terça-feira, 8 de abril de 2014

Argumentos para os países que defendem a caça às baleias

Argumentos para os países que defendem a caça às baleias

ALEXANDRE MANSUR

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Baleias jubarte mergulhando na costa brasileira (Foto: Divulgação/ Instituto Baleia Jubarte)

Os ativistas brasileiros a favor das baleias resolveram dar uma um passo no lobby com os países que ainda defendem a caça. Os biólogos e conservacionistas organizaram um seminário internacional com 12 representantes de países africanos e caribenhos que geralmente se alinham com líderes defensores da caça, como o Japão. O plano é argumentar a favor da criação de um santuário de proteção de baleias no Atlântico Sul. O encontro, organizado pelo Instituto Baleia Jubarte, acontece de 19 a 21 de março, na Praia do Forte, na Bahia. "Muitos dos países convidados votam contra a proposta (do Santuário) por desconhecimento das implicações e benefícios", diz Marcia Engel, presidente do instituto. Ela explica mais na entrevista a seguir:
ÉPOCA: Por que organizar um seminário para países votantes da Comissão Baleeira Internacional? A ideia é fazer lobby?
Marcia Engel: A intenção é esclarecer sobre o papel do Santuário e os benefícios a ele associados para a conservação marinha, pesquisa, geração de renda para as comunidades costeiras, educação. Muitos dos países convidados votam contra a proposta por desconhecimento das implicações e benefícios, sendo influenciados pelo Japão e aliados. Eles acreditam que a criação do Santuário de Baleias seria prejudicial aos seus interesses econômicos, quando na verdade a conservação das baleias é um jogo de ganha-ganha para o ecossistema marinho, comunidades, pesquisadores e ambientalistas.

ÉPOCA: Como é a melhor abordagem para os países que tradicionalmente votam contra a restrição à caça a baleia e contra a criação de um santuário?
Marcia: O esclarecimento e aprofundamento da discussão sobre o que é e como funciona um santuário de baleias.

ÉPOCA: Quem se opõe mais à criação do Santuário do Atlântico Sul?
Marcia: O principal opositor é o Japão, que estende sua influência sobre vários países subdesenvolvidos do Caribe e África através de subsídios à indústria pesqueira, angariando votos contra a proposta. Também há oposição de Noruega, Rússia e Islândia.

ÉPOCA: Quais são os países mais favoráveis ao santuário?
Marcia: A proposta de criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul é uma iniciativa do Brasil e Argentina, tendo a África do Sul e Uruguai como co-patrocinadores. A proposta do Santuário tem o apoio de todos os países-membros da Comissão Baleeira Internacional (CIB) que são conservacionistas  como: Austrália, Reino Unido, União Européia, a maioria dos latinos (Chile, Costa Rica, Equador, Colômbia, México, Peru e outros),  EUA, Nova Zelândia, Índia, República Dominicana.
ÉPOCA: Quais são os melhores argumentos à favor da criação do santuário?
Marcia: A recuperação de espécies de baleias e unidades populacionais depauperadas pela caça comercial e por frotas baleeiras de países distantes é de suma importância para muitas nações do Atlântico Sul.  A conquista de benefícios socioeconômicos advindos do ecoturismo, da observação de baleias e da pesquisa científica depende da recuperação das populações de baleias e da garantia de que a caça não será mais uma ameaça.

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