artigo 19 A. Para lançamento direto no corpo receptor também são adotados os parâmetros da Resolução 430/2011, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

domingo, 26 de abril de 2015

O governo não quer que você tenha painéis solares em casa

O governo não quer que você tenha painéis solares em casa

Fonte chamada de “fantasia” por Dilma Rousseff ficou barata, mas segue sem os incentivos dados ao carvão; novo ministro prometeu mudar esse quadro

CARLOS RITTL E RICARDO BAITELO*
01/04/2015 14h31 - Atualizado em 02/04/2015 16h48
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Trabalhador instala painel solar na Alemanha (Foto: Sean Gallup/Getty Images)
Pense num país quente, onde o sol brilha o ano inteiro e que, um belo dia, dá-se conta de que tem justamente nessa luminosidade uma fonte de energia limpa, inesgotável e cada vez mais barata. Mesmo possuindo grandes reservas de petróleo, esse país resolve apostar pesado na energia solar, que ignorou solenemente durante anos. Já adivinhou que país é esse? Isso mesmo: bem-vindo à Arábia Saudita.
>> Vende-se energia feita em casa

Sim, a Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, símbolo da resistência atávica a qualquer coisa que tenha relação com energias renováveis; sim, a Arábia Saudita, o vilão das conferências do clima da ONU; a petroditadura feudal e retrógrada. Pois essa mesma Arábia Saudita planeja instalar 6 gigawatts de energia solar fotovoltaica nos próximos cinco anos. É o equivalente à potência instalada das duas usinas do rio Madeira. Em 2032, os sauditas planejam ter em seu deserto e em suas casas o equivalente a mais de uma Itaipu em energia solar.

E o Brasil? Temos um território maior e muito mais horas de sol o ano inteiro do que a Arábia Saudita. Nosso potencial de radiação solar equivale a 20 vezes toda a atual capacidade instalada de produção de energia elétrica. No entanto, os planos do governo até agora para essa fonte são modestíssimos: 2 gigawatts instalados até 2023, ou um terço do que os árabes planejam instalar em cinco anos.

É difícil atribuir esse atraso brasileiro a quaisquer outros fatores que não sejam miopia dos planejadores energéticos e preconceito. Este último fator vem de cima para baixo: a própria presidente Dilma Rousseff já se referiu à energia fotovoltaica como “fantasia”, dizendo em 2012 que não era possível iluminar um país somente com sol e vento. A China discorda: nos próximos 15 anos, o gigante terá elevado sua capacidade fotovoltaica para 100 gigawatts, o equivalente a quase dois terços de todo o parque gerador do Brasil.

Neste aspecto, a ex-guerrilheira Dilma tem um pensamento surpreendentemente próximo do dos eletrocratas formados na escola das grandes obras de energia da ditadura. Para essa turma, investir em uma nova tecnologia que custava caro era uma burrice, quando o país tinha tanto potencial hidrelétrico ainda a aproveitar na Amazônia (que grande parte desse potencial esteja em unidades de conservação, terras indígenas e outras áreas sensíveis nunca foi um impeditivo, como não era no tempo dos militares). O resultado disso está todo mês na nossa conta de energia: quando as chuvas faltaram para as hidrelétricas, o governo botou na matriz térmicas a gás, carvão e óleo combustível – mesmo tendo prometido recentemente que o carvão seria banido do Brasil.

O governo brasileiro não foi o único a desprezar a energia solar. Nos EUA, durante a administração de George W. Bush, o lobby fóssil impediu que incentivos fossem dados a energias renováveis para competir com as já estabelecidas e mimadas fontes fósseis. Como resultado, a principal fábrica americana de painéis solares, a First Solar, precisou se mudar para a Alemanha.

A partir de 2008, com a eleição de Barack Obama e um novo foco em fontes renováveis, o cenário começou a clarear para a energia fotovoltaica. A indústria respondeu rapidamente: a capacidade instalada subiu de quase zero em 2006 para 20 gigawatts em 2014 e hoje 36% das novas instalações elétricas nos EUA são dessa fonte; o preço de um painel fotovoltaico caiu 63% somente entre 2010 e 2014, e a indústria solar americana, que antes gerava empregos de qualidade na Alemanha, hoje emprega mais gente nos EUA que a mineração de carvão. Outros países, como a Espanha e a Grécia, também investiram nessa indústria como uma saída para a crise econômica.

No ensolarado Brasil, a primeira medida séria de incentivo à energia fotovoltaica só foi adotada em 2012: uma resolução da Aneel que permite a quem tiver painéis solares em sua casa trocar energia com a rede – e, assim, economizar até 80% da conta de luz por mês, ao produzir a própria eletricidade durante o dia. A resolução, porém, não veio acompanhada de nenhuma outra medida, como uma campanha ou incentivos tributários (dados à indústria automobilística e aos combustíveis fósseis). O resultado é que, quase três anos depois, apenas 409 residências instalaram painéis solares em todo o país. Nos EUA, são 400 mil. A cada três minutos uma nova instalação solar é feita.

Quando enfim a energia solar elétrica foi agraciada com o direito de competir em leilões de energia, em 2014, o governo viu o tamanho da oferta reprimida: foi o leilão mais competitivo da história, com o megawatt vendido a R$ 214. Parece caro? Pois o carvão mineral, que fez seu retorno triunfal à matriz energética brasileira também em 2014, foi leiloado a R$ 206. E isso à custa de um pacote de bondades que incluiu aumento no preço mínimo e isenção de tributos.

Sem o argumento do preço, sobra aos eletrocratas o tigre de papel da intermitência: a energia solar jamais poderá estar na “base” porque não produz à noite. O chamado fator de capacidade da fonte é de cerca de 25%. Pode até ser verdade. Mas esses mesmos planejadores não hesitam em gastar R$ 28 bilhões numa usina hidrelétrica como Belo Monte, que tem fator de capacidade de 42% e que pode chegar ao fim de sua vida útil com metade disso devido ao impacto das mudanças climáticas. Se ganhasse o direito de entrar na matriz em escala americana (ou pelo menos saudita), a energia solar poderia compor com a eólica para poupar os reservatórios das hidrelétricas do Centro-Sul, que formam a nossa “energia firme”. A opção do Palácio do Planalto, porém, parece ser até aqui a de deixar o país sem energia e poluindo mais ao mesmo tempo.

Isso pode estar mudando com a entrada em cena de um ator novo na política energética: o ministro Eduardo Braga (PMDB). Engenheiro eletricista, Braga aparentemente aprendeu alguma matemática na universidade e concluiu que o Brasil não perde nada se aproveitar seu potencial solar. Prometeu tirar PIS e Cofins dos painéis solares, como o governo fez com o carvão, e aprovar uma redução de ICMS. Já marcou dois leilões de energia fotovoltaica para este ano e andou falando em instalar painéis solares nos reservatórios das hidrelétricas. Nos próximos meses, com a estação seca chegando, Braga terá a oportunidade de mostrar se fala sério sobre o assunto. Quem sabe ele convence sua chefe a tomar um pouco de sol para clarear as ideias.

Carlos Rittl, 45, é secretário-executivo do Observatório do Clima
Ricardo Baitelo, 38, é coordenador de Clima e Energia do Greenpeace

sábado, 25 de abril de 2015

Você já ouviu falar sobre a Ilha do Lixo?

Você já ouviu falar sobre a Ilha do Lixo?

Publicado por http://info.opersan.com.br/

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O cenário parece mais um filme-catástofre representando o apocalipse. Mas, na verdade, é ainda mais triste por tratar-se de realidade, o que faz da Ilha do Lixo fonte de preocupação de ambientalistas de todo o mundo. Chamada também de Sétimo Continente, essa “ilha” está localizada entre as costas da Califórnia e o Havaí, e é composta por cerca de quatro milhões de toneladas de material plástico como garrafas, embalagens, sacolas e demais fragmentos. Sua profundidade chega a 10 metros e o espaço ocupado é de 700 mil kilômetros quadrados, o equivalente aos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo juntos.
Descoberta por acaso pelo oceanógrafo americano Charles Moore, em 1997, a Ilha do Lixo está no coração do Oceano Pacífico e tem o aspecto de uma grande sopa plástica que abriga dejetos vindos de navios ou plataformas petrolíferas (20% do volume de lixo) e o restante de terra firme (80%). Estima-se, inclusive, que 10% das 100 milhões de toneladas de plástico consumidas no mundo acabam no mar. Apesar das estatísticas alarmantes, a Ilha do Lixo não tem recebido tanta atenção por dois motivos: primeiro, está localizada em um trecho de pouca navegação comercial e de turismo; segundo, porque o lixo, por ser translúcido, não é visível nas fotografias via satélite.

Tragédia quase transparente

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O plástico é o verdadeiro ator da tragédia silenciosa do Oceano Pacífico, pois demora centenas de anos para se degradar: foi descoberto que as sacolas plásticas de supermercado representam 26% do lixo ali acumulado. Vale lembrar que uma simples garrafa plástica jogada na rua pode ser varrida pela chuva, entrar nas galerias pluviais das cidades e chegar até o mar, desembocando no oceano. No caso da Ilha do Lixo, os dejetos viajam até a região conhecida como Giro do Pacífico Norte e as correntes marinhas impedem que se dispersem. Se os consumidores não reduzirem o uso de plástico descartável, a sopa do Pacífico poderá dobrar de tamanho na próxima década. O próprio descobridor da Ilha do Lixo, Charles Moore, era herdeiro de uma família que fez fortuna com o petróleo, mas ficou tão impressionado com a visão daquele verdadeiro “lixão no oceano” que vendeu a sua participação acionária e tornou-se ambientalista.

Problema pode chegar à sua mesa

Apesar de estar longe dos olhos de grande parte da população mundial, a Ilha do Lixo já gera seus reflexos e alcança a mesa de muitas pessoas. Os animais que habitam o local acabam se alimentando dos resíduos e algumas espécies, devido à ingestão dos dejetos, até sofrem mutações. Há também as toxinas que se acumulam ao longo da cadeia alimentícia, que fazem com que os resíduos de plástico cheguem ao ser humano através da alimentação.
Neste ciclo negativo que já traz sérios desdobramentos, a interferência humana afeta os oceanos por meio da poluição nos mares, causando a acidificação das águas, o surgimento de zonas mortas (há 50 anos eram três, hoje são 150), o desaparecimento de mamíferos, a concentração de águas tóxicas e a destruição do assoalho marinho: em suma, ocasiona o fim de todo um ecossistema oceânico.
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Morte nas águas

Por fim, cabe citar mais um dado preocupante: segundo o Programa Ambiental da Organização das Nações Unidas, a ONU, os entulhos plásticos são responsáveis pela morte de mais de um milhão de pássaros e cem mil mamíferos marinhos por ano. Em muitas das vezes, os animais morrem com resíduos de plástico em seu estômago ou presos no material.
É extremamente importante realizar o descarte correto do lixo reciclável e a compostagem de resíduos orgânicos. É possível fazer parcerias com cooperativas de reciclagem e até produzir seu próprio adubo orgânico. Já existem empresas, como a Tera Ambiental, que possui essa expertise.
E você, já havia ouvido falar sobre a Ilha do Lixo que existe em pleno Oceano Pacífico? Mais uma vez, a informação é o caminho para uma mudança no estilo de vida de todos, apontando para mais consciência no descarte e na destinação dos resíduos e também para a preservação das águas oceânicas e das formas de vida ali existentes. Compartilhe este artigo e ajude a disseminar a ideia!

Prédios comerciais terão que instalar telhado verde ou placa solar na França

A França aprovou recentemente uma lei que obriga os prédios comerciais a terem telhados verdes ou placas solares. Ativistas ambientais franceses queriam que todos os prédios fossem obrigados a utilizar vegetação no telhados, inclusive os residenciais. Mas os parlamentares concluíram que a medida seria muito cara para o consumidor residencial e criaram a lei do uso de painéis solares ou telhados verdes apenas para empresas e zonas comerciais.
Os telhados verdes formam um isolamento de calor e ruído, o que reduz a necessidade de aparelhos de refrigeração durante o calor e aquecimento para o inverno. Além disso, bloqueiam as partículas de poeira, purificam o ar, e retêm água da chuva, além de reduzirem problemas de escoamento durante chuvas fortes.
Já os painéis solares convertem a energia do sol em eletricidade, o que dispensa a utilização de fontes não renováveis, como as termoelétricas, por exemplo.
A França enfrenta problemas com os altos níveis de poluição atmosférica e já implementou o rodízio de veículos na capital Paris.
Fonte: ecycle.com.br

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Quem foi Saldanha da Gama?

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Milhares de pessoas passam diariamente pela Rua Saldanha da Gama sem refletirem sobre quem foi o homem que inspirou o seu nome.
Bacharel em Letras, Luís Filipe de Saldanha da Gama nasceu em Campos em 1846 e ingressou na marinha ainda na juventude, galgando postos até alcançar o posto de almirante.
Defendendo a pátria, recebeu condecorações por sua atuação na Guerra do Paraguai e de outros conflitos famosos, tornando-se sinônimo de bravura e coragem.
Saldanha da Gama morreu justamente durante uma batalha contra as tropas de Hipólito Ribeiro e histórias de guerra envolvendo o seu nome são contadas até hoje.

Por que a Mata Atlântica é importante para mim?

O que a floresta produz. Qual é sua relação com a água. Por que ela é diferente da Amazônia e do Cerrado. Por que precisamos protegê-la.

04/2015 17h26 
FONTE REVISTA ÉPOCA
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Um trecho de Mata Atlântica no interior do estado de São Paulo (Foto: Divulgação/Iniciativa Verde)

A população de algumas das maiores cidades do Brasil mora no meio de onde deveria estar a Mata Atlântica. Mas cresceu e viveu tanto tempo dentro da selva de concreto e asfalto que perdeu a conexão com a natureza. Conversando com amigos e colegas, já ouvi várias dúvidas básicas sobre a importância da floresta que ainda nos restou. E da importância dela para nossa vida. Reuni as principais perguntas e enviei a Mariana Gomes, engenheira florestal da Iniciativa Verde. Ela responde as dúvidas abaixo:
ÉPOCA:. Desde que nasci ouço essa história de que são os últimos remanescentes de Mata Atlântica. Mas ela ainda está aqui. Ela corre perigo mesmo?
Mariana Gomes: Sim, ela corre perigo mesmo. Você ouve essa história há anos pois, desde o descobrimento do Brasil, os impactos de diferentes ciclos de exploração, a concentração das maiores cidades brasileiras, os núcleos industriais e a alta densidade demográfica fizeram com que a vegetação natural fosse reduzida drasticamente. Hoje, considerando todos os pequenos fragmentos de floresta natural com mais de três hectares cada, restam apenas 12,5% da vegetação original (segundo dados do INPE em parceria com a SOS Mata Atlântica).
ÉPOCA: O que é a Mata Atlântica? Por que ela é diferente do Cerrado ou da Amazônia?
Mariana: A Mata Atlântica é um bioma de floresta tropical que abrange a costa leste, sudeste e sul do Brasil, além do leste do Paraguai e da província de Misiones, na Argentina. A Mata Atlântica brasileira é um dos 34 hotspots mundiais (área prioritária para conservação, com alta biodiversidade e ameaçada no mais alto grau). Aliás, comparada com a Floresta Amazônica, ela apresenta, proporcionalmente, maior diversidade biológica. Tem mais de 20 mil espécies de plantas, sendo oito mil endêmicas (que não ocorrem em nenhum outro lugar do mundo) e estima-se que nela existam 1,6 milhão de espécies de animais, incluindo os insetos. De acordo com uma descrição do IBGE, um bioma é um conjunto de vida (vegetal e animal) composto pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria. Por isso, a Mata Atlântica é diferente do Cerrado e da Amazônia. Estes são outros biomas, com características distintas. Por exemplo, segundo a Embrapa, resumidamente, a Amazônia tem clima equatorial, terras baixas e florestas tropicais e equatoriais úmidas. Já o Cerrado tem clima tropical e vegetação de campos com árvores isoladas, troncos retorcidos, matas ciliares ao longo dos cursos de água. Ou seja, é uma das savanas mais ricas do mundo. A Mata Atlântica, por sua vez, tem um clima tropical com influência do Oceano Atlântico e é formada, predominantemente, por floresta tropical úmida. Mas ela tem muitos ecossistemas com estruturas e composições florísticas diferentes devido às variedades de solo, relevo e características climáticas existentes em sua ampla área de ocorrência. Um dos fatores para ela ser tão biodiversa.
ÉPOCA: Por que a Mata Atlântica é a única floresta que ouço falar em situação tão crítica, de apenas remanescentes?
Mariana: Porque a Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais devastado. Enquanto ela possui apenas 12,5% de sua vegetação original, o Cerrado tem 52% (dados do MMA) e a Amazônia 82% (Imazon e ISA). Além disso, foi observado o aumento do desmatamento nos últimos dois períodos de registros (INPE e SOS Mata Atlântica). A taxa de desmatamento, que esteve em 14 mil hectares em 2011, foi para 22 mil hectares em 2012 e 24 mil hectares em 2013. É a maior taxa anual de desmatamento desde 2005.
ÉPOCA: Por que a Mata Atlântica é importante para mim que moro no Sudeste?
Mariana: Primeiro, porque a Mata Atlântica é uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade. Além disso, ela é o bioma predominante da região Sudeste (a mais polulosa do país). Aproximadamente, 120 milhões de brasileiros vivem em seu domínio onde são gerados cerca de 70% do PIB brasileiro. Ela tem importância vital prestando importantíssimos serviços ambientais. Por exemplo, ela regula o fluxo dos mananciais hídricos, assegura a fertilidade do solo, suas paisagens oferecem belezas cênicas, controla o equilíbrio climático, protege escarpas e encostas das serras, preserva um patrimônio histórico e cultural imenso. As grandes capitais brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte são completamente abastecidas pelos rios que afloram desses remanescentes florestais.