domingo, 23 de março de 2014

São Paulo quer usar mais o rio Paraíba do Sul

São Paulo quer usar mais o rio Paraíba do Sul

O que era temido por ambientalistas e autoridades de cidades cortadas pelo rio Paraíba do Sul, no estado do Rio de Janeiro, pode ser concretizado após um pedido do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Ele solicitou à presidente Dilma Rousseff (PT) autorização para captar água da bacia do rio federal Paraíba do Sul e despejá-la no sistema Cantareira, que opera com o nível mais baixo de sua história. Nesta quinta-feira (20), em reunião a ser realizada no Hospital Veterinário da Uenf, a partir das 13h, o assunto vai ser colocado em pauta pelos membros do Comitê do Baixo Paraíba.
Alckmin esteve na terça-feira no Palácio do Planalto para uma reunião com a presidente, a ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, e dirigentes da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e da Agência Nacional de Águas (ANA). As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Interestadual, o Paraíba do Sul é responsável pelo abastecimento de 15 milhões de pessoas atualmente. O uso de suas águas no abastecimento da Grande São Paulo é discutido há mais de cinco anos e há, inclusive, um projeto de lei na Assembleia paulista sobre o tema. A proposta nunca saiu do papel porque a transposição para as represas do Cantareira sempre enfrentou resistências de técnicos do Rio de Janeiro, onde 10 milhões de pessoas usam água do rio.
Há anos ambientalistas e pesquisadores nas áreas de geologia e oceanografia avaliam o avanço do mar no litoral de São João da Barra, mais precisamente em Atafona, e aponta o enfraquecimento do rio Paraíba do Sul como uma consequência do avanço do mar em sua foz. Outro problema levantado é a salinização do rio, que a cada dia tem estado mais enfraquecido.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Zacarias Albuquerque, destacou que, até o momento, não há nenhuma decisão oficial da Agência Nacional de Águas (ANA), órgão legalmente competente para liberação da outorga, acerca do interesse do Estado de São de Paulo na transposição do Rio Paraíbado Sul para o sistema Cantareira. No entanto, o tema, segundo Zacarias, tem sido discutido em comitês regionais, como o de Estudo e Integração da Bacia do Paraíba do Sul, e não há consenso técnico para a aprovação do projeto.

Zacarias lembrou que o poder público municipal e órgãos da sociedade civil organizada, bem como a concessionária de água e esgoto de Campos, têm assentos no Comitê de Estudo e Integração da Bacia do Paraíba do Sul, cujo posicionamento é contrário ao projeto desde a apresentação do estudo técnico, o qual foi  analisado e constatadas contradições. De acordo com o secretário, o estudo baseou-se na vazão máxima do rio, isto é, no período de cheia, que ocorre durante o Verão, e não avaliou as condições apresentadas pelo Paraíba durante o Inverno, quando a vazão diminui.
Para Campos, conforme informou Zacarias, o impacto seria a alteração da qualidade ambiental da água a ser captada para distribuição à população. O prejuízo no abastecimento é descartado, inicialmente, uma vez que o município é cortado pelo Rio Muriaé, outro rio de grande porte.
Fonte :Folha da Manha

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