domingo, 25 de maio de 2014

Nova York pretende zerar mortes no trânsito em dez anos

Nova York pretende zerar mortes no trânsito em dez anos


Por Verônica Mambrini, do Vá de Bike
Em 2012, São Paulo teve 1.231 mortes no trânsito. A frota de veículos é de 7,5 milhões, contra 2 milhões em Nova York (EUA). Na cidade americana, foram 256 mortes no trânsito em 2009. São menos de 3,5 ocorrências por grupo de 100 mil, o índice mais baixo desde 1910, quando começou a ser computado. Ainda assim, é NY que está saindo na frente na corrida para zerar mortes no trânsito. O prefeito da cidade, Bill de Blasio, estipulou o prazo de 10 anos para que isso aconteça.
A iniciativa norte-americana não é novidade: inspirada no Visão Zero, programa implementado na Suécia em 1997, tem pilares como mudanças na infraestrutura viária, tecnologia de educação e fiscalização. Idealmente, o sistema viário todo é redesenhado, priorizando a segurança em primeiro plano, segundo o princípio que "nenhuma morte é aceitável". O resultado é que incidentes de trânsito envolvendo pedestres na Suécia caíram 50% nos últimos cinco anos.
Desafios em São Paulo
Em São Paulo, a organização Rede Nossa São Paulo levanta o debate e propõe que medidas semelhantes sejam tomadas. "Em Nova York vão ser 63 iniciativas. Algumas incluem mudança no traçado, como ruas mais estreitas, ou outras estratégias de traffic calming", explica Carlos Aranha, do grupo de trabalho de Mobilidade da Nossa São Paulo.
Iniciativas focadas nos locais com grande índice de atropelamentos já fariam muita diferença. A prefeitura paulistana chegou a elaborar um conjunto de medidas em 2011, no Projeto Travessia Segura, mas não implementou todas as iniciativas. "O problema é que ainda olhamos o trânsito como uma mecânica que tem que ser eficiente, não como parte da cidade que tem que ser harmônica", afirma Aranha. A proteção dos pedestres e ciclistas se daria por meio do redesenho das vias, redução das velocidades máximas e fiscalização de infrações, como não dar a preferência ou não sinalizar conversões.
"As principais ações são redução de velocidade máxima em todas as vias. Se fosse aplicar o conceito em São Paulo a minha proposta seria 40 km/h na cidade inteira, e 60 km/h ou 70 km/h nas expressas", defende. Outro ponto fundamental é a fiscalização. "Hoje, ela só é feita nos dias úteis, e deveria ser feita 24 horas por dia", diz Aranha.
Matéria originalmente publicada no portal ESPN

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