terça-feira, 24 de março de 2015

Pecuaristas se unem por ração

Pecuaristas se unem por ração

Renato Wanderley
Foto: Genilson Pessanha 
Com as pastagens praticamente dizimadas pela seca que castiga a região há cinco meses, pecuaristas de Campos vão se encontrar com o secretário municipal de Agricultura, Eduardo Crespo, sexta-feira, às 10h, no Sindicato Rural de Campos, para pedir que a prefeitura financie a compra de ração concentrada para alimentar o gado. De acordo com presidente da entidade, José do Amaral, a situação dos pecuaristas é desesperadora, e muitos tiveram que suspender a produção leiteira por já não ter como alimentar o gado. Muitos animais morreram, causando ainda mais prejuízos aos produtores.
José do Amaral explicou que pretende reunir um número expressivo de produtores para conversar com o secretário. “Em Campos, acredito que sejam mais de mil pecuaristas nesta situação. Vamos propor a secretário que a prefeitura financie, até por meio do Fundecam, a compra e o transporte de ração concentrada para o gado. A situação da categoria é crítica, sendo que grande parte se encontra descapitalizada em função da seca. Já não há pastoreio para o gado. A solução foi pedir ajuda ao poder público para que financie compra de ração neste momento ruim. Por isso, contamos com a participação de um grande número de pecuaristas nesta reunião de sexta-feira”, contou José do Amaral.
Ainda de acordo com o presidente do Sindicato Rural, a produção leiteira do município caiu para menos da metade. “Na pecuária leiteira, o prejuízo é muito grande. A produção caiu para menos da metade. Muitas famílias preferiram interromper a produção por falta de pastos. Na pecuária de corte, a situação não é muito diferente. O gado magro, sem peso, perdeu o seu valor no mercado. É muito difícil a situação que estamos passando”, destacou o ruralista.
Sobre chuvas, José do Amaral tem esperanças que elas cheguem ainda em março, para fechar o verão. Ele lembra que o período outono-inverno é seco na região, com raras precipitações. “Já são cinco meses sem chuvas. Mas para recuperar as pastagens, é preciso que chova bastante. Depois disso, a vegetação ainda leva um certo tempo para brotar. Se não chover até abril, a situação vai se agravar, porque depois vem o período seco na região. Tenho esperança que chova neste final de março. Todos os dias ameaça e ela não cai. Numa hora dessas, ela virá, com a força que todos esperam”, disse José do Amaral.
Em São João da Barra, 200 toneladas disponíveis
Os efeitos da longa estiagem em São João da Barra uniram produtores e prefeitura para encontrar soluções visando a manutenção da produção agropecuária do município. A ação principal foi a compra de mais de 200 toneladas de ração para o gado de corte e leiteiro. Duas remessas de 64 e 60 toneladas já chegaram e mais 120 estão a caminho.
Silagem de milho, ração volumosa e azevém foram os tipos de ração distribuídos e utilizados. E a boa notícia é que houve grande aceitação por parte dos animais, além do ótimo ganho de peso e reação na produção leiteira. Vale ressaltar que são produzidos de 4.500 a 5 mil litros de leite por dia e, devido à seca, este número foi reduzido em até 40%. Além de prejudicar o movimento local, a queda na produção também diminuiu a venda de manteiga e queijo para outros municípios.
18/03/2015 11:00

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo sua participação e opinião !