sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Temporada de desova de tartarugas marinhas tem início no Brasil

Out.2015
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Com o início de mais uma temporada de desova de tartarugas marinhas no Brasil, que vai de setembro de 2015 a março de 2016 nas áreas continentais, o Projeto Tamar, que conta com nosso apoio, mobilizou equipes para monitorarem as praias da costa onde os animais depositam ovos e acompanharem o processo de nascimento. Nos estados da Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Rio de Janeiro, 100 pescadores-tartarugueiros a serviço do Tamar e cerca de 60 trainees e estagiários cuidam do monitoramento noturno e diurno de 1.100 km de praias para flagrar fêmeas que chegam para desovar na areia. É o momento, então, de coletar material biológico (tecido, sangue) para análise genética, registrar dados morfométricos (tamanho, forma do casco) e proteger os ninhos, mudando de lugar os localizados em área de risco, até que os ovos eclodam e os filhotes rumem para o mar em segurança.
“Como o calor da areia dificulta a postura durante o dia, ao anoitecer as tartarugas fêmeas adultas buscam as praias para desovar. Com as nadadeiras, preparam uma espécie de cama na areia e ali abrem um buraco de cerca de meio metro de profundidade, onde será o ninho. Cada ninho vai alojar, em média, 120 ovos, esféricos, com casca calcária, do tamanho de uma bola de tênis de mesa. Dependendo da espécie, cada fêmea poderá realizar de três a 13 desovas na mesma temporada de reprodução, com intervalos variando entre nove e 21 dias”, conta o oceanógrafo e coordenador do Projeto Tamar, Guy Marcovaldi.
Na hora da desova, o responsável do Tamar que avista a tartaruga aproveita para medi-la, marcá-la com aro de metal identificador nas nadadeiras. Caso isso ainda não tenha ocorrido, coleta material biológico para estudo clínico e genético, além de registrar dados morfométricos. Assim, avistada outras vezes, essa tartaruga poderá ser melhor acompanhada pelo Tamar, que manterá as informações no banco de dados do projeto, o Sitamar, e poderá comparar o crescimento da tartaruga, rotas, comportamento, entre outros itens, e aferir taxas de sobrevivência.
No dia seguinte ao da postura, cada ninho é demarcado in situ, isto é, no local original onde a fêmea pôs os ovos. Quando necessário, devido a ameaças humanas ou por parte da natureza (pássaros ou caranguejos que desejem se alimentar dos ovos, etc.), as desovas são transferidas para locais seguros, tais como outros trechos de praia longe da ação das marés ou cercados próprios de incubação situados nas bases do Tamar.
Guy Marcovaldi destaca: “Segundo dados que apuramos, o projeto Tamar já alcançou mais de 13 mil pessoas de 2005 a 2015. Graças à sensibilização, educação ambiental e inclusão social junto a comunidades locais e turistas no âmbito do projeto, cerca de 80% dos ninhos permanecem no local original”.
Os ninhos serão monitorados até que as tartaruguinhas nasçam, em intervalos de 45 a 60 dias a depender do calor do sol, atinjam a superfície e corram para o mar, orientando-se pela luminosidade do horizonte. Os nascimentos ocorrem geralmente à noite, quando as tartaruguinhas, de cor escura, não são avistadas por predadores com facilidade. Eventualmente, em dias nublados ou chuvosos, podem ocorrer nascimentos durante o dia, por conta do resfriamento da areia. Os filhotes de tartaruga marinha já nascem medindo cerca de 5 cm.
A temperatura da areia durante o período de incubação determinará o sexo dos filhotes. Temperaturas mais baixas (em média, abaixo dos 29ºC) gerarão machos. Temperaturas mais elevadas (em média, acima dos 30ºC) gerarão fêmeas. Em 2014, segundo registro do Tamar, 1,2 milhão de filhotes de tartaruga marinha nasceram no Brasil.
Programa Petrobras Socioambiental
Desde 1983, o Projeto Tamar conta com nosso apoio por intermédio do Programa Petrobras Socioambiental: Desenvolvimento Sustentável e Promoção de Direitos.Investimos em projetos de todo o Brasil, com foco nas linhas de atuação Produção Inclusiva e Sustentável, Biodiversidade e Sociodiversidade, Direitos da Criança e do Adolescente, Florestas e Clima, Educação, Água e Esporte.
Postado em: [Sociedade e Meio Ambiente]

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