sexta-feira, 16 de agosto de 2013

5 hábitos alimentares que afetam o cérebro

5 hábitos alimentares que afetam o cérebro
15 de Agosto de 2013 • Atualizado às 12h07


Nada melhor do que fazer um esforço eficiente e atingir dois objetivos de uma só tacada. Há alguns dias, foi divulgado que a dieta mediterrânea faz bem tanto para o coração como para o cérebro.
Segundo um estudo, realizado na Espanha, com mil participantes ao longo de seis anos, os seguidores da dieta mediterrânea, rica em azeitonas e nozes, apresentavam um alto desempenho cognitivo. Ela também reduz o risco vascular ou circulatório, inflamações e danos ligados à oxidação no cérebro.
A dieta mediterrânea não inclui alimentos processados nem gorduras prejudiciais, e é rica em substâncias antioxidantes e antiinflamatórias. É composta por grãos integrais, frutas, legumes, peixes e, para quem gosta de um bom trago, vinho tinto.
Aproveitando a descoberta, confira abaixo pesquisas recentes que demonstram como a saúde do cérebro está ligada aos hábitos alimentares.
1. Para o cérebro, menos café da manhã equivale a mais almoço
“Tome café como um rei, almoce com um príncipe e jante como um mendigo” é a frase que toda mãe já pronunciou para incentivar seus filhos a não pular a primeira refeição do dia – e já foi comprovado que ela tem certa lógica.
Tony Goldstone, do Centro de Ciências Clínicas de Londres, escaneou o cérebro de pessoas que não tomam café da manhã e descobriu que suas áreas de prazer eram ativadas quando viam alimentos de alto teor calórico, e demonstravam baixa atividade quando a pessoa via alimentos leves e com poucas calorias. Para o cérebro, pular o café da manhã não só leva você a comer mais no almoço, como escolher pratos pesados e pouco saudáveis.
“Os participantes comiam mais quando estavam em jejum e ingeriam mais calorias”, explica Goldstone, que calculou que os voluntários comiam cerca de 20% mais quando almoçavam com a barriga vazia.
2. Dietas ricas em açúcar afetam a memória e a aprendizagem
A doçura tem seu preço. Segundo um estudo realizado pela Universidade da Califórnia, o cérebro de quem ingere grande quantidade de açúcar durante seis semanas pode sofrer uma perda pronunciada das funções cognitivas.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores alimentaram com xarope de frutose de milho um grupo de ratos. Ao longo do tempo, os animais demonstraram uma dificuldade crescente de se orientar em um espaço já conhecido.
“O estudo confirma que uma dieta rica em açúcar afeta tanto o corpo como o cérebro” , explica Gomez-Pinilla, um dos pesquisadores. Além disso, a insulina, hormônio que regula o metabolismo dos carboidratos e gorduras, pode ter um papel nesse resultado: “É importante para a circulação da glicose no sangue, mas pode exercer algum tipo de influência no cérebro que afeta a memória e o conhecimento”.
Os cientistas deram a outro grupo de ratos um suplemento com Ômega 3, um ácido graxo que previne a redução das sinapses. O resultado foi o oposto: os roedores obtiveram um desempenho cognitivo muito melhor que o do primeiro grupo. Os pesquisadores deduziram que o ômega 3 é uma opção adequada para quem tem uma dieta rica em açúcar. Portanto, se você gosta de guloseimas, prefira alimentos como salmão, atum, sardinha, tofu, nozes e soja, ricos em ômega 3.
3. Chá verde faz bem para a memória
Milhões de chineses não podem estar errados. As propriedades químicas da bebida mais popular do gigante asiático, tradicional há vários séculos, contribui para a produção de células cerebrais e beneficia a memória e a inteligência espacial. Essa é a conclusão de um estudo chefiado por Yun Bai, professor da Universidade Militar de Medicina de Chongqing, que analisou os diversos benefícios do chá verde.
O pesquisador chinês e sua equipe estudaram as propriedades do EGCG, uma substância do chá verde com propriedades antioxidantes. “Comprovamos que o EGCG pode melhorar a função cognitiva porque estimula a produção de células neuronais, um processo conhecido como neurogênese”, explica Bai.
4. A fome afeta a capacidade de tomar decisões
O comportamento é afetado pela abundância ou escassez de alimento. No reino animal, por exemplo, um predador se dispõe a correr mais riscos e a caçar presas perigosas se estiver faminto. O mesmo se aplica às pessoas: quem vive de barriga vazia tende a assumir mais riscos financeiros que quem tem condições de se alimentar.
A drosófila, mais conhecida como mosca da fruta, enfrenta certos riscos quando está com fome.
Esse inseto percebe a presença de dióxido de carbono como sinal de perigo e um convite para voar para outro lugar. No entanto, as frutas estragadas, uma das iguarias mais apreciadas pelas drosófilas, emitem CO2. Mas quando precisam se alimentar, essas moscas privilegiam o instinto de sobrevivência e vencem a versão a essa substância perigosa, apesar das consequências.
5. A frutose: um remédio pior que a doença
A fome deve ser saciada com uma quantidade específica de alimentos, que satisfaça o apetite sem exageros. O consumo indiscriminado de frutose, açúcar natural presente em legumes, frutas e mel, reduz a sensação de saciedade e, portanto, estimula uma maior ingestão de alimentos. Nesse caso, a glicose seria mais indicada para satisfazer o apetite.
Para chegar a essa conclusão, cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Yale conduziram um estudo com 20 adultos saudáveis, cuja atividade cerebral foi monitorada enquanto ingeriam frutose e glicose. O objetivo era avaliar os fatores neuropsicológicos ligados ao aumento de peso em decorrência do consumo desses açúcares.
Ao analisar a variação do fluxo sanguíneo para o hipotálamo, a pesquisadora Kathleen Page concluiu que “a glicose reduz a atividade das áreas que regulam o apetite, a motivação e o processamento de recompensas. Também favorece a conexão entre o hipotálamo e a sensação de saciedade”.
Diante dos resultados negativos, vale lembrar que o xarope de frutose é um dos principais ingredientes dos alimentos doces processados, como os refrigerantes.
Texto publicado originalmete no site Discovery Brasil, parceiro do CicloVivo.

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