terça-feira, 10 de junho de 2014

Desmatamento eleva em 100 vezes o custo do tratamento da água

Desmatamento eleva em 100 vezes o custo do tratamento da água
 Maio de 2014 • 


Novas pesquisas mostram que o desmatamento pode causar mais danos e prejuízos do que se sabe até agora. Além de alterar o ciclo de chuvas, prejudicar a recarga de aquíferos subterrâneos e, consequentemente, reduzir os recursos hídricos disponíveis para o abastecimento humano, o desmate da vegetação que recobre as bacias hidrográficas tem forte impacto sobre a qualidade da água, encarecendo em cerca de cem vezes o tratamento necessário para torná-la potável.
Essa é a conclusão do pesquisador José Galizia Tundisi, do Instituto Internacional de Ecologia (IIE). “Em áreas com floresta ripária [contígua a cursos d'água] bem protegida, basta colocar algumas gotas de cloro por litro e obtemos água de boa qualidade para consumo. Já em locais com vegetação degradada, como o sistema Baixo Cotia [bacia hidrográfica do rio Cotia, na Região Metropolitana de São Paulo], é preciso usar coagulantes, corretores de pH, flúor, oxidantes, desinfetantes, algicidas e substâncias para remover o gosto e o odor”, explica Tundisi.
Segundo ele, todo o serviço de filtragem prestado pela floresta precisa ser substituído por um sistema artificial e o custo passa de dois a três reais a cada mil metros cúbicos para R$ 200 a R$ 300. “Essa conta precisa ser relacionada com os custos do desmatamento”, afirma.
Quando a cobertura vegetal na bacia hidrográfica é adequada – e isso inclui não apenas as florestas ripárias como também matas de áreas alagadas e demais mosaicos de vegetação nativa –, uma quantidade maior de água retorna para a atmosfera e favorece a precipitação.
Tundisi também explica que, neste caso, o escoamento da água das chuvas ocorre mais lentamente, diminuindo o processo erosivo. Parte da água se infiltra no solo por meio dos troncos e raízes, que funcionam como biofiltros, recarrega os aquíferos e garante a sustentabilidade dos mananciais.
Segundo o pesquisador, a mudança na composição química da água é ainda mais acentuada quando há criação de gado ou uso de fertilizantes e pesticidas nas margens dos rios. Ocorre aumento na turbidez e na concentração de nitrogênio, fósforo, metais pesados e outros contaminantes.
Tundisi salienta que, além de garantir água para o abastecimento humano, os ecossistemas aquáticos oferecem uma série de outros serviços de grande relevância econômica, como geração de hidroeletricidade, irrigação, transporte (hidrovia), turismo, recreação e pesca.
Por Karina Toledo, confira a matéria completa aqui.

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