quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Brasil é o mais atrativo para investimentos em baixo carbono na AL


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rasil é o mais atrativo para investimentos em baixo carbono na AL

   -   Autor: Jéssica Lipinski   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil

País se destaca na América Latina pelos negócios em tecnologia e pelos centros de pesquisa, mas ainda precisa melhorar em investimentos em energias limpas e financiamento climático


Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil foi considerado como o mercado mais atrativo em toda a América Latina para investimentos em baixo carbono, afirma o relatórioClimatescope 2013.
Realizado pela consultoria Bloomberg New Energy Finance (BNEF) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o estudo afirma que de todos os países latino-americanos, o Brasil alcançou a pontuação geral mais alta, 2,47 pontos.
Isso se deve à sua boa pontuação nos quesitos de “negócios de baixo carbono e cadeia de valores de energia limpa”, e “atividades de manejo de gases do efeito estufa”, com 4,25 e 3,4, respectivamente.
No “negócios de baixo carbono e cadeia de valores de energia limpa”, o país foi melhor do que todos os outros, tendo, por exemplo, atingido uma capacidade de 4,2 GW em pequenas centrais hidrelétricas, a segunda maior fonte de energia limpa do Brasil.
Além disso, desde 2011 cerca de 3,9 GW de capacidade solar combinada foram candidatados a permissões com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), sinalizando que a cadeia de valores solar brasileira está se desenvolvendo no país.
No caso das “atividades de manejo de gases do efeito estufa”, o relatório indica que muitas companhias brasileiras estão na linha de frente em práticas de sustentabilidade e eficiência energética.
O país tem mais de 108 empresas de vários setores que reportam suas práticas de eficiência energética e energia limpa, assim como tem instituições para criação de capacidade, e centros de pesquisas que atendem a setores de baixo carbono.
Atualmente, o Brasil possui 269 projetos sob o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), pelo menos um projeto sob as Ações Nacionais de Mitigação Apropriadas (NAMAs) e é participante da Parceria para Preparação dos Mercados (PMR).
Em se tratando do quadro político, o país tem pelo menos um tipo de política favorável ao desenvolvimento de baixo carbono. A experiência brasileira com leilões governamentais de energia renovável ajudou a nação a marcar pontos em quatro dos seis fatores do quesito quadro político: estabilidade, transparência, eficiência e ambição.
Contudo, o Brasil não foi tão bem nos indicadores das políticas de biocombustíveis, que fizeram a produção cair em 2012, fazendo o etanol se tornar economicamente não competitivo em relação à gasolina.
Já com relação a investimentos em energias limpas e financiamento climático propriamente dito, o país caiu cinco posições em comparação com o ano anterior devido a seu fraco desempenho nos indicadores de compromissos de investimento e taxas de crescimento. O Brasil ocupa a sétima posição nesse critério, com 1,56 pontos.
América Latina
Mas nosso país não foi o único a se destacar no setor, e o documento aponta que, cada vez mais, os países da América Latina estão atraindo financiamento em baixo carbono, tendo arrecadado 6% do total de US$ 268,7 bilhões investidos em energia limpa no mundo em 2012, um pequeno aumento em relação aos 5,7% em 2011.
Mesmo com os investimentos em energias limpas tendo caído no último ano, a queda na América Latina se mostrou menor do que em outras regiões, ficando em 3,8% contra os 11% registrados mundialmente. Além disso, os investimentos foram mais diversificados, contemplando diferentes projetos na região.
“O investimento na energia limpa fora do Brasil em 2012 foi significativo. O financiamento total fora do maior país da América Latina caiu de 45% em 2012 para 17% em 2011, à medida que o Chile, a República Dominicana, o México e o Uruguai, entre outros, informaram suas grandes taxas de crescimento”, colocou Michael Liebreich, diretor executivo da BNEF.
De acordo com a pesquisa, a capacidade total das renováveis na América Latina cresceu de 11,3 GW em 2006 para 26,6 GW em 2012, representando uma taxa anual de crescimento de 296%. Apenas em 2012, foram ligados à rede 3,3 GW de nova capacidade renovável.
No quesito atividades de manejo de gases do efeito estufa, a América Latina apresenta atualmente 927 projetos de compensação, registrados sob quatro padrões diferentes. Destes, 790 são do MDL, e mais da metade são projetos de compensação no setor de energia.
Os quadros políticos para o desenvolvimento em baixo carbono também estão aumentando, e o relatório identificou 110 políticas nesse sentido, contra 80 no ano passado. Dezenove dos 26 países compreendidos pelo documento apresentam pelo menos um tipo de política em vigor.
“Os quadros políticos estão se expandindo e se fortalecendo na América Latina e no Caribe, e as informações fornecidas pelo Climatescope estão ajudando a reduzir as falhas de informação e a catalisar novos investimentos em energia limpa”, observou Nancy Lee, gerente geral do MIF.
“Os custos, que caem rapidamente, das tecnologias limpas tais como a energia solar e eólica, combinados com uma melhora no investimento climático, significam que a geração de energia limpa na região é agora realmente acessível. O MIF continuará apoiando o progresso da América Latina e do Caribe”, concluiu ela.

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