Outro
ex-trabalhador que aguarda sua autorização para trabalhar UTR, Paulo
Matos de 30 anos, constata que este é o efeito da desativação do lixão,
sem que a cooperativa pudesse atender a todos os trabalhadores.
“Passamos o natal aqui montando nossas barracas, agora estão vendo o
efeito causado com a desocupação do lixão”, conta.
O
representante dos catadores, Rodrigo Leão, diz que a classe tomou a
decisão por ter muita gente morando na rua sem condições de garantir o
aluguel de onde moravam. “Mesmo os que trabalham na cooperativa estão
arranjando seu espaço aqui, eles não estão conseguindo tirar mais que R$
10 por dia lá, é muito pouco pelo o que conseguíamos antes. Para piorar
a situação, a Solurb pagou um vale de R$ 200 para o natal e outro para o
ano novo para cada um dos 130 trabalhadores lá na UTR, eles não terão
esse dinheiro para reembolsar a empresa”, explica e avisa o
representante.
Os catadores reclamam que a estrutura da
cooperativa não é suficiente para bons resultados e lucros como tinham
na época do lixão. “Antes eram 70 caminhões durante o dia, outros 70
para a noite. Agora é um a cada quatro horas é muito pouco”, lamenta
Rodrigo.
O discurso dos trabalhadores já instalados na região é de
expectativa pela nova gestão da prefeitura municipal que toma posse no
dia 1º para que as terras sejam concedidas e divididas entre eles.
“Aproveitadores”
– Além da classe dos catadores, outras pessoas aproveitaram para se
instalar no mesmo espaço e não escondem a esperança de tentar garantir o
mesmo direito reivindicado pelos primeiros.
“Fiquei sabendo do
movimento deles para conseguir uma terra aqui e também vou me instalar
aqui, quem sabe consigo um espaço pra minha família”, conta o amador de
ferragens,
Alex Silva Tavares, de 21 anos.
Os catadores não
vêem problemas na instalação dos agregados no local e até dizem receber
de braços abertos famílias como a de Alex.
O lixão esteve em
atividade há 28 anos na saída para Sidrolândia e “fechou as portas” no
último dia 18, diante de muita revolta, confusão entre catadores e
polícia. A construção do aterro sanitário (UTR) chegou a ser suspensa
por irregularidades, mas foi liberada em seguida.
Esteve em
processos que envolveram defensores do meio ambiente, Ministério Público
Estadual, Federal e o Poder Judiciário. A usina faz a separação do lixo
reciclado e está sendo administrada por uma usina de catadores.
Fonte: http://www.campograndenews.com.br/meio-ambiente/catadores-montam-acampamento-em-frente-ao-aterro-sanitario
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