segunda-feira, 26 de agosto de 2013

CONTADOR DE ÁRVORES DA MATA ATLÂNTICA

Medidor instalado no Jardim Botânico contabiliza avanço do plantio de 32 milhões de mudas no Estado do Rio de Janeiro


O Governo do Estado vem desenvolvendo uma série de iniciativas para que seja cumprido o compromisso olímpico – dos governos federal, estadual e municipal do Rio – de plantar, em princípio, 24 milhões de mudas para compensar as emissões de gases-estufa durante os jogos de 2016.
A evolução dessas ações pode ser acompanhada, por qualquer cidadão, por meio do projeto Contador de Árvores, da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), que mobiliza parcerias, incentiva ações de reflorestamento, monitora, contabiliza e divulga o número total de mudas comprovadamente plantadas.
O Contador de Árvores é uma plataforma digital de fácil acesso que oferece aos visitantes dados detalhados das iniciativas previstas, como quem realizou determinado plantio de mudas, a área do território fluminense em que foi executado e qual a espécie botânica utilizada.
Todos esses e outros dados estão disponíveis no site do projeto 
No entanto, além deste endereço eletrônico, a SEA instalou no Jardim Botânico do Rio de Janeiro uma escultura viva onde foi acoplado um relógio digital que exibe dados dos plantios, servindo também como instrumento de mobilização da sociedade.
Até o momento, cerca de 5,2 milhões de mudas de já foram plantadas, e a expectativa é que até 2016 outras 27 milhões de mudas sejam plantadas – podendo chegar a 32 milhões.
A maior parte das mudas será de espécies de Mata Atlântica. De espécies exóticas, apenas seringueiras serão plantadas em projetos de silvicultura para recuperar regiões já degradadas, como o Noroeste Fluminense – e ainda assim, em meio à Mata Atlântica, para evitar qualquer tipo de monocultura.
Determinada a partir de levantamento preliminar das emissões de gases-estufa dos Jogos Olímpicos elaborado pela empresa de consultoria MGM Innova, a meta de plantio de 24 milhões de mudas até 2016 – e que precisa ser ainda precisada – vem sendo compartilhada entre governos estadual, municipal e federal, e tem contado com o apoio de empresas privadas, proprietários de terra e entidades da sociedade civil.
Obras – como estádios e o Porto Maravilha – e a produção das matérias-primas necessárias – potenciais geradoras de gases de efeito estufa – estão sendo consideradas pelo levantamento da MGM Innova, que deve ser concluído até agosto de 2013.
A contagem correta das emissões só será conhecida no relatório final, após o monitoramento das emissões reais que constarão do inventário das emissões que será realizado e divulgado ao final dos Jogos Olímpicos.
GANHOS AMBIENTAIS
Bioma mais rico em biodiversidade do planeta, a Mata Atlântica cobre atualmente apenas 7% de sua área original no país. Além da perda de espécies da fauna e da flora, a degradação da floresta ameaça o equilíbrio do clima e a produção de água doce na Região Sudeste, onde se concentra a maior parte da população brasileira.
Com o plantio de 24 milhões de mudas, serão recuperadas áreas de preservação permanente (nascentes, margens de rios, encostas íngremes, topo de morros, dentre outras) e corredores de biodiversidade da fauna fluminense.

Além da compensação das emissões de gases-estufa, os plantios resultarão em importantes ganhos ambientais, a partir da redução dos processos erosivos, do assoreamento dos rios, da redução dos efeitos de enchentes e dos riscos do deslizamento de encostas.
IMPACTO ECONÔMICO

A demanda por mudas vem estimulando a cadeia produtiva do setor de reflorestamento e restauração florestal, atraindo a iniciativa privada e oferecendo oportunidades de negócios para pequenos empresários e proprietários de terras.
Segundo o diagnóstico da produção de mudas de espécies nativas (SEA/2010), o Estado do Rio de Janeiro tem um potencial total de aproximadamente 10 milhões de mudas por ano.

Como parte dos esforços do Governo de Estado para multiplicar essa oferta, a SEA fomenta 15 viveiros municipais, nas regiões Norte e Noroeste do Rio de Janeiro. Além disso, o Programa Jogos Limpos prevê o incentivo da produção em viveiros localizados em Unidades de Conservação.

Considerando que os projetos de reflorestamentos demandam o trabalho de manutenção das mudas por, no mínimo, três anos consecutivos, existe a expectativa de geração de até 5.000 empregos verdes, voltados para a produção, o plantio e a manutenção dessas mudas.

O Programa Jogos Limpos prevê ainda o fomento de 2,6 milhões de clones de seringueiras (Hevea brasiliensis), adaptadas as diferentes condições de clima e solo, em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (PesagroRio).

No total, haverá o plantio de 5.000 hectares de clones de seringueiras em conjunto com espécies nativas da Mata Atlântica, representando mais uma alternativa de emprego e renda para os proprietários rurais; além de contribuir para o abatimento das emissões de gases de efeito estufa decorrentes dos Jogos Olímpicos.

MAPA DE PLANTIO
Em fase de elaboração, os Planos Municipais de Restauração da Mata Atlântica vão aprofundar o conhecimento sobre o território fluminense, apontando áreas prioritárias para ações de reflorestamento, O plantio das mudas deve acontecer em diversas regiões do Estado do Rio de Janeiro.

Em 2011, o Governo do Estado firmou o Termo de Compromisso Ambiental (TCA) do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) para a restauração florestal da região, com o plantio de 9 milhões de mudas de espécies de Mata Atlântica dentro e no entorno do Comperj.

A área total de restauração é de 4.584 hectares, maior que a área do Parque Nacional da Tijuca (3.953 hectares). Para a produção de mudas, foi implantado no empreendimento um viveiro florestal com capacidade para produzir até 300 mil mudas/ano.
Por meio da articulação institucional com os municípios e demais órgãos públicos, já foram estabelecidos compromissos preliminares visando à disponibilidade de áreas para reflorestamentos nos seguintes locais:
a) Nos Centros Estaduais de Pesquisa da Pesagro-Rio nos municípios de Silva Jardim, Nova Friburgo, Paty do Alferes, Campos, Itaocara, Macaé, Quissamã e Seropédica;
b) Em Deodoro, na Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro, junto à 1ª. Divisão do Exército;
c) Áreas degradadas no interior de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) que tiverem aval de seus proprietários.
Visando a ampliar a oferta de áreas potenciais para restauração florestal, a SEA e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) vêm dialogando com proprietários rurais interessados na restauração de suas propriedades, para se adequar aos parâmetros do novo Código Florestal. Em alguns casos, esta restauração pode ocorrer a custo zero.

Inicialmente, estão sendo priorizados os municípios de Barra do Piraí, Barra Mansa, Itatiaia, Porto Real, Quatis, Resende, Valença, Vassouras, Volta Redonda, Araruama, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Macaé, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia, Silva Jardim, Cantagalo, Carmo, Cordeiro, Duas Barras, Aperibé, Cambuci, Cantagalo, Itaocara, São Fidelis, Campos dos Goitacazes, Cardoso Moreira, Santa Maria Madalena, Quissamã, São João da Barra e São Francisco do Itabapoana, Bom Jesus de Itabapoana, Natividade, Porciúncula e Varre-Sai.
Acesse o site: Contador  de Árvores
 



Veja o mapa dos esforços de plantio (a partir de outubro de 2009) no Estado do Rio de Janeiro
Plantio de mudas como compensação da emissão de CO2
Jornal da Globo - TV Globo

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