sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Área de recarga do aquífero Guarani seca com estiagem em Ribeirão Preto

Área de recarga do aquífero Guarani seca com estiagem em Ribeirão Preto

Publicado por http://www.agsolve.com.br/
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 Lagoa do Saibro, na zona leste, pode ser atravessada a pé, diz aposentada. Para ambientalista, projeto de arborização das margens deve ser prioridade
Lagoa do Saibro, em Ribeirão Preto (SP), tem volume de água rebaixado devido a estiagem (Foto: Silvana Santos/VC no G1)
Lagoa do Saibro tem baixo volume de água devido ao período de estiagem (Foto: Silvana Santos/VC no G1)
A estiagem prolongada preocupa moradores de Ribeirão Preto (SP), já que a falta de chuvas tem afetado diretamente o volume de mananciais responsáveis pela recarga do aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios de água subterrânea do mundo. Na Lagoa do Saibro, na zona leste da cidade, a margem já recuou cerca de dez metros, o que causou espanto à aposentada Silvana Regina dos Santos, que enviou fotos da situação pelo VC no G1. Para a ambientalista Simone Kandratavicius, é preciso instituir um trabalho urgente de arborização das margens.
As últimas chuvas que atingiram Ribeirão ocorreram entre os dias 25 e 28 de julho. Entretanto, o volume de água que caiu - 20,3 milímetros, segundo dados do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas (Ciiagro) - não foi suficiente para recuperar os rios da região, como o Pardo, que marcou nesse mesmo período 57,9 centímetros de profundidade, enquanto a média para o mês nos últimos dez anos era de um metro, de acordo com Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE).
Falta proteção
Moradora do bairro Jardim Interlagos, Silvana conta que o nível da Lagoa do Saibro está tão baixo, que é possível atravessá-la a pé. A aposentada diz também que sabe da existência de um projeto de recuperação da área ao redor da lagoa, mas reclama que a implantação é lenta. Além disso, podas de árvores e galhos secos são deixados por moradores e pela própria Prefeitura no local. "Faz tempo que a lagoa está abandonada. Dias atrás, as margens estavam repletas de lixo. A Prefeitura até limpou, mas não há proteção para evitar a poluição. Antigamente, a lagoa quase pegava na rua. Hoje em dia está horrível", reclama a aposentada.
A ambientalista Simone Kandratavicius confirma a importância da lagoa para recarga do Aquífero Guarani e explica que deveria existir um trabalho continuo de arborização das margens. "As lagoas são de contenção de água da chuva e não possuem nascentes. Com a estiagem, a tendência é secar. Se houvessem árvores naquela área, isso contribuiria para a manutenção da qualidade e da quantidade de água no local", afirma.
Restos de podas de árvores são deixados às margens da lagoa (Foto: Silvana Santos/VC no G1)
Restos de podas de árvores são deixados às margens da lagoa (Foto: Silvana Santos/VC no G1)
Ainda de acordo com Simone, a demora da Prefeitura em implantar um projeto que contemple a recuperação da área prejudica indiretamente o nível do aquífero. "Embora o volume da lagoa ainda dependa muito das chuvas, as árvores evitariam que a seca ocorresse tão rápido. Aquela é uma região priroritária para deixar permeável. Esse tipo de obra deveria ser prioridade."
Nota da redação: Questionada sobre a existência de um projeto de arborização da área no entorno da Lagoa do Saibro, a assessoria da Prefeitura de Ribeirão Preto informou, em nota, que a Secretaria do Meio Ambiente realiza estudos para obter autorizações do Ministério Público, Cetesb e DAEE para que possa executar as obras necessárias no local.
Fonte: G1 Ribeirão Preto

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