quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Modelo brasileiro de inclusão agrícola na produção de biocombustíveis é destaque em seminário da FAO


O programa brasileiro de produção de biodiesel é referência em termos de inclusão agrícola
O Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, do Brasil, é um exemplo da inclusão da agricultura familiar na cadeia de produção dos biocombustíveis, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O programa foi criado em 2004 pelo governo brasileiro e objetiva a implementação de forma sustentável da produção e uso do biodiesel, com enfoque na inclusão social e no desenvolvimento regional, via geração de emprego e renda.
“Atualmente, mais de cem mil famílias se beneficiam com uma adição de apenas 5% do biodiesel ao diesel fóssil”, disse o Funcionário sobre Bioenergia da FAO, Felipe Duhart. A agência também destacou que, na região da América Latina e Caribe, devem ser incentivadas políticas para se reduzir os riscos à segurança alimentar e ao meio ambiente, combinando cultivos que contribuam para a matriz energética.
Todas essas ideias foram discutidas no VI Seminário Latino-Americano e do Caribe sobre Biocombustíveis (BIO 2012), ocorrido entre 21 e 23 de agosto deste ano em Cuernavaca, no México. O BIO 2012 foi organizado pela FAO, junto com a Secretaria de Energia do México, a Organização Latino-Americana de Energia (OLADE) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). O Ministério de Minas e Nergia do Brasil também apoiou o evento.

O aspecto social dos biocombustíveis

O tema dos biocombustíveis também foi tema de uma série de estudos organizada pelo Instituto de Pesquisa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social (UNRISD). No estudo O Lado Social dos Biocombustíveis no Brasil, Inídia e Indonésia, o pesquisador Mairon Bastos Lima, da Universidade de Amsterdam, aborda os limites e potencialidades dessas políticas para a sociedade.
O autor apresenta uma estratégia de dois níveis adotadas pelo Brasil: uma  estabelecida sobre a agroindústria da cana-de-açúcar para produzir etanol e outra para criar cadeias de produção de biodiesel que incorporam pequenos agricultores. “No entanto, apesar do sucesso de ambas do ponto de vista econômico e de redução de emissões, o desempenho social na indústria da cana-etanol continua a ser muito limitado. O setor se baseia em uma repartição muito desigual de benefícios e encargos em um sistema de terra muito concentrado em propriedade de produção”.
Sobre a política de biodiesel, Lima alertou para a falta de organização inicial dos pequenos produtores, o que os deixou muitas vezes em situação desfavorável nas negociações.

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