Pensando sobre a crise hídrica em um âmbito mais amplo, o engenheiro em Sistemas Urbanos e Ambientais, Ludovic Freire Gomes, aponta algumas implicações a médio e curto prazo de um colapso no sistema de abastecimento de água, entre elas: crise sanitária e social; água de menor qualidade e poluída; racionamento permanente durante todo o ano, com horários definidos para uso de água; aumento dos impostos e do preço da água; e risco de corrupção devido à competição para o acesso à água.
Segundo o promotor de justiça do Ministério Público de São Paulo, Ricardo Manuel Castro, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) não tem tratado corretamente a água do volume morto, até então pouco utilizada para consumo. A companhia negou a afirmação declarando trabalhar com padrões rígidos de qualidade, além de já utilizar o volume morto há mais de quatro décadas para abastecer os municípios da região de Campinas sem registro de qualquer problema à saúde da população.
O mesmo vale para o aumento nas contas de água no Estado de São Paulo, que, do final do ano passado até aqui, já tiveram dois reajustes, ambos sob o argumento da crise hídrica: um de 6,49%, em dezembro de 2014, e outro de 15,24% em junho deste ano.
Quanto ao racionamento, há indícios de ele já vem sendo praticado desde que a crise começou a se agravar no ano passado, ainda que a Sabesp tenha negado. No entanto, de acordo o tecnólogo Marzeni Pereira, funcionário da Sabesp há mais de duas décadas, a companhia estaria fechando o registro de água, o que justificaria a ausência de fornecimento em algumas regiões.