Cada brasileiro produz, em média, 1 kg de lixo por dia,
gerando assim cerca de 200 mil toneladas de resíduos diariamente, fora os
resíduos hospitalares, comerciais, entulhos das construções, etc. Todos os dias
isso tudo é despejado nos aterros sanitários, em terrenos baldios, rios,
córregos e no mar, sendo apenas uma pequena parcela reciclada ou mesmo utilizada
para compostagem. Além do excesso de consumo de materiais e da geração de lixo,
há ainda outro problema a ser considerado: o recolhimento desses resíduos. O
custo para manter caminhões de lixo, as más condições de trabalho dos lixeiros
(ou coletores de lixo), o gasto de combustível fóssil, tudo isso torna esse
sistema ainda menos sustentável! Uma alternativa para solucionar esse problema
já está sendo utilizada em algumas cidades da Europa: é o sistema de
recolhimento automático de resíduos. Funciona como o sistema de esgoto, que
recolhe os dejetos e leva para uma central de tratamento, ou, no caso, de
triagem. Não há necessidade de uso de caminhões de coleta, pois os resíduos vão
para a central através de grandes dutos subterrâneos. Os garis podem ser
empregados nas centrais para fazerem a triagem dos materiais e a destinação para
reciclagem. Como funciona sistema de recolhimento automático de resíduos: 1. O
lixo é separado (reciclável, orgânico ou dejeto) e colocado em sacos, que são
levados a escotilhas instaladas nas ruas. Novos edifícios também podem tê-las
internamente. Cores ou adesivos identificam a escotilha adequada para cada tipo
de lixo. 2. Em horários pré-programados, válvulas e exaustores criam uma
corrente de ar na tubulação. As comportas das escotilhas são abertas para que os
sacos caiam na rede, instalada a dois metros e meio abaixo da superfície. 3.
Correntes de até 80 km/h transportam os sacos e só um tipo de lixo percorre o
tubo em cada momento. Variações na velocidade do ar indicam entupimento. A
desobstrução é feita manualmente por um funcionário. 4. Os sacos são
transportados até estações de coleta, que atendem a um raio de até dois
quilômetros de distância. Lá, eles são armazenados em contêineres de acordo com
o tipo de resíduo. Quando um contêiner enche, ele é acoplado a um caminhão e
levado para centros de processamento públicos ou privados afastados da cidade,
onde é feita a destinação adequada. 5. Vidro, plástico, metal e papel são
reciclados. O orgânico pode gerar biogás e abastecer usinas elétricas. O
restante é incinerado para gerar energia, ou aterrado. O processo é repetido de
três a quatro vezes por dia. Caso uma escotilha fique cheia antes do previsto,
sensores alertam a central para realizar coletas extras. Vantagens e
desvantagens do sistema Vantagens: segurança dos coletores de lixo, que não
precisam manusear os resíduos; limpeza das calçadas; diminuição do mau cheiro
nas ruas; estímulo à reciclagem; diminuição dos aterros sanitários, pois destina
inclusive o lixo orgânico para produção de biogás; ausência de sacos plásticos e
resíduos entupindo bueiros e ocasionando enchentes. Desvantagens: alto custo de
implantação; necessidade de caminhões para transportar os resíduos das centrais
para o destino final (compostagem, produção de combustível, reciclagem, etc.).
Acredito que o ideal seria ter pequenas centrais nos bairros, que recolhessem e
processassem ali mesmo os resíduos, gerando empregos locais, produzindo
materiais reciclados e combustível alternativo e construindo uma cidade mais
sustentável.
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