sábado, 21 de fevereiro de 2015

ONU inicia negociações para tratado de biodiversidade marinha


ONU inicia negociações para tratado de biodiversidade marinhaJosé Eduardo Mendonça - 01/2015 

Seria o primeiro a lidar especificamente com a questão
diversidade biológica nos oceanos teve uma queda dramática desde o começo da industrialização, no século 19. As causas primárias incluem a destruição de habitats por sobrepesca, poluição e eutroficação dos mares, assim como pela progressão constante da mudança do clima. Este processo de declínio acontece talvez de forma inédita na história.
Mas, ao mesmo tempo, foi identificada apenas uma pequena fração das espécies de mar profundo e dos oceanos polares, o que torna mais difícil registrar e avaliar as perdas.
Os ecossistemas marinhos desempenham certas funções crucialmente importantes. Uma delas é a produção de biomassa do sol e nutrientes (produção primária), que representa a fonte básica de alimentação para toda a vida nos oceanos e, em parte significativa, para os humanos.
Cerca de metade desta produção primária, em todo o mundo, é conseguida por plantas microscópicas, os fitoplânctons. Outra função é a de criar habitats, ou estruturas, no sistema costeiro. Microalgas, grama marinha e corais, por exemplo, formam grandes florestas, pastos e recifes submersos, que são habitats de moluscos, crustáceos e peixes.
Tudo isso se encontra agora sob ameaça. Por esta razão foi saudado por ambientalistas o anúncio feito pela ONU, no sábado, do início de negociações para aproteção da biodiversidade marinha em áreas oceânicas além de águas territoriais. O tratado seria o primeiro a tratar especificamente da questão, e envolveria a preservação de grandes extensões ameaçadas por poluiçãosobrespesca eaquecimento global.
A maioria das nações concorda com ação rápida, mas alguns países, como Estados Unidos, Rússia, Canadá, Islândia e Japão mostravam relutância. O tratado representaria zonas internacionais que perfazem 64% dos oceanos do mundo e um total de 43% da superfície da Terra.
“É a maior biosfera do planeta e não existe instrumento legal a estabelecer parques nacionais para sua proteção”, disse Karen Sack, da instituição Pew Charitable Trusts. “O acordo de hoje pode ser um grande passo para a proteção da qual os altos mares precisam desesperadamente”, afirmou Sofia Tsenikli, do Greenpeace. A concordância foi conseguida depois de quatro dias de discussões em Nova York, e ainda precisa ser aprovado pela Assembleia Geral da ONU, para o tratado que surgiria em 2018, na melhor das hipóteses, informa o Phys Org.

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