sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Soltura de tartarugas no litoral fluminense

Soltura de tartarugas no litoral fluminense


Com o objetivo de preservar as espécies, o projeto Tamar, em parceria com a secretaria de Meio Ambiente de Campos, está realizando soltura de tartarugas todos os dias, em frente aos cercados de incubação localizados na praia do Farol de São Thomé. Nas praias de Santa Clara e Tatagiba,em São Franciscode Itabapoana, também há solturas. O Projeto Tamar atua em municípios do Norte Fluminense desde 1992.
De acordo com a bióloga Daniella Torres, a base da Bacia de Campos monitora aproximadamente98 quilômetrosde praias, em Campos, São João da Barra e São Francisco.
— A base desenvolve atividades de sensibilização e educação ambiental para turistas e comunidades do entorno, como a soltura de filhotes, palestras, exibição de filmes, limpeza de praias com a finalidade de sensibilizar as pessoas e ajudar na conservação das tartarugas marinhas — explicou.
A região foi identificada na década de 80. “É uma importante área de desova das tartarugas cabeçudas (Caretta caretta) e, desde então, é listada como área prioritária para ações de conservação das espécies”, acrescentou Daniella.
Os participantes do projeto são biólogos, agentes locais e antigos pescadores. “A população local e veranistas podem nos ajudar, não tirando ou mudando as estacas de marcação das praias, não transitando com veículos e quadriciclos na orla dos nossos municípios, pois eles podem compactar os ninhos, atropelar os filhotes e espantar as tartarugas durante a desova. Além disso, não jogar lixo nas praias, pois os animais podem confundir o lixo com alimentação e morrerem por isso”, destacou.
Para o secretário de Meio Ambiente, Zacarias Albuquerque, a soltura “é um grande atrativo para as crianças. É bom que, desde cedo, elas saibam o quanto é importante preservar o meio ambiente", disse.
O secretário contou ainda que a população deve contribuir para o bem da natureza. “Queremos que moradores e veranistas do Farol se conscientizem quanto à preservação do meio ambiente. Precisamos preservá-lo, para que todos tenham qualidade de vida e conheçam estas espécies no Farol. É preciso que o meio ambiente faça parte do dia a dia das pessoas, para que não soframos as consequências futuramente. Esta é uma maneira de difundir o projeto e educar as pessoas, principalmente as crianças”, observou Zacarias, lembrando que o ecossistema deve ser protegido para que o bioma não fique comprometido.
Projeto de reconhecimento internacional
Reconhecido internacionalmente como uma das mais bem sucedidas experiências de conservação marinha do mundo, o projeto Tamar trabalha na pesquisa e conservação das cinco espécies de tartarugas marinhas existentes no Brasil: cabeçuda, de pente, verde, oliva e de couro. Todas ameaçadas em extinção.
O Tamar protege aproximadamente1.100 quilômetrosde praias com 19 bases de pesquisa e conservação em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilha oceânica dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco (Fernando de Noronha), Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
O projeto conta ainda com o Sistema de Informação sobre Tartarugas Marinhas (Sitamar), onde um banco une dados de todas as bases do Tamar sobre aespécie no Brasil, servindo para estudos. O Sitamar aprimorou e modernizou o processo de armazenamento, consulta e disponibilização das informações, possibilitando análise comparativa e interpretação mais eficientes, inclusive com a emissão de relatórios e mapas.
O projeto Tamar existe há 34 anos. É uma parceria entre o Centro Tamar/Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação Pró-Tamar (instituição privada sem fins lucrativos fundada em 1988 e considerada de Utilidade Pública Federal desde 1996).

Carolina Barbosa Fonte: FOLHA DA MANHÃ

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