quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Refúgio sob as águas

Refúgio sob as águas

Biólogos e ambientalistas defendem a transformação do Arquipélago de Alcatrazes, no Litoral Norte de São Paulo, em um parque nacional marinho

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Luciano Candisani

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O Arquipélago de Alcatrazes, no Litoral Norte de São Paulo, tem uma história de infortúnios ambientais. As ilhas já foram usadas para extração de guano - fezes de aves ricas em fosfato - e para exercícios da Marinha. Milhares de aves ali residentes, especialmente as fragatas, sofreram baixas com bombas disparadas de navios para alvos pintados nas rochas. Há dez anos, um incêndio provocado por projéteis destruiu boa parte da vegetação. As intervenções militares minguaram com a pressão dos ecologistas e hoje estão restritas à pequena Ilha da Sapata. A proibição à visitação imposta pela Marinha, porém, permanece, espantando o turismo e os barcos depesca predatória cuja ação dizimou estoques de peixes em águas vizinhas.

Agora, um estudo da Rede Nacional de Biodiversidade Marinha (Sisbiota-Mar) aponta Alcatrazes como um dos mais importantes refúgios de peixes do país. O estudo reafirma a importância ecológica do arquipélago e fortalece a proposta de criação de um parque nacional marinho na área, uma reivindicação antiga de ambientalistas e pesquisadores. "Essas ilhas nos oferecem um vislumbre do que os costões rochosos do Sudeste e do Sul do Brasil um dia foram.

Quase tudo lá, em relação aos peixes, é maior do que a média", destaca o biólogo Renato Morais, da Universidade Federal de Santa Catarina, ao analisar dados coletados ao longo da costa e em ilhas oceânicas como Fernando de Noronha e Trindade.

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