quarta-feira, 18 de junho de 2014

El Niño será um desastre para os recifes de corais

El Niño será um desastre para os recifes de coraisJosé Eduardo Mendonça -06/2014

6325204318_691e8e2a30_z
Tempo extremo deve atingir América do Sul e Ásia
Cada vez mais cientistas estão prevendo que um grande evento do El Niño (alterações significativas de curta duração, de 12 a 18 meses, na distribuição da temperatura de superfície no Pacífico) pode levar destruição à América do Sul e Ásia, com enchentes, secas, e outros extremos do tempo prejudicando indústria e agricultura.
No entanto, os impactos sobre recifes de corais em todo o mundo seriam ainda mais desastrosos. O último grande El Niño, de 19997/98, causou o pior branqueamento de corais da história registrada. No total,  16% deles foram perdidos, e até 90%, no caso das Maldivas.
O Bureau Australiano de Metereologia sugere que há uma chance de ocorrência do fenômeno este ano, e os sinais são que ele rivalizará com o evento de 1998. Isto significará um problema de sérias proporções para o chamado Triângulo de Coral, uma bio-região no do sudeste da Ásia, que abriga mais espécies marinhas que qualquer outro lugar do planeta.
“Em 1998, o Triângulo de Coral começou a branquear em maio, e isto aconteceu até setembro,” disse na sexta-feira Ove Hoeg Guldberg, biólogo marinho do Instituto de Mudança Global da Universidade de Queensland. “A região tem períodos prolongados de anomalia de temperatura durante o El Niño porque o equador passa pelo meio dela, e portanto a área experimenta tanto o verão do hemisfério norte quanto do sul.”
Guldberg, que lidera o capítulo sobre oceanos do relatório do Painel Intergovernamental da Ciência do Clima (IPCC), afirma que é necessário apenas meio grau a mais de temperatura no mar para que haja branqueamento dos corais.
Corais são animais que se comportam como plantas. Fazem isto mantendo uma relação simbiótica com os dinoflagelados, um tipo de micróbio que vive dentro de seus tecidos, onde fazem fotossíntese e passam açúcar para seu hospedeiro. Mas quanto as temperaturas sobem, os dinoflagelados param de produzir açúcar e em vez disso produzem perigosos radicais livres. Os corais os expelem, param de produzir sua cobertura de carbonato de cálcio e ficam brancos, explica  o Climate Central.
Foto: David Burdick/Creative Commons

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo sua participação e opinião !