domingo, 9 de junho de 2013

Catadores ainda lutam para conseguir sustento


Para atender à Lei 12.305/10, que instituiu a Política Nacio­nal de Resíduos Sólidos, o Rio se esforça para exterminar os lixões até agosto de 2014. Se por um lado o Estado se colo­ca na liderança ambiental, fe­chando a maior parte dessas áreas, por outro sofre para resolver um passivo social: o que fazer com cerca de 40 mil pessoas de 60 municípios que dependem dos resíduos que retiram destes lugares.

Depois de denúncia de ca­tadores de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo, foi implanta­da na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na quinta-feira, uma Comissão Especial pa­ra acompanhar e fiscalizar o cumprimento da lei federal. Nesta semana, os parlamen­tares vão definir o cronogra-ma de visitas aos catadores desses municípios. Depois, o grupo também irá às outras áreas do Estado. Um dos prin­cipais problemas é a região onde existia até o ano passa­do o lixão de Itaoca, em São Gonçalo, um dos maiores do Estado depois de Jardim Gramacho.

“Nossa principal forma de renda foi fechada há mais de um ano e fomos deixados de lado. Não sei mais o quê mos­trar para que a sociedade se conscientize de que precisa­mos de ajuda. Ninguém preci­sa ir muito longe se quiser co­nhecer a África”, disse Adeir Albino da Silva, o Nem, repre­sentante dos 800 trabalhado­res de Itaoca, que abriga mais de 2,5 mil moradores.

Segundo o presidente da comissão, deputada Janira Rocha (PSol), o principal objetivo do colegiado será auxiliar os catadores de lixo na defasa de seus direitos - principalmente, no que diz respeito à ca­pacitação técnica, prevista na lei, e à criação de infraestrutura adequada nas áreas de sub­sistência dos trabalhadores.

No caso de Itaoca, desde o ano passado havia a promes­sa de inclusão no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e inscrição no Bol­sa Família. Porém, a demora na conclusão dos cadastros, nas esferas estadual e federal, impede que os catadores te­nham acesso a benefícios.

“Eles precisam garantir acesso à alimentação, água e saúde. Vamos organizar um mutirão para atender es­sas pessoas. Há casos graves lá, como gente com câncer, hanseníase e tuberculose”, diz Janira, que se reuniu com técnicos da Universidade Fe­deral Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) para fazer uma análi­se dos lixões do Estado.

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