sábado, 13 de abril de 2013

Embalagens amigas do meio ambiente: é possível?


Orientar sobre o desenvolvimento e a promoção de embalagens que reduzem de alguma forma esses efeitos no processo produtivo é uma forma de colaborar para a melhoria e a recuperação do meio ambiente


Assunta Napolitano Camilo*
Instituto de Embalagens - 12/03/2013


Leandro Andrade{txtalt}
Cada dia mais as pessoas se importam verdadeiramente com as questões que envolvem o cuidado com os recursos naturais e ações que contribuem para amenizar a situação do esgotamento desses recursos; são consumidores que dão valor às “embalagens amigas do meio ambiente”. A população tem atentado para todos os assuntos que explicam sobre a cadeia de consumo até o destino final do que se está consumindo, acompanhando pesquisas e alternativas de baixo impacto ambiental e alto grau de contribuição para reduzir os efeitos indesejados gerados.
Orientar sobre o desenvolvimento e a promoção de embalagens que reduzem de alguma forma esses efeitos no processo produtivo é uma forma de colaborar para a melhoria e a recuperação do meio ambiente. Explicar que as embalagens não são um “mal necessário” nem “culpadas” pela degradação da natureza tem de ser um objetivo bem claro para as instituições e empresas que pesquisam, ensinam e conhecem as etapas de fabricação de embalagens.
Um cuidado que os fabricantes precisam ter é com a vinculação das informações que deve conter uma embalagem. As empresas não devem, em hipótese alguma, apelar para o green washing, fazendo uso de termos ou frases vagas que nada esclarecem e ainda confundem o consumidor com informações meramente comerciais e sem qualquer base científica. O uso de selos ou ícones falsos, que passam a ideia de um produto sério, na verdade, apenas contribuem para desmoralizar as informações corretas e prejudicar o processo de reeducação ambiental.
Para que não ocorra esse tipo de problema, os profissionais da cadeia produtiva devem ser comprometidos com a norma de rotulagem ambiental adequada e enviar mensagens precisas sobre a necessidade emergente de se modificar velhos hábitos.

É fundamental manter evidente os princípios dos Rs:

- Remover o que for desnecessário – usando material Reciclado e/ou Reciclável;

- Reduzir a quantidade/peso/espessura;

- Preferir fontes Renováveis;

- Valorizar a Reutilização, o Refil ou as embalagens Retornáveis,

- Repensar e Reaprender!

Dicas importantes:
  • Não crie “super ou subembalagens”. Não comprometa a principal função da embalagem de proteger o produto até o momento do consumo. Ela deve apresentar barreira correta, ter compatibilidade com o produto, além de perfeita selagem;
  • Não utilize materiais ou insumos (tintas, adesivos etc) tóxicos no processo ou no descarte;
  • Evite grampos, travas ou selos que possam entrar no material principal (caixas, cartuchos ou embalagens flexíveis), os quais se tornam perigosos para o uso e dificultam a reciclagem;
  • Defina o processamento de acordo com as normas de segurança de trabalho e meio ambiente, cuidando das emissões de gases e/ou efluentes;
  • Desenvolva a embalagem em um único material e, quando isso não for possível, permita que os materiais sejam facilmente separados;
  • Considere a conservação de energia e gastos energéticos para obtenção, reciclagem ou disposição dos materiais envolvidos;
  • Sempre que possível, inclua a linguagem braile;
  • Apresente a identificação clara do material utilizado e seja objetivo na orientação sobre o destino correto para a coleta seletiva (conforme a norma de rotulagem ambiental, NBR 14021, tipo II); e
  • Evite o green washing usando termos que nada agregam e podem confundir o consumidor.
Aqui, cada um desses conceitos são válidos e ajudam a análise completa do ciclo de vida. Definindo, assim, de forma clara, as melhores embalagens e ajudando os produtores a estabelecer suas prioridades em termos de escolhas, estaremos todos contribuindo significativamente para a melhoria do uso e descarte das embalagens.
A nova sociedade impõe produtos melhores, práticos, bonitos, saudáveis, seguros, além de social e ambientalmente sustentáveis e culturalmente sintonizados.
Comecemos hoje, pois: embalagem melhor, mundo melhor!

Texto adaptado da publicação “Embalagens: Design, Materiais, Processos, Máquinas e Sustentabilidade”. São Paulo: Instituto de Embalagens, 2011
*Assunta Napolitano Camilo é diretora da FuturePack – Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens – Ensino & Pesquisa. Profissional de embalagens há 30 anos, pesquisa feiras e PDVs do mundo desde 1986, é articulista, professora e palestrante internacional de embalagem, além de coordenara publicação de livros: “Embalagens Flexíveis; Embalagens de Papelcartão”; “Guia de embalagens para produtos orgânicos” e “Embalagens: Design, Materiais, Processos, Máquinas & Sustentabilidade”. Também é coordenadora do Kit de referências de Embalagens e membro do Conselho Científico-Tecnológico do ITEHPEC.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo sua participação e opinião !