sábado, 27 de julho de 2013

Deus é brasileiro e olha por nós.

25/07/2013 20:23
O sonho de Cabral que virou pesadelo
O Papa na Favela de Manguinhos
O Papa na Favela de Manguinhos


Por Luis Filipe Melo - Moderador


Com respeito a todas as religiões e àqueles que não crêem em nada, nem na existência de Deus, mas eu sou católico praticante, daqueles que vai à missa de domingo, que reza todos os dias. Me emocionei e fui às lágrimas quando no ano passado conheci o Vaticano, estive na Basílica de São Pedro, e agora muito mais vendo o Papa a poucos metros, na Avenida Rio Branco. Mas não vou falar aqui de religião, podem ficar tranquilos. Vou abordar a situação que vivemos no Rio de Janeiro a partir da visita do Papa Francisco, que realmente é o Papa do Povo.

Acompanhando hoje as palavras do Papa na Favela de Manguinhos, quando enviou sua mensagem aos jovens, de que devem continuar a acreditar em mudanças, a não aceitar a corrupção e dando seu recado aos governantes, não pude deixar de pensar como em menos de dois meses tudo mudou aqui no Rio de Janeiro.

É por isso que eu digo no título, como é um sentimento coletivo muito difundido, que Deus é brasileiro e olha por nós. É claro que Deus não tem pátria, é de todos, mas o destino do Rio de Janeiro com certeza mudou nos últimos 50 dias, como se fosse um milagre. Por isso convido-os a pensarem comigo.

Vamos fazer um exercício de imaginação partindo da situação hipotética de que não tivessem eclodido as manifestações da juventude, que começaram em junho, e tomaram conta do Brasil, e continuam nas ruas do Rio de Janeiro.

No início de junho, alguns dias antes da primeira manifestação no Rio de Janeiro e em São Paulo, ainda restrita ao aumento das passagens de ônibus, a mídia veiculava comerciais, um atrás do outro, com campanhas publicitárias enaltecendo o espírito festeiro dos brasileiros. Os veículos de comunicação mantinham a blindagem a Sérgio Cabral, só falavam de Copa das Confederações, festas de rua, nem a roubalheira na reforma do Maracanã era noticiada com o devido destaque.

E se os jovens não tivessem ido para a rua, os governantes dariam "pão e circo" ao povo, bancariam festas para comemorar as vitórias da seleção. O Brasil viraria a "pátria de chuteiras" com dizia Nelson Rodrigues, e virou slogan da propaganda do governo federal. Governantes, políticos, Gangue dos Guardanapos, empreiteiros amigos, todos usufruiriam das mordomias do poder viajando em helicópteros e jatinhos para torcer pelo Brasil, na Copa das Confederações, é claro; sim, porque a maioria não torce pelo país. Com o Brasil sendo campeão, Cabral, Pezão e Paes explorariam o marketing político, a mídia abafaria as mazelas do Rio de Janeiro e continuariam a sua saga destruindo o nosso estado, a nossa cidade.

Mas no sonho colorido de Cabral ainda haveria um momento apoteótico, a Jornada Mundial da Juventude com a presença do Papa Francisco, três semanas depois da final da Copa das Confederações. Estava tudo planejado, Cabral, Pezão e Paes circulariam com o Papa pelas ruas faturando politicamente com as imagens na mídia, que depois seriam usadas na campanha eleitoral. Cabral levaria o Papa para conhecer uma UPP, onde seria recepcionado por Beltrame, e claro, convenceria o Santo Padre a elogiar a pacificação. Com o apoio da mídia que continuaria escondendo o mar de lama do seu governo, Cabral estaria no paraíso, e o caminho de Pezão estaria pavimentado para disputar o governo do Estado com grandes chances.

De repente todo esse sonho desmoronou. O povo do Rio revoltado com a violência da polícia contra manifestações pacíficas foi enchendo as ruas; as redes sociais romperam a blindagem da mídia, que foi obrigada a passar a noticiar o clamor popular. O mar de lama do governo Cabral começou a vir à tona e das duas mil pessoas que participaram dos primeiros protestos, o Rio de Janeiro foi tomado por multidões que chegaram a 700 mil manifestantes. A Copa das Confederações virou a Copa das Manifestações, o samba e carnaval deram lugar aos protestos, aos gritos de revolta do povo contra a corrupção, principalmente no Rio de Janeiro.

E agora, o Papa Francisco chega ao Rio com toda a sua simplicidade e humildade contrastando ainda mais com a arrogância e o luxo de Cabral e sua turma. Eles representam o oposto do Papa, que chegou dizendo "não tenho ouro, nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo!". O Papa que troca o helicóptero por um carro popular e circula de vidros abertos, que quer tocar e abençoar as pessoas, que vai para o meio do povo, exatamente o contrário de Cabral e companhia. E para completar incentiva os jovens a lutarem por mudanças e contra a corrupção, e, que questiona a "pacificação" sem investimentos sociais.

Deus com certeza olhou por nós. Católicos - como eu - e evangélicos sabem que Deus tem suas razões, seu próprio tempo. Na Bíblia, o apóstolo João diz: "Conhecereis a verdade e ela vos libertará". O Rio de Janeiro está descobrindo a verdade, Deus é por nós, mas como Jesus Cristo nos ensinou, é preciso que cada um faça a sua parte. 

Em tempo: Por coincidência, o relatório final da CPI de PC Farias, que em 1992 resultou no impeachment do presidente Collor começava justamente com esse versículo bíblico. 
FONTE:BLOG DO GAROTINHO

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