quinta-feira, 26 de março de 2015

Vamos semear água?

Vamos semear água?Afonso Capelas Jr. - 02/2015 

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Já escrevi, neste espaço, sobre a carência de vegetação nativa à beira de nascentes e mananciais como uma das grandes causas da secura em que vive o Sudeste. É um assunto que desperta o interesse e a revolta dos leitores deste blog. Muitos deles têm enviado mensagens indignadas questionando por que as autoridades ditas competentes não investem no reflorestamento dessas áreas. Pois então, se o poder público – formado por políticos que nós mesmos elegemos – não faz a sua parte é chegada a hora de nós, cidadãos, colocarmos a mão na massa.
Há pelo menos três organizações não governamentais dispostas a promover um verdadeiro mutirão de replantio de espécies de Mata Atlântica na região do Sistema Cantareira e de outros reservatórios. Uma delas é a Fundação SOS Mata Atlântica,com seu programa Clickarvore. Formado há quinze anos por uma parceria entre empresas, viveiros de mudas, proprietários de terras em regiões de Mata Atlântica e internautas, o Clickarvore atingiu 23 milhões de mudas doadas em 2012.
Agora, o programa da SOS Mata Atlântica pretende doar um milhão de mudas apenas para recuperar matas nativas ao redor das bacias que formam o Cantareira. Você também pode ajudar nessa tarefa. Até mesmo definindo onde as mudas devem ser plantadas. Basta clicar aqui, fazer seu login e participar.
Outra ONG que embarcou no mutirão é o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ). A organização criou a campanha Doe árvores e plante a água do futuro. Funciona assim: você entra na página da campanha no Facebook e faz uma doação em dinheiro. A ajuda pode ser desde R$ 20 para uma árvore plantada até R$ 100 para cinco árvores.
A sede do IPÊ fica na cidade de Nazaré Paulista, bem próxima do Sistema Cantareira e é lá que a ONG faz os plantios. Cerca de trezentas mil árvores já foram plantadas na região. A meta é alcançar um milhão delas. Para ajudar entre na página do IPÊ no Facebook e faça a doação desejada.
Instituto Brasileiro de Florestas (IBF) é outra ONG voltada para o reflorestamento de regiões em todo o Brasil. E também entrou na empreitada para tirar o Cantareira da lama. Com o projeto Plante Árvore, o instituto produz mudas de espécies nativas e depois doa aos proprietários de terras próximas aos mananciais. Depois de devidamente plantadas fica proibido o corte futuro das árvores.
O projeto do IBF é voltado para quem tem algum pedaço de chão perto do Cantareira. Dessa forma, se você tem ou conhece quem tenha um sítio, terreno ou fazenda por lá pode preencher o cadastro online e solicitar gratuitamente as mudas ou até mesmo sementes de espécies nativas.
Claro que reflorestar e conservar essas áreas de vegetação não é uma medida de efeito imediato. Mas em menos de cinco ou seis anos as nascentes, rios e córregos que abastecem os mananciais estarão protegidos e garantirão mais água nos reservatórios, mesmo nos períodos de longas estiagens.
Hoje, ao contrário, o panorama é este, de acordo com os números do IPÊ: 49% das áreas de preservação permanente (APP) – ou seja, aquelas que deveriam ter vegetação em pé – estão ocupadas por pastagens degradadas. Outros 11% estão cobertos por eucaliptos.
Como se sabe, pastos facilitam a erosão e não retêm as águas das chuvas no subsolo. Já os eucaliptos – espécie que não é nativa da Mata Atlântica – precisam de muita água para se desenvolver. Depois de prontos para o corte sua madeira é retirada. Então tornam a crescer e consumir mais água.
Vamos ajudar a salvar o Cantareira?

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