quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Cantareira não atinge Paraíba

Carolina Barbosa
Fotos: Rodrigo Silveira
O sistema Cantareira atingiu a superfície das comportas com o nível em 29,3% de sua capacidade, ontem. Para o diretor do Comitê do Baixo Paraíba do Sul, João Siqueira, apesar do alcance dessa porcentagem, ainda é pouco. Ele informou que o Paraíba está apenas com 18% da capacidade em seus reservatórios. Em Campos, após chegar a 7,5 metros há 15 dias, o rio voltou a baixar e está com 6m, nível próximo dos 5,8 m considerado normal pela Defesa Civil para esta época do ano. Para o ambientalista Aristides Soffiati, a transposição do Paraíba do Sul para o sistema Cantareira não afetará muito a região do Baixo Paraíba.
Segundo o site Agência Brasil, “as informações da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), do dia 29 para ontem, o sistema recebeu mais 5,4 milímetros (mm) de água, elevando para 258,2 mm o volume captado desde o início deste mês, acima do esperado para todo o mês de dezembro (219,4 mm)”, acrescentando ainda que faltam mais 0,2 bilhões de litros de água para repor toda a água utilizada da reserva técnica.
Ainda de acordo com João Siqueira, o Paraíba foi escolhido para transposição por ser o projeto mais rápido de ser executado. “O processo de Jaguari já foi aprovado. A Cantareira hoje (ontem) está com essa porcentagem, mas está no volume morto ainda. E nós do Paraíba aqui estamos com 18% apenas da capacidade. Todo verão os reservatórios do Paraíba deveriam chegar a pelo menos 80%. Não vamos chegar esse ano. Então ano que vem vai ter seca ainda. Certamente ele (Cantareira) vai precisar de água do Paraíba mais pra frente. Isso já foi um acordo feito entre os governadores, não vão voltar atrás. São Paulo está fazendo a obra. No dia que for para bombear a água, terá que ver a anuência de Minas Gerais, Rio de Janeiro para permitir que São Paulo retire água. Só vai tirar quando estiver sobrando água para nós”.
Também segundo João, a obra da transposição deve terminar em agosto e setembro de 2016. “A previsão inicial foi essa. Até concluir a obra e bombear a água deve levar mais um tempo. O Cantareira não suporta mais a quantidade de pessoas que ele abastece, cerca de 20 milhões de pessoas. São Paulo já previa buscar água que não fosse de Cantareira. São nove opções, uma delas, seria o Paraíba. Com toda a certeza a transposição vai acontecer”, disse.
Para o ambientalista Aristides Soffiati, São Paulo vai insistir na transposição. “Deu pra perceber que esse nível que o Cantareira atingiu é muito pouco. É preciso chover muito mais para chegar pelo menos a 35% acima do volume morto. Acho que a transposição não nos afeta muito. Acho que nossa garantia são os rios de Minas Gerais, porque a cidade do Rio de Janeiro pega 2/3 do rio Paraíba para ela. Acho que a transposição é uma briga entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo”, concluiu o ambientalista.
RJ terá 20 metros cúbicos preservados
Também segundo a Agência Brasil, o sistema Cantareira opera no volume morto ou reserva técnica (água bombeada abaixo das comportas) desde maio de 2014.
Já a transposição prevê a transferência de 5.100 litros/s, em média, da represa Jaguari, em Igaratá, para a represa Atibainha, em Nazaré Paulista. Será usada uma adutora de 13,4 km. Em Campos, o Comitê do Baixo Paraíba e Itabapoana elaborou um documento em conjunto com a Agência Nacional de Águas (ANA), Inea e Ceivap, em que um dos seus artigos, fica estabelecidos que 20 metros cúbicos de água sejam preservados no Estado do Rio.
FONTE FOLHA DA MANHA

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