terça-feira, 24 de junho de 2014

Câmara aprova mudança em aplicação de multas ambientais

Câmara aprova mudança em aplicação de multas ambientais

TV Câmara
Deputado Moreira Mendes (PSD-RO)
Moreira Mendes apresentou parecer favorável ao projeto.
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (3) projeto que redefine a aplicação do dinheiro arrecadado com multas por infrações ambientais. Como o projeto foi aprovado em caráter conclusivo, será enviado ao Senado, a não ser que haja recurso para votação em Plenário.
O texto aprovado é o substitutivo da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável ao Projeto de Lei 4297/08, do ex-deputado Homero Pereira. O relator na CCJ, deputado Moreira Mendes (PSD-RO), votou pela aprovação e apresentou uma emenda de redação apenas para melhorar a técnica legislativa do texto.
Pela proposta, metade do dinheiro arrecadado pelos órgãos ambientais federais será investida no Fundo Nacional do Meio Ambiente. A outra metade será dividida entre projetos em unidades de conservação (como parques nacionais), ações de educação ambiental, licenciamento ambiental, fiscalização e gestão de recursos hídricos.
Já o dinheiro arrecadado pela Capitania dos Portos irá para o Fundo Naval, e as multas cobradas por órgãos ambientais estaduais e municipais serão aplicados de acordo com leis de cada estado e de cada município.
Atualmente, um decreto destina ao Fundo Nacional do Meio Ambiente 20% do valor arrecadado, podendo o percentual ser alterado, a critério dos próprios órgãos arrecadadores. A parte maior – 80%, em princípio – fica com os órgãos ambientais federais, que podem usá-la a livre critério.

Brasil proíbe pesca da piracatinga na Amazônia até 2020

Marina Maciel - Planeta Sustentável - 18/06/2014
Anselmo d’Affonseca
Em conjunto, os ministérios do Meio Ambiente (MMA) e Pesca e Aquicultura (MPA) assinaram instrução normativa que proíbe a pesca e comercialização da piracatinga(Calophysus macropterus) na Amazônia pelos próximos cinco anos. A moratória passa a valer a partir de janeiro de 2015.

Muito apreciada na Colômbia, a piracatinga é um peixe desvalorizado no Brasil por se alimentar de animais em decomposição. Para capturá-lo, pescadores utilizamgolfinhos amazônicos - em especial o boto-vermelho(Inia geoffrensis), também conhecido como boto-cor-de-rosa - e jacarés como isca.

A medida é uma vitória da conservação do boto-cor-de-rosa, afirma Sannie Brum, pesquisadora do Instituto Piagaçu (IPI). 

Estimado em 15 toneladas anuais, o volume de pesca da piracatinga provoca a morte de 66 a 144 botos por ano, revela o estudo desenvolvido por Sannie. Na teoria, o limite seguro de mortes é apenas de 16 espécimes.

Além disso, a reprodução lenta é uma característica da espécie que contribui para sua vulnerabilidade. "Após cerca de dez meses de gestação a mãe pode cuidar de seu filhote por até quatro anos, então a inserção de outro boto na natureza é demorada", diz Sannie
.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) vai focar estudo nas cidades

Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) vai focar estudo nas cidades

Publicado em maio , 2014 por 
poluição do ar

Entre os anos de 2014 e 2016, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) vai focar os estudos e análises nas cidades brasileiras. O anúncio foi feito pela presidenta do Comitê Científico do painel, professora Suzana Kahn, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), durante o seminário Conclusões do 5º Relatório do IPCC (Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), Extremos Climáticos e seus Desdobramentos na Disponibilidade Hídrica e na Geração Elétrica no Brasil.
De acordo com ela, a análise da emissão de gases de efeito estufa nas cidades foi uma das novidades do relatório do IPCC, apresentado no ano passado, dentro do Grupo 3, que analisa as medidas possíveis de mitigação para evitar os efeitos mais nocivos do aquecimento global.
Ela disse que “a população urbana em 2050 é esperada para ser de 5,6 [bilhões] a 7,1 bilhões de pessoas. Quase 70% da população mundial vão estar nas cidades, que consomem mais da metade da energia mundial. Daí a importância de se olhar as cidades quando se está pensando em mitigação das emissões. As cidades também são as que vão sofrer os maiores impactos das emissões, é onde a população está, é onde os danos vão acontecer, ao mesmo tempo em que as cidades são uma grande fonte de emissão. Portanto, deve ser tratada como um setor para reduzir as emissões”.
Com isso, o PBMC vai se dedicar a analisar a situação das cidades brasileiras. “A gente vai trabalhar com a questão da mudança climática em cidades, tanto no diagnóstico de medidas e tecnologias disponíveis [quanto na] adequação às tipologias das cidades. Cada uma tem suas especificidades; medidas de adaptação das cidades brasileiras vulneráveis; medidas urbanas de mitigação de emissões de gases do efeito estufa. Isso acabou de ser aprovado, e a gente vai agora chamar uma reunião do conselho diretor e do comitê científico para discutir o plano de trabalho. As cidades são uma fonte de emissão e também uma fonte de solução para os problemas climáticos”, informou Suzana.
Ela explicou a estrutura do Grupo 3 do relatório, e disse que apenas medidas tecnológicas não serão capazes de manter o aquecimento global dentro da melhor perspectiva, entre os 900 cenários analisados pelos cientistas, que é de subir 2,5 graus Celsius até o final do século. De acordo com Suzana, é necessária uma “profunda descarbonizada da energia”, o que implica em mudanças no atual padrão de consumo energético mundial, muito baseado em combustíveis fósseis. A boa notícia, segundo ela, é que os investimentos previstos em infraestrutura para o setor, nos próximos anos, já contemplam essa mudança.
O professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) Paulo Artaxo explicou as conclusões do Grupo 1 do IPCC, que trata das bases científicas. De acordo com ele, o relatório mais recente reconhece com certeza a influência da atividade humana nas mudanças climáticas, no funcionamento dos ecossistemas, na química da atmosfera e na dinâmica oceânica. Também aponta evidências concretas do aquecimento global, como o aumento da concentração de gás carbônico e de vapor de água na atmosfera, bem como a diminuição da concentração de oxigênio e das geleiras e o aumento da acidez dos oceanos.
A professora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP Maria Assunção Faus da Silva Dias falou sobre o Grupo 2 do IPCC, que trata dos impactos, adaptação e vulnerabilidade. De acordo com ela, um dos maiores graus de confiança nas mudanças climáticas na América do Sul é a diminuição das geleiras nos Andes e o aumento da vazão na Bacia do Rio da Prata. Outro exemplo é o aumento de eventos extremos, como a falta de chuvas, que afetou o nível dos reservatórios de água em São Paulo e em outros estados da Região Sudeste, principalmente.
Para o professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe-UFRJ e secretário executivo do PBMC, o ano vai ser difícil para o Brasil na questão de emissões no setor elétrico, já que choveu pouco e será preciso acionar as usinas termelétricas, que aumentam a emissão de gases de efeito estufa. Ele cita também a falta de competitividade no preço do etanol como alternativa ao combustível fóssil.
“Com base no quinto relatório do IPCC, é óbvio que a preocupação com o enfrentamento à mudança no clima é grande e ao mesmo tempo as políticas para isso são insuficientes, tanto do ponto de vista de mitigação quanto de adaptação. O Brasil tem uma vantagem interessante de ter reduzido muito o desmatamento; isso é positivo. Mas a área de energia se tornou importante, pois está aumentando muito suas emissões”, analisou Pinguelli.
Reportagem de Akemi Nitahara, da Agência Brasil, no EcoDebate, 05/2014

28 sinais de que o planeta está em perigo (e quer ajuda)

SOS TERRA

28 sinais de que o planeta está em perigo (e quer ajuda)

Águas contaminadas, ar poluído, solo degradado, desequilíbrio ecológico, clima em transe...Os alertas são claros: o mundo agoniza — e nós também

-  A  A  +
Vanessa Barbosa
EXAME.com - 05/06/2014

charamelody/Creative Commons

Este 5 de junho é Dia Mundial do Meio Ambiente. Para nós, urbanoides, pode parecer algo distante e vago. Há tempos, a humanidade se distanciou da natureza a ponto de se julgar um ser autossuficiente e independente do meio ambiente. Mas o ritmo das transformações pelas quais o mundo vem passando está se acelerando e seria um perigo ignorar isso.

É preciso resgatar o elo perdido e reconhecer que todos enfrentamos os mesmos desafios e estamos conectados e unidos por um objetivo comum de uma vida próspera e sustentável no planeta. "A Terra é a ilha compartilhada por todos nós. Devemos nos unir para protegê-la", disse o Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon.

Conheça 28 sinais de que o planeta está passando por maus bocados e de que ahumanidade pode ser tão culpada quanto vítima dessa transição.

1. VIVEMOS NUM SÉCULO FEBRIL Treze dos 14 anos mais quentes já registrados na história ocorreram no século 21. O ano de 2013 foi o sexto mais quente desde que os registros modernos começaram em 1850, segundo os dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Os recordes anuais são de 2010 e de 2005, com temperaturas globais cerca de 0,55° C acima da média. O balanço da OMM confirma a tendência de aquecimento global de longo prazo, com temperaturas médias elevadas.

2. O SOLO BOM PADECEA degradação e a desertificação ameaçam as terras férteis do mundo, com consequências alarmantes: insegurança alimentar, pobreza, escassez hídrica e maior vulnerabilidade às mudanças do clima. Segundo a ONU, 24% das terras produtivas do mundo estão degradadas, enquanto 168 países sofrem com a desertificação.

3. A VIDA MARINHA SUFOCA Atualmente, existem cerca de 500 zonas mortas no mundo, que cobrem mais de 245 mil quilômetros quadrados, quase a superfície inteira do Reino Unido. São zonas litorâneas onde a vida marinha foi praticamente sufocada pela poluição.

4. RESPIRAMOS DE MAL A PIOR A poluição do ar nas grandes cidades tem alcançado níveis nada seguros para a saúde humana. Apenas 12% de todas as pessoas do planeta respiram um ar de boa qualidade, segundo estudo recente da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a concentração média de poluentes em suspensão no ar é de 40 microgramas por metro cúbico (mg/m³), o dobro do nível considerado seguro.

5. MUITOS MORREM PELO QUE NÃO TÊMA cada 20 segundos, uma criança morre de doenças diarreicas, em grande parte evitáveis por meio de saneamento adequado, melhor higiene e acesso à água segura. Todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e ausência de políticas de higiene, segundo a ONU.

6. OUTROS MATAM O QUE TÊM Em meio à poluição atmosférica que assola a China, o país enfrenta outra crise ambiental silenciosa e, muitas vezes, invisível: a contaminação das águas subterrâneas. Quase 60% delas estão poluídas, segundo estudo estatal divulgado pela agência Xinhua. A qualidade da água subterrânea foi classificada como "relativamente pobre" em 43,9% das regiões analisadas e "muito ruim" em outras 15,7%.

7. É PARA BEBER OU GERAR ENERGIA?Os recursos hídricos estão sob pressão para atender a crescente demanda global por energia. No total, a produção de energia é responsável por 15% de retirada de água do Planeta. Mas esse número está aumentando e, em 2035, o crescimento populacional, a urbanização e o aumento do consumo prometem empurrar o consumo de água para geração de energia até 20%. Recursos hídricos em declínio já estão afetando muitas partes do mundo e 20% de todos os aquíferos já são considerados sobreexplorados.

8. BATEMOS RECORDES PERIGOSOSPela primeira vez, a concentração mensal de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera superou o nível de 400 partes por milhão (ppm), no mês de abril, em todo o hemisfério norte, segundo dados da Organização Mundial de Meteorologia (OMM). Este limiar é de importância simbólica e científica e reforça a evidência de que a queima de combustíveis fósseis e outras atividades humanas poluentes são responsáveis pelo contínuo aumento de gases do efeito estufa, vilões do aquecimento global.

9. SOFREMOS DESASTRES HISTÓRICOS Eventos extremos, como secas e cheias, se mostram cada vez mais recorrentes e violentos, quebrando todos os recordes. Há um ano, a Europa central enfrentava a pior cheia de sua história, enquanto o Nordeste brasileiro sofria com a pior seca em mais de meio século.
Neste ano, a cheia do século castigou Sérvia e Bósnia, e por aqui, o Rio Madeira atingiu seu maior nível em décadas.

10. PERDEM OS RICOS Os países ricos e emergentes acumulam nada menos do que US$ 1,5 trilhão em perdas econômicas e danos provocados por desastres naturais na última década, segundo um relatório da OCDE. Sem uma ação imediata, estes custos podem subir ainda mais devido às mudanças climáticas. Para reduzir as perdas no futuro, os países precisam investir em resiliência e aumentar sua capacidade de resistir a choques e estresses.

11. PERDE-SE PRODUÇÃO AGRÍCOLA Um estudo feito pelo Grupo Internacional de Consulta em Pesquisa Agrícola (CGIAR, na sigla em inglês) para as Nações Unidas sugere que o aquecimento global pode comprometer, até 2050, cerca de 20% da produção trigo, arroz e milho - as três commodities agrícolas mais importantes e que estão na base de metade das calorias consumidas por um ser humano.

12. PERDEM OS POBRES E FAMINTOS A escalada dos preços dos alimentos é uma questão de vida e morte para as populações que vivem em países em desenvolvimento e que gastam até 75% de sua renda para conseguir comer. Como se não bastasse, os mais pobres também são os mais afetados pelos extremos do clima, uma vez que seus países estão menos preparados para lidar com essas alterações.

13. ENQUANTO 1/3 DA COMIDA VIRA LIXO Um terço dos alimentos produzidos no mundo não são consumidos, o que se traduz no desperdício de até 2 bilhões de toneladas de comida por ano. Segundo o relatório "Global Food; Waste not, Want not", o desperdício é fruto de condições inadequadas de armazenamento e transporte, adoção de prazos de validade curtos, ou compra excessiva por parte dos consumidores. Outro problema é a preferência dos supermercados por alimentos "perfeitos" em termos de formato, cor e tamanho.

14. TAMBÉM GERAMOS SUCATA PÓS-MODERNA (AOS MONTES)O acesso fácil às tecnologias modernas tem um efeito colateral difícil de se digerir. Anualmente, segundo dados da ONU, o mundo gera em média 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano. A maior parte vem de países emergentes, como o Brasil, que ainda não possuem sistema de gestão eficiente para lidar com esse tipo de material. Artefatos eletroeletrônicos contêm materiais que demoram a se decompor - plástico, metal e vidro - e outros altamente prejudiciais à saúde, como mercúrio, chumbo, cádmio, manganês e níquel.

15. E CRIAMOS MORADAS TÓXICASAtualmente, mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo estão expostas à poluição tóxica em níveis superiores aos tolerados pelas organizações internacionais de saúde. Essas populações vivem em regiões contaminadas por metais pesados, pesticidas e até por substâncias radioativas, como o césio. Agbogbloshie (foto), na Gana, é a segunda maior área de processamento de lixo eletrônico na África Ocidental. Através de processos de reciclagem informais, o chumbo é frequentemente liberado no meio ambiente sem controle de segurança ambiental. (Conheça os 10 lugares mais poluídos do mundo e habitados)

16. OS GIGANTES DE GELO COLAPSAM Dois novos estudos, um realizado por pesquisadores da NASA em parceria com a Universidade da Califórnia em Irvine, e outro pela Universidade de Washington, indicam que o derretimento do manto de gelo da Antártida Ocidental atingiu um estado irreversível. Segundo os pesquisadores, esse processo "poderia triplicar sua contribuição ao nível dos oceanos".

17. E ACIONAM UMA BOMBA RELÓGIO O derretimento de gelo no Ártico é uma verdadeira "bomba relógio econômica", segundo os cientistas, que mediram, pela primeira vez, os custos do degelo. A conta é astronômica, algo próximo de US$60 trilhões de dólares, quase o Produto Interno Bruto (PIB) mundial, de US$ 70 trilhões. O degelo intensifica as mudanças climáticas com a liberação de toneladas de gás metano, um gás efeito estufa 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO2). O derretimento dos subsolos árticos congelados, o chamado permafrost, por sua vez contribuiria para o aquecimento adicional do planeta.

18. O DEGELO REDUZ O ALBEDO O degelo tem reduzido o fator de refletividade da região polar, levando a uma maior absorção de energia. Esse poder de reflexão de uma superfície é conhecido como "albedo", uma das forças motrizes para o tempo e o clima. Se a quantidade de energia absorvida muda, isso tem um efeito sobre o balanço de energia da Terra e, finalmente, afeta o nosso tempo e o clima, reforçando os fenômenos das mudanças climáticas.

19. A BIODIVERSIDADE FICA À DERIVA Aproximadamente um terço da biodiversidade dos leitos marítimos polares estão ameaçados de extinção como consequência da mudança climática. A perda progressiva das calotas polares poderia gerar resultados nefastos para o ecossistema das regiões ao permitir uma maior penetração dos raios solares no leito marinho.

20. OS OCEANOS PEDEM AJUDA Os oceanos são os maiores aliados da Terra para a manutenção do seu equilíbrio climático. Eles absorvem grande parte da radiação solar que atinge o Planeta e também funcionam como sumidouros de dióxido de carbono (CO2). Mas esses heróis do clima já se revelam vítimas do aquecimento global. A mudança no PH da água acontece à medida que o CO2 emitido pela atividade humana - originada fundamentalmente pela queima de combustíveis fósseis - é absorvido pelos oceanos. Várias formas de vida marinhas podem ser prejudicadas. Inúmeros estudos mostram que a acidificação interfere principalmente no desenvolvimento das espécies com carapaça ou esqueleto de carbonato cálcico, como corais e moluscos.

21. OS CORAIS PERDEM A FORÇA A maior barreira de corais do planeta vive uma crise ambiental sem precedentes. Relatório recente mostra que a Grande Barreira de Corais Australiana já perdeu mais da metade de sua cobertura (50,7%) nos últimos 27 anos. E, se nada for feito na próxima década, podem restar apenas 5% da formação no ano de 2022. Não para aí. Segundo pesquisa global com mais de 700 espécies de corais, aproximadamente 33 % delas estão ameaçadas de extinção com o crescente aumento de temperatura do planeta.

22. ESPÉCIES PERDEM O RUMO A elevação das temperaturas tem causado o que os cientistas chamam de "estresse térmico" no mundo animal. Durante vinte anos, pesquisadores europeus vêm estudando o movimento de populações de aves e borboletas no continente frente às mudanças cada vez mais constantes no clima. O resultado preocupa: os animais simplesmente não conseguem migrar na velocidade necessária para habitats com condições propícias para a dlimentação e procriação e correm riscoe desaparecer ao se concentrarem em regiões com clima mais hostil. Ou seja, as aves e borboletas europeias estão voando para longe de seus habitats mais adequados, sofrendo com o tal "estresse térmico".

23. AS MUDANÇAS SÃO LENTAS DEMAISO desenvolvimento mundial das tecnologias de energia limpa continua bem abaixo do nível necessário para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. Com a predominância do carvão na geração de energia global, especialmente nos países emergentes, como China e Índia, parece cada vez mais improvável que a meta internacional para limitar o aumento da temperatura média em 2 ºC seja atendida, segundo a Agencia Internacional de Energia.

24. O MAR SOBE E OPRIME Quem disse que a elevação do nível do mar é um problema distante? Estudos já relacionam a elevação do Pacífico às mudanças climáticas. As águas subiram cerca de 20 centímetros nos últimos 200 anos. Segundo os pesquisadores, os maiores picos na elevação do nível do mar aconteceram entre 1910 e 1990, o que pode estar vinculado a intensificação das atividades industriais.

25. OS VENTOS SE ENFURECEM Entre 2001 e 2010, houve 511 eventos relacionados com o ciclone tropical, que resultou em um total de quase 170 mil mortos, mais de 250 milhões de pessoas afetadas e prejuízos econômicos estimados de 380 bilhões de dólares. De acordo com o NOAA, centro de furacões dos EUA, 2001-2010 foi a década mais ativa desde 1855 em termos de ciclones tropicais na bacia do Atlântico Norte. Uma média de 15 tempestades por ano foi registrada, bem acima da média de longo prazo de 12 anos.

26. PRAGAS AVANÇAM A segurança alimentar global está ameaçada pelo surgimento e disseminação de pragas e doenças, um fenômeno estimulado pelo aquecimento global, sugere um novo estudo publicado no periódico científico Nature Climate Change. Segundo os pesquisadores das universidades de Exeter e Oxford, as pragas e patógenos estão se movendo a uma média de 3 quilômetros (Km) por ano. Tal fenômeno, dizem os pesquisadores, constitui mais uma ameaça à produção de alimentos. Atualmente, estima-se que entre 10% e 16% das culturas globais são perdidas devido à pragas e surtos de doenças na agricultura.

27. NOS TORNAMOS INSACIÁVEIS Já somos sete bilhões de pessoas no mundo, comendo, usando energia, poluindo e consumindo cada vez mais produtos em um planeta finito. A pressão sobre os recursos naturais só aumenta. Segundo o Global Footprint Network, uma organização de pesquisa que mede a pegada ecológica do homem no planeta, a diferença entre a capacidade de regeneração da natureza e o consumo humano gera um saldo ecológico negativo que vem se acumulando desde a década de 80, também estimulado pelo crescimento populacional.

28. E O MUNDO FICA MAIS VIOLENTO À extensa lista de efeitos relacionados ao aquecimento global, adicione mais um: a raiva. Um estudo publicado na revista Science diz que a medida que as temperaturas globais aumentam, o nosso temperamento também esquenta. A conclusão foi de que a incidência de guerra e distúrbios civis pode aumentar entre 28% e 56% até 2050. De acordo com o estudo, o aquecimento torna regiões vulneráveis do mundo mais suscetíveis a problemas relacionados com o clima, o que estimularia o deslocamento de pessoas para áreas vizinhas, levando a conflitos.

Árvores


No filme "Senhor dos Anéis" elas andam, falam e decidem o futuro do mundo. Em "Alice no País das Maravilhas", suas raízes escondem o portal para um mundo mágico, onde tudo é possível. 
Depois de tanto caminhar por este Brasil com fim, me pergunto o que elas diriam se fossem coadjuvantes em algum filme qualquer. O que fariam se vissem tudo ao seu redor sendo impiedosamente devastado, restando apenas a si mesmo, num vasto campo árido e quente? Será que dariam um suspiro de alívio por terem sido estranhamente poupada, ou desejariam que também fossem cortadas, encurtando assim seu fatídico destino? 
Na Amazônia, as Castanheiras são proibidas de serem cortadas. Assim, nos campos onde desceram com a floresta para formar pastos, é possível ver estas árvores isoladas, esquecidas no meio do vazio, enquanto alguns poucos bois brigam por uma réstia de sombra. Dizem até que alguns morrem, quando o azar derruba um ouriço de castanha em suas cabeças, que como uma bomba, cai vertiginosamente de quarenta metros de altura!
Mas a ausência de floresta ao seu redor impede também que o inseto que a poliniza faça seu trabalho. Assim, ela, a castanheira, que nasceu para viver quinhentos anos, mingua, seca, perde sua vitalidade até morrer e cair. 
Ou então, alta e isolada num vasto campo que outrora abrigara uma floresta tropical de solo arenoso, é assolada por uma ventania, e sem a sustentação de suas parceiras vegetais, simplesmente cai. 
"Ahh, mas não fomos nós que cortamos, estamos dentro da lei. Ela caiu, foi coisa do céu". Assim numa frase simples, aqueles que correram a floresta com tratores e correntões dizimando enormes áreas em poucas horas, lavam as mãos em seus míseros sessenta anos de vida. Enquanto elas, as árvores, seres viventes mais antigos deste mundo moderno, capazes de viver dois mil anos ou mais, ficam à mercê dos despropósitos humanos. 
Quando as vejo isoladas em vastos campos secos, lutando por um fio de umidade naquele solo sem vida, graciosamente dedicando seus galhos secos às poucas aves que se aventuram a voar naquele ambiente inóspito e quente, lembro de um antigo poema, que escrevi há muito, muito tempo atrás. "Solidão não é ser um único ipê florido numa floresta de eucaliptos. Solidão é ser um ipê florido e não ter ninguém ao redor para compartilhar seu valor." (Verde Magia, 1991). 

domingo, 22 de junho de 2014

Desmascarando as manipulações do IBOPE




É mais fácil descobrir as mentiras do IBOPE do que ganhar uma maratona contra um manco. Vamos a algumas incoerências e manipulações da última pesquisa apresentada pelo instituto, que como anunciei previamente foi encomendada com segundas intenções. Basta que os senhores somem a rejeição de todos os candidatos e ficarão surpresos. Anotem aí: Garotinho, 32%; Cesar Maia, 24%; Lindbergh, 14%; Crivella, 13%; Pezão, 13%, Tarcísio do PSOL, 6%; Miro Teixeira, 13%. A soma atinge 115%. É claro que a pergunta foi formulada da seguinte maneira: "Quem o senhor rejeita e mais qual?". Isso é induzir os eleitores dos outros a escolher o mais conhecido para ser rejeitado porque quer a vitória do seu candidato, é óbvio. A intenção escondida por trás da notícia é passar a mensagem "Garotinho está forte, mas a rejeição é alta".

No segundo turno porém a máscara cai porque conforme o próprio IBOPE manipulado mostrou todos os candidatos perdem para mim. Outra falha do instituto, pelo menos está dito em várias matérias dos jornais de hoje, é que "o candidato Garotinho obtém seu maior desempenho, 36%, entre os eleitores que ganham de um a cinco salários-mínimos". Ora os eleitores que ganham nessa faixa representam mais de 60%, se tenho 36% nesse segmento só aí já me daria 20%, mesmo que obtivesse zero, que não é o caso, em todas as outras faixas de renda. Montenegro continua sendo "pau mandado" do governo do Estado e da Prefeitura do Rio. Seu filho ganha milhões com uma agência de publicidade que trabalha para Cabral - Pezão e Eduardo Paes. Continua fazendo o que sempre fez ao longo da vida, que é servir aos interesses da Globo. O "doutor" Carlos Augusto Montenegro pode botar o seu bigode de molho, mesmo manipulando pesquisas, com a força do povo vamos ganhar a eleição. 

Corte seletivo e fogo fazem Amazônia perder 54 milhões de toneladas de carbono por ano

Corte seletivo e fogo fazem Amazônia perder 54 milhões de toneladas de carbono por ano

Perda equivale a 40% da produzida pelo desmatamento total. Pesquisa cruzou dados de satélites e de pesquisas de campo em 225 áreas

-  A  A  +
José Tadeu Arantes Agência Fapesp - 16/06/2014
Jos Barlow

Pesquisa conduzida por cientistas no Brasil e no Reino Unido quantificou o impacto causado na Floresta Amazônica por corte seletivo de árvores, destruição parcial pelo fogo e fragmentação decorrente de pastagens e plantações. Em conjunto, esses fatores podem estar subtraindo da floresta cerca de 54 milhões de toneladas de carbono por ano, lançados à atmosfera na forma de gases de efeito estufa. Esta perda de carbono corresponde a 40% daquela causada pelo desmatamento total. 


estudo, desenvolvido por 10 pesquisadores de 11 instituições do Brasil e do Reino Unido, foi publicado em maio na revista Global Change Biology



"Os impactos da extração madeireira, do fogo e da fragmentação têm sido pouco percebidos, pois todos os esforços estão concentrados em evitar mais desmatamento. Essa postura deu grandes resultados na conservação da Amazônia brasileira, cuja taxa de desmatamento caiu em mais de 70% nos últimos 10 anos. No entanto, nosso estudo mostrou que esse outro tipo de degradação impacta severamente a floresta, com enormes quantidades de carbono antes armazenadas sendo perdidas para a atmosfera", disse a brasileira Erika Berenguer, pesquisadora do Lancaster Environment Centre, da Lancaster University, no Reino Unido, primeira autora do estudo. 



Segundo Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém (PA), e segunda autora do estudo, um dos motivos dessa degradação ser menos percebida é a dificuldade de monitoramento. "As imagens de satélite permitem detectar com muito mais facilidade as áreas totalmente desmatadas", afirmou. 



"Nossa pesquisa combinou imagens de satélite com estudo de campo. Fizemos uma avaliação, pixel a pixel [cada pixel na imagem corresponde a uma área de 900 metros quadrados], sobre o que aconteceu nos últimos 20 anos. Na pesquisa de campo, estudamos 225 parcelas (de 3 mil metros quadrados cada) em duas grandes regiões, com 3 milhões de hectares [30 mil quilômetros quadrados], utilizadas como modelo para estimar o que ocorre no conjunto da Amazônia", explicou Ferreira. 



As imagens de satélite, comparadas de dois em dois anos, possibilitaram que os pesquisadores construíssem um grande painel da degradação da floresta ao longo da linha do tempo, em uma escala de 20 anos. Na pesquisa de campo foram avaliadas as cicatrizes de fogo, de exploração madeireira e outras agressões. A combinação das duas investigações resultou na estimativa de estoque de carbono que se tem hoje. 



Duas regiões foram estudadas in loco: Santarém e Paragominas, na porção leste da Amazônia, ambas submetidas a fortes pressões de degradação. Nessas duas regiões foram investigadas as 225 áreas. 



"Coletamos dados de mais de 70 mil árvores e de mais de 5 mil amostras de solo, madeira morta e outros componentes dos chamados estoques de carbono. Foi o maior estudo já realizado até o momento sobre a perda de carbono de florestas tropicaisdevido à extração de madeira e fogos acidentais", disse Ferreira. 



Segundo ela, a pesquisa contemplou quatro dos cinco compartimentos de carbono cujo estudo é recomendado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU: biomassa acima do solo (plantas vivas), matéria orgânica morta, serapilheira (camada que mistura fragmentos de folhas, galhos e outros materiais orgânicos em decomposição) e solos (até 30 centímetros de profundidade). "Só não medimos o estoque de carbono nas raízes", disse. 



Para efeito de comparação, foram consideradas cinco categorias de florestas: primária (totalmente intacta); com exploração de madeira; queimada; com exploração de madeira e queimada; e secundária (aquela que foi completamente cortada e cresceu novamente). 



As florestas que sofreram perturbação, por corte ou queimada, apresentaram de 18% a 57% menos carbono do que as florestas primárias. Uma área de floresta primária chegou a ter mais de 300 toneladas de carbono por hectare, enquanto as áreas de floresta queimada e explorada para madeira tiveram, no máximo, 200 toneladas por hectare, e, em média, menos de 100 toneladas de carbono por hectare. 



CORTE SELETIVO TRADICIONAL 
O roteiro da degradação foi bem estabelecido pelos pesquisadores. O ponto de partida é, frequentemente, a extração de madeiras de alto valor comercial, como o mogno e o ipê; essas árvores são cortadas de forma seletiva, mas sua retirada impacta dezenas de árvores vizinhas. 



Deflagrada a exploração, formam-se várias aberturas na cobertura vegetal, o que torna a floresta muito mais exposta ao sol e ao vento, e, portanto, muito mais seca e suscetível à propagação de fogos acidentais. O efeito é fortemente acentuado pela fragmentação da floresta em decorrência de pastagens e plantações. 



A combinação dos efeitos pode, então, transformar a floresta em um mato denso, cheio de árvores e cipós de pequeno porte, mas com um estoque de carbono 40% menor do que o da floresta não perturbada. 



"Existem, hoje, vários sistemas de corte seletivo, alguns um pouco menos impactantes do que outros. O sistema predominante, que foi aquele detectado em nosso estudo, associado ao diâmetro das árvores retiradas e à sua idade, pode subtrair da floresta uma enorme quantidade de carbono", disse Plínio Barbosa de Camargo, membro da coordenação da área de Biologia da FAPESP, que também assinou o artigo publicado na Global Change Biology. 



"Por mais que recomendemos no sentido contrário, na hora do manejo efetivo acabam sendo retiradas as árvores com diâmetros muito grandes, em menor quantidade. Em outra pesquisa, medimos a idade das árvores com carbono 14. Uma árvore cujo tronco apresente o diâmetro de um metro com certeza tem mais de 300 ou 400 anos. Não adianta retirar essa árvore e imaginar que ela possa ser substituída em 30, 40 ou 50 anos", comentou Camargo. 



A degradação em curso torna-se ainda mais preocupante no contexto da mudança climática global. "O próximo passo é entender melhor como essas florestas degradadas responderão a outras formas de distúrbios causados pelo homem, como períodos de seca mais severos e estações de chuva com maiores níveis de precipitação devido às mudanças climáticas", afirmou o pesquisador britânico Jos Barlow, da Lancaster University, um dos coordenadores desse estudo e um dos responsáveis pelo Projeto Temático ECOFOR



Além dos pesquisadores já citados, assinaram também o artigo da Global Change Biology Toby Alan Gardner (University of Cambridge e Stockholm Environment Institute), Carlos Eduardo Cerri e Mariana Durigan (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP), Luiz Eduardo Oliveira e Cruz de Aragão (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e University of Exeter), Raimundo Cosme de Oliveira Junior (Embrapa Amazônia Oriental) e Ima Célia Guimarães Vieira (Museu Paraense Emílio Goeldi).

Terra pode ter reserva subterrânea de água três vezes maior que os oceanos

GEOLOGIA

Terra pode ter reserva subterrânea de água três vezes maior que os oceanos

Redação - VEJA.com - 16/06/2014

Reto Stöckli/NASA Earth Observatory



Cientistas descobriram que uma vasta reserva de água, suficiente para encher os oceanos da Terra três vezes, pode estar confinada centenas de quilômetros abaixo da costra terrestre. A novidade, publicada na sexta-feira (13) na revista Science, pode transformar o que se sabe atualmente sobre a formação do planeta.

A água estaria presa em um mineral chamado ringwoodita, cerca de 660 quilômetros abaixo da superfície. Devido à estrutura de cristal, esse mineral atrai hidrogênio e retém a água. Steve Jacobsen, pesquisador da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, e coautor do estudo, disse ao jornal britânico The Guardian que se 1% do peso das rochas localizadas na zona de transição (parte do manto terrestre, que fica abaixo da crosta, a superfície) for de água, essa quantidade seria equivalente a quase três vezes a dos oceanos.

A descoberta indica que a água da Terra pode ter vindo de seu interior, levada à superfície pela atividade tectônica, em vez de depositada por cometas que atingiram o planeta durante sua formação, como afirmam as teorias atuais. "Eu acredito que estamos finalmente vendo evidências de um ciclo da água completo na Terra, que pode ajudar a explicar a vasta quantidade de água líquida na superfície do nosso planeta. Os cientistas têm procurado essas águas profundas há décadas", disse o pesquisador.

A pesquisa foi feita com base em dados do USArray, uma rede de sismógrafos americana, que mede as vibrações de terremotos. Para Jacobsen, essa água oculta pode servir como apoio para os oceanos na superfície, o que explicaria por que eles se mantiveram do mesmo tamanho por milhões de anos

.

sábado, 21 de junho de 2014

Um exemplo de civilidade: japoneses voltam a recolher seu lixo após partida

Um exemplo de civilidade: japoneses voltam a recolher seu lixo após partida

Sacos foram usados também para fazer festa durante empate sem gols com
a Grécia em Natal. Depois do jogo, serviram na limpeza na Arena das Dunas

Por Natal, RN
 
A Copa do Mundo é realmente uma oportunidade única de aprender com outras culturas. A exemplo do que aconteceu na Arena Pernambuco, na derrota da sua seleção para a Costa do Marfim, os torcedores japoneses voltaram a recolher o lixo produzido durante o empate sem gols com a Grécia, na Arena das Dunas, em Natal. Munidos de sacos de lixo, eles deram nova lição de civilidade e educação após o fim da partida – curiosamente, os mesmos sacos foram enchidos de ar e serviram para ajudar na bonita festa nas arquibancadas. O estádio recebeu 39.485 pessoas.
torcida japoneses recolhendo lixo após jogo (Foto: Chandy Teixeira)Torcedor japonês recolhe o lixo após o jogo na Arena da Dunas, em Natal (Foto: Chandy Teixeira)


O que é uma surpresa para o povo brasileiro, para os japoneses não passa de rotina. O ato de recolher o lixo chamou tanto a atenção quanto o jogo – fraco tecnicamente, diga-se de passagem. Contagiados, os demais torcedores passaram a ajudar na limpeza.

– Isso é fantástico. Um exemplo enorme para nós, brasileiros. Temos mais é que ajudá-los. A Copa do Mundo tem isso de bonito. Trouxe meus dois filhos, e o exemplo está garantido – disse o engenheiro Ney Wagner Dutra.
torcida japoneses recolhendo lixo após jogo (Foto: Chandy Teixeira)À frente, o orgulho da civilidade. Ao fundo, japonês pede a outro torcedor para jogar o lixo no saco (Foto: Chandy Teixeira)


Antes mesmo do fim do jogo, já era possível perceber os japoneses recolhendo o lixo. Inclusive, indo a outros setores para limpar a sujeira deixada por outras pessoas. Resultado: lances e mais lances de arquibancadas sem lixo no setor onde a torcida do Japão ficou concentrada.

– Nós sempre fazemos isso, e é bacana que os brasileiros tenham nos ajudado. Não sabíamos que seria assim tão comentado. Estão tirando fotos nossas – disse um dos japoneses, surpreso com a atenção dada a algo que, para eles, é tão comum.
torcida japoneses recolhendo lixo após jogo (Foto: Chandy Teixeira)Exemplo de educação: sacos com o lixo recolhido são deixados em local devido após o serviço (Foto: Chandy Teixeira)


Dentro de campo, o Japão não mostrou um futebol à altura da civilidade mostrada pelos seus torcedores. Lutou o tempo todo, mas ficou no 0 a 0 com a Grécia e agora decide a sua vida na próxima terça-feira, dia 24, às 17h (de Brasília). Os Samurais Azuis enfrentam a Colômbia na Arena Pantanal, em Cuiabá, e precisam não apenas da vitória sobre a líder e já classificada seleção cafetera. Torce para que a Costa do Marfim não vença a Grécia. A combinação faz com a segunda vaga seja decidida nos critérios de desempate, pois terminaria com quatro pontos ao lado de marfinenses ou gregos.
torcida japoneses recolhendo lixo após jogo (Foto: Chandy Teixeira)Os sacos de lixo serviram para fazer festa nas arquibancadas antes e durante a partida (Foto: Chandy Teixeira)