sábado, 22 de dezembro de 2012

O melhor do ano: 10 melhores momentos da sustentabilidade em 2012



Débora Spitzcovsky 7 de dezembro de 2012
2013 está logo aí e, para dar boas vindas ao novo ano e inspirar você a se envolver, cada vez mais, com a sustentabilidade – que, aliás, está em todos os lugares –, o Planeta Sustentável fez uma retrospectiva de 10 grandes momentos do tema em 2012. Confira!

A notícia, fresquinha, foi divulgada no fim de novembro pelo Ministério do Meio Ambiente. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a taxa de desmatamento da Amazônia Legal caiu 27% em doze meses, sendo o menor índice já registrado desde que as medições na região começaram a ser feitas, em 1988.

A novidade deixou o Brasil “bem na fita”:

conseguimos combater o maior vilão das nossas emissões – o posto inglório, agora, ficou com os setores de energia e agricultura;  
fomos aplaudidos pelo mundo na COP18 de Mudanças Climáticas, evento realizado anualmente pela ONU para discutir medidas que resultem na diminuição das emissões globais de CO2e.  


Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável da ONU foi proposta pelo governo brasileiro em 2009, com a intenção de fazer um balanço a respeito do que tem sido feito no mundo em prol do desenvolvimento sustentável nos 20 anos que sucederam a Rio92. Mais do que isso, a Rio+20 foi sediada no Rio de Janeiro, em junho deste ano.

O fato do Brasil ser anfitrião do evento deu grande visibilidade ao tema no nosso país. O nível de conhecimento da população a respeito do assunto cresceu muito e a mobilização da sociedade civil foi a maior já vista na história das conferências da ONU sobre meio ambiente. O Planeta Sustentável acompanhou tudo de perto e registrou em um blog exclusivo.  
E olha que tivemos muita coisa para contar: 692 compromissos voluntários para o desenvolvimento sustentável foram acordados durante os nove dias de evento por governos,empresas, grupos da sociedade civil e universidades. Juntos, eles destinarão mais de US$ 500 bilhões para áreas essenciais como água, energia, transportes, florestas e agricultura. Sem contar o documento oficial da Conferência, batizado de O Futuro que Queremos, que apesar de bastante criticado, reúne bons resultados. Como definiu Bank Ki-moon, secretário-geral da ONU, ao final da Rio+20, “mais do que documentos, o grande resultado da Conferência é o início de um movimento global por mudanças”.

Em julho deste ano, o Brasil alcançou a meta de doadores de órgãos prevista para o fim de 2013. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde apontaram que o número de pessoas dispostas a aderir a esse tipo de doação cresceu 29% em 12 meses, atingindo a marca de 13 doadores para cada milhão de habitantes. Como consequência, a quantidade de transplantes também aumentou: foram 7.993 cirurgias deste tipo nos quatro primeiros meses de 2012, revelando um crescimento de 37% em comparação ao primeiro quadrimestre de 2011, quando foram realizados 5.842 transplantes de órgãos no Brasil.

Ações de conscientização a respeito do tema tiveram grande importância nessa marca. Você lembra da campanha que a Santa Casa realizou nas padarias de São Paulo, distribuindo senhas de espera altíssimas para o atendimento, com a intenção de mostrar como é ruim aguardar por aquilo que você precisa? Iniciativas parecidas são realizadas por todo o mundo, afinal a doação de órgãos ainda é um grande tabu para a maioria das pessoas, infelizmente. 

Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, divulgado em maio pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontou que o desmatamento nesse bioma diminuiu 57% entre 2010 e 2011, sobretudo nos Estados de Goiás, Paraná e Rio de Janeiro.  

A boa notícia veio com um alerta: Minas Gerais e Bahia reinam absolutos, há dois anos, como os principais desmatadores do bioma, que no Brasil já perdeu cerca de 93% de sua cobertura original. A Bahia, inclusive, aparece em outra “lista do mal”: junto com o Maranhão, o Estado é um dos que abriga a maior quantidade de municípios que estão no ranking dos que mais desmatam outro bioma brasileiro, o Cerrado. Atenção, Nordeste!  

Relatório do Fórum Econômico Mundial analisou, em outubro, a igualdade de gêneros em 135 países ao redor do mundo. Os europeus foram os que se saíram melhor na avaliação, mas oBrasil não fez feio – apesar de continuar mal colocado –: cresceu, em um ano, 20 posições no ranking dos menos desiguais, ocupando o 62º lugar.

O salto se deve, entre outras razões, pelo fato do país ter aumentado, em doze meses, de 7 para 27% o número de mulheres em cargos ministeriais e de ter eleito uma figura feminina,Dilma Rousseff, para o cargo de presidente. Além disso, o Brasil tirou nota máxima na categoriaAcesso à educação, que até o ano passado ainda apresentava defasagem entre gêneros no ensino primário.
diminuição da desigualdade de gêneros no setor da educação, inclusive, foi geral. Apesar de países como Paquistão, Etiópia, Iêmen e Benim ainda apresentarem grande defasagem na área, de acordo com o relatório, atualmente 93% das desigualdades de gênero no ensino mundial foram eliminadas. No setor da saúde, o mesmo aconteceu: 96% das desigualdades globais foram superadas.
Ainda em 2012, outra boa notícia: durante a Rio+20, ocorreu a 1ª Cúpula de Mulheres Chefes de Estado e de Governo, que resultou em um documento que reconhece que a igualdade de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas são fundamentais para atingirmos odesenvolvimento sustentável

Ok, nós já sabemos que a maioria das pessoas detesta o nome Fuleco, mas o que está em pauta aqui não é a “graça” do mascote da Copa do Mundo de 2014 e, sim, o fato de ele ser um tatu-bola.

Espécie 100% brasileira e ameaçada de extinção por conta da caça predatória e da destruição do seu habitat, o animal – que, inclusive, é o menos conhecido entre as 11 espécies de tatu do Brasil – foi eleito pela Fifa para representar oficialmente o evento mundial de futebol, provando que a sustentabilidade está ganhando cada vez mais espaço nas mais diversas áreas –até os estádios estão acompanhando esse “movimento verde”.
A decisão marcará o começo de uma longa batalha pela sobrevivência do tatu-bola. O título de embaixador dos jogos será um divisor de águas para a espécie, que em breve passará da classificação “vulnerável” para “criticamente ameaçada” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN)“Ao ganhar os olhos do mundo, durante a competição, tudo pode mudar”, diz o biólogo Rodrigo Castro, coordenador da campanha que lançou a candidatura do animal a mascote.  

Quando o assunto é água, o mundo tem grandes desafios pela frente: uma em cada sete pessoas não tem acesso ao recurso, enquanto 15% da população vive sem esgoto tratado. Se hoje, quando somos sete bilhões de pessoas, não conseguimos resolver o problema, como assegurar que as próximas gerações tenham o básico?

Quem está à frente desse desafio, agora, é um brasileiro. Em novembro, o engenheiro civil e ambiental Benedito Braga foi eleito presidente do Conselho Mundial da Água (WWC), órgão que visa debater a gestão do recurso hídrico no mundo e sensibilizar os governos para os problemas ligados a ele.
O novo ocupante do cargo foi escolhido por meio de votação. O nome de Braga, que nos últimos três anos ocupou a posição de vice-presidente do WWC, foi unanimidade entre os eleitores: os 36 membros do Conselho votaram no brasileiro, que assumirá o posto pelos próximos três anos e, em 2013, receberá ajuda na causa, já que a ONU declarou que este será oAno Internacional da Cooperação pela Água

O nome dele é Aidan Dwyer. O nova-iorquino de apenas 13 anos desbancou os mais renomados cientistas, de todo o mundo, que dedicam seus dias a pesquisas a respeito do assunto, construindo, sozinho, uma estrutura que capta 20% mais energia solar do que os atuais painéis fotovoltaicos

E o mais legal: para chegar à nova descoberta, o menino não realizou nenhuma pesquisa exorbitante. Apenas, exercitou o hábito de observar a natureza. Isso porque o projeto de Aidan para captar energia solar imita a estrutura de uma árvore – com galhos e folhas irregulares –, ao invés de utilizar as já “manjadas” placas solares planas.
A descoberta revolucionou o mundo científico em 2012: Aidan foi premiado pelo American Museum of Natural History, dos EUA, e participou da conferência World Future Energy, nos Emirados Árabes, ao lado de importantes nomes, como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
A novidade pode ser muito útil para o Brasil, onde já é viável produzir energia solar em 15% dos lares, segundo pesquisa divulgada em julho pelo Ministério de Minas e EnergiaTem até estádio no nosso país aderindo à energia vinda do sol… 

Podem dar as boas-vindas aos usuários de cadeiras de rodas nos debates a respeito do melhor tipo de carro para se locomover nas cidades. Agora, os cadeirantes têm opção: a Community Car’s, empresa independente do Texas, desenvolveu o Kenguruveículo elétrico projetado exclusivamente para esse público.

Por enquanto, o Kenguru é vendido, por US$ 25 mil, em apenas algumas regiões dos Estados Unidos e ainda não há previsão de exportação para o Brasil. Ainda assim, o carro serve de inspiração para outras empresas fabricantes de elétricos e é mais uma vitória para os usuários de cadeiras de rodas. 
Apesar da boa notícia, não temos muito o que comemorar em 2012 quando o assunto é mobilidade urbana. Você sabia que o brasileiro perde, em média, 80 minutos diários preso em engarrafamentos? Só em São Paulo, o trânsito é responsável por 61% das emissões de gases do efeito estufa. E a situação só tende a piorar: 70 milhões de veículos novos chegam por ano às ruas em todo o mundo. O que fazer para desafogar as cidades de tantos carros?    


Ainda há esperança. Essa é, basicamente, a mensagem do relatório The Emissions Gap Report 2012, divulgado pela ONU no fim de novembro. O documento revela que, quando o assunto é aemissão global de CO2e, a situação do planeta está bem crítica, mas ainda é possível manter oaumento da temperatura do planeta abaixo dos 2ºC – limite máximo considerado seguro pelos cientistas para conservar a vida na Terra, da maneira como a conhecemos hoje.   


Atualmente, as emissões de CO2e já estão 14% acima do nível que deveriam estar em 2020 e, se mantivermos o ritmo, nos próximos oito anos poderemos chegar à marca de 58 gigatoneladas (Gt) de emissões – sendo que o ideal apontado pela ONU seria reduzir a liberação de CO2e para, no mínimo, 44 Gt até a próxima década. É tanto número que até assusta, né?
Então, como não ultrapassar os 2ºC? A solução apontada pela ONU é a ação imediata dos governos de todos os países, que devem cumprir os compromissos que já existem, no que diz respeito à redução de emissões, e ainda ir além deles. O relatório estima que há grandes possibilidades de diminuir a liberação de CO2e em cerca de 17 Gt até 2020, a partir do corte significativo de emissões em setores como construção, transporte e energia.
A má notícia é que o relatório, lançado antes da Conferência de Mudanças Climáticas, alerta que “o tempo está se esgotando” e, com o resultado do evento da ONU, a situação pode ficar ainda pior. Isso porque o documento assinado na COP18 prorroga o Protocolo de Kyoto até 2020, mas não tem metas de redução de emissões ambiciosas para os países signatários. E, para piorar, quatro países – Japão, Rússia, Canadá e Nova Zelândia – que participaram da primeira fase do acordo, “pularam fora” da sua renovação. Agora, as nações participantes de Kyoto respondem por, apenas, cerca de 15% do total de emissões de gases estufa de todo o mundo, o que torna ainda mais difícil manter o aumento da temperatura abaixo dos 2ºC. O relógio está correndo… 2013 está logo aí!
fonte: http://super.abril.com.br/blogs/planeta/os-10-melhores-momentos-da-sustentabilidade-em-2012/?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super


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