quarta-feira, 19 de junho de 2013

Para onde vai o movimento de protestos?

8/06/2013 16:01
Campanha das Diretas Já!, em 1984; abaixo, manifestação dos 100 mil, no Rio de Janeiro
Campanha das Diretas Já!, em 1984; abaixo, manifestação dos 100 mil, no Rio de Janeiro


Antigamente, na luta contra a ditadura, nas Diretas Já, no impeachment de Collor, nos grandes movimentos de protesto sempre estavam à frente entidades como a ABI (Associação Brasileira de Imprensa), a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a UNE, a União dos Estudantes Secundaristas, e mais adiante a CUT e outras entidade sindicais.

Nos últimos anos essas entidades (no caso da OAB me refiro ao Rio), que já foram as vozes organizadas da sociedade, deixaram de ser combativas, passaram a fechar os olhos aos desmandos, aos escândalos, aos ataques à democracia, à corrupção generalizada. Preferiram receber verbas de convênios com os governos. No caso do Rio, Paes pegou R$ 1 milhão da RIOTUR e deu para a festa de fim de ano da OAB, como depois a entidade poderia se posicionar contra o aumento do prefeito.

Mas chegou a internet, com ela vieram as redes sociais, que foram se multiplicando e hoje, pela primeira vez um movimento toma conta do Brasil, simplesmente não se importando, e prescindindo do apoio das entidades que eram representativas da sociedade.

É claro que os jovens estão contra os políticos e os partidos. Não se sentem representados, mas a questão é mais ampla. As multidões que foram protestar ontem em 26 cidades do país também não se sentem mais representadas pelas entidades do sociedade organizada.

É impossível hoje prever o rumo dos protestos, até porque não há um comando, as pessoas estão seguindo uma vontade pessoal de expressar sua revolta contra a corrupção e tudo o que está errado, através das redes sociais. Não existem lideranças. O espectro de reivindicações e repúdios é amplo. Mas podem estar certos que ontem, foi o início de uma nova era da política brasileira, com desdobramentos inevitáveis na campanha eleitoral do próximo ano. E foi rompido o cerco da TV Globo, de tal forma contundente, que o comando da emissora deve estar atordoado até agora, e sabe que terá que mudar sua postura editorial daqui para a frente. Como na música de Chico Buarque: "Amanhã vai ser outro dia!". 
FONTE:blog do Garotinho
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