sábado, 29 de março de 2014

Caracol marinho pode produzir o analgésico mais potente do mundo

Caracol marinho pode produzir o analgésico mais potente do mundo
 Março de 2014 •


Cientistas australianos descobriram que uma proteína encontrada no veneno dos caracóis marinhos pode ser transformada num potente analgésico, capaz de tratar dores intensas com maior desempenho que os remédios convencionais.  Segundo os pesquisadores, este novo método natural é cem vezes mais forte que a morfina e ainda elimina os riscos de dependência e de efeitos colaterais proporcionados pelos remédios adotados atualmente.
O estudo foi apresentado no último final de semana em Dallas, no Texas, durante uma importante conferência de cientistas. O grupo responsável pela inovação processou as conotoxinas, propriedades venenosas que os caracóis marinhos liberam com objetivo de paralisar suas presas, para elaborar até cinco diferentes tipos de substâncias, as quais poderão ser usadas para a criação de novos analgésicos. Segundo análises e comparações, a equipe comprovou que as conotoxinas são até cem vezes mais potentes que a morfina.
Os especialistas explicaram que apenas os caracóis marinhos de águas tropicais, cientificamente chamados de Conus, são capazes de produzir a proteína aplicada na fabricação dos remédios. Por enquanto, apenas um dos analgésicos desenvolvidos foi aprovado para o tratamento com humanos. A substância, chamada ziconotida, deverá ser injetada na medula espinhal –  no entanto, de acordo com os cientistas, a intenção é desenvolver um analgésico para ser usado oralmente.
Assim, os pesquisadores concentram seus esforços para possibilitar que o remédio seja administrado por via oral. É o caso de uma experiência realizada com ratos em laboratório, que comprovou que o analgésico produzido com o veneno reduz fortemente a dor destes animais.
David Craik, autor do estudo, declarou ao jornal mexicano La Jornada que o remédio extraído da natureza atua em áreas do cérebro diferentes das que os analgésicos convencionais trabalham. “Não sabemos se estes derivados de conotoxinas teriam efeitos colaterais, porque ainda não foram testados em humanos. Mas acreditamos que sejam seguros, uma vez que agem em receptores cerebrais totalmente diferentes do que os da morfina”, explicou o autor do estudo.
Por Gabriel Felix – Redação CicloVivo

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