sábado, 16 de maio de 2015

Governo do estado deve R$ 87 milhões a fornecedores de hospitais

Pacientes internados no corredor do Hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes Foto: Extra / Pâmela Oliveira/20.03.2015
A dívida do governo do Rio com as 39 empresas terceirizadas que prestam serviço a 20 hospitais do estado chega a R$ 87 milhões, de acordo com um levantamento da Associação das Empresas Prestadoras de Serviços do Rio de Janeiro (Aeps-RJ), feito com exclusividade para o EXTRA. Uma greve de funcionários do Hospital Rocha Faria, em Campo Grande; do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (Iecac), no Humaitá; e do Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, mostrou as consequências do problema: montanhas de lixo por corredores e salas de atendimento, além de pacientes com alimentação improvisada. “O Estado tem 30 dias para pagar. Audita e paga. Acontece que tem conta atrasada há seis meses. E está se esgotando a capacidade de as empresas pagarem seus funcionários. Os bancos já não estão mais emprestando dinheiro. A situação está caótica”, protesta o presidente da Aeps, José de Alencar.
Segundo a empresa que presta serviço de limpeza ao Rocha Faria, o estado está com o pagamento atrasado há três meses e meio, com um montante que chega a R$ 1,5 milhão. Por isso, funcionários pararam de trabalhar no último domingo, levando familiares de pacientes a assumirem a responsabilidade pela higiene nas enfermarias. Vídeos mostram que até médicos retiraram o lixo das salas de atendimento.
No Aloysio de Castro, equipes da Comlurb foram chamadas de forma emergencial, na última segunda-feira.
De acordo com a AEPS-RJ, entre os 20 hospitais, a dívida com limpeza e coleta de resíduos chega a R$ 15 milhões. No setor de vigilância, R$ 10 milhões. Fornecedores de alimentação aguardam para receber R$ 16 milhões. O maior débito, de R$ 46 milhões, é com empresas de apoio técnico, que contratam maqueiros, copeiros e recepcionistas, entre outras funções.
A sala de trauma é transformada em sala vermelha, na emergência do Hospital estadual Carlos Chagas: superlotação Foto: Cremerj/30.04.2015 / Divulgação
No Carlos Chagas, estoque de dieta enteral pode acabar nesta quarta-feira - A crise financeira que atingiu as unidade de saúde gera situações dramáticas: médicos do Hospital Estadual Carlos Chagas (HECC), em Marechal Hermes, denunciam que o estoque de alimentação para pacientes com sonda está perto do fim. Chefes de equipes já avisaram aos profissionais que a reserva de dieta enteral só dura até esta quarta-feira. “Esses pacientes estão recebendo uma alimentação especial, específica para alguns casos e mais cara. Como não tem da outra, estamos dando essa mesmo para todo mundo que precisa”, revela uma profissional: “Passaram para a gente que o contrato com o fornecedor acabou. Os pacientes com sonda vão ficar sem dieta”.
A Secretaria estadual de Saúde (SES) informou que está readequando o estoque de dieta enteral para atender a demanda do Carlos Chagas. Em nota, afirmou que “não há e não haverá falta dessa dieta para os pacientes internados”. Sobre a paralisação do serviço de limpeza no Rocha Faria, a direção da unidade afirmou que equipes da Comlurb atuam, desde segunda-feira, para normalizar a limpeza e o recolhimento de lixo. Afirmou, ainda, que, desde o fim de semana, funcionários de limpeza de outras unidades foram mobilizados.
Quanto ao pagamento dos funcionários da limpeza no Rocha Faria, a Secretaria de Saúde informou que o vencimento ocorreu na última sexta-feira, quando foi feita a programação de desembolso, a fim de regularizar a situação. A Secretaria de Fazenda afirmou que o pagamento para a prestadora do serviço foi feito nesta terça-feira.
Sobre a dívida com os fornecedores, a SES informou que está atuando, com a Secretaria de Fazenda, para a regularização de repasses e pagamentos atrasados.
Fonte: Extra e BLOG DO BASTOS

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