sexta-feira, 6 de julho de 2012

Projeto social de Itaiupu aposta nos catadores de lixo para reduzir poluição



Com o objetivo de contribuir com a preservação do meio ambiente e de melhorar a qualidade da água, o programa de responsabilidade social da hidroelétrica de Itaipu promove a reciclagem dos resíduos urbanos e também contribui para a melhora das condições de vida dos catadores de lixo no Brasil.
O projeto "Coleta Solidária", por exemplo, faz parte desse ambicioso programa que há nove anos é desenvolvido pela hidroelétrica de Itaipu, o mesmo que foi iniciado com a intenção de diminuir o impacto nocivo do ser humano na bacia do Rio Paraná, fronteira natural entre Brasil e Paraguai.
Como um de seus principais diferenciais, essa iniciativa busca incluir socialmente os trabalhadores que vivem na região de influência da usina através da reciclagem dos resíduos urbanos. A ideia é tirar esses trabalhadores da marginalidade e evitar a presença de substâncias poluentes nas águas da represa de Itaipu.
O assessor de energias renováveis de Itaipu, Cícero Jayme Bley, explicou à Agência Efe que o fenômeno da mudança climática afeta diretamente o ciclo das águas e, por isso, a hidroelétrica começou a potencializar as energias renováveis e a sustentabilidade. "Garantimos nossa sobrevivência e também exercemos nossa solidariedade", afirmou Bley.
O projeto, que na atualidade já beneficia 2,5 mil pessoas, também prevê a organização dos catadores em cooperativas para garantir melhores condições de trabalho.
Uma das ramificações do projeto é a construção de armazéns para separar o lixo coletado, além de equipar essas estruturas com balanças, prensas e toda maquinaria suficiente para transportar o lixo.
Além disso, o projeto oferece uniformes de trabalho e, possivelmente, carroças elétricas aos catadores, além de uma série de cursos de formação.
Uma destas unidades opera no município de São Miguel de Iguaçu, no Paraná, onde 34 catadores, com predomínio de mulheres, trabalham diariamente com a reciclagem.
O presidente dessa cooperativa, José Feijoo, afirmou à agência Efe que nesse armazém são processados diariamente um pouco mais de uma tonelada de lixo e também precisou que desde que se organizaram em cooperativas as coisas "melhoraram", tanto pelos lucros, como pela melhora nas condições de trabalho.
Neste armazém, marcado por uma forte mistura de cheiros dos resíduos processados, os trabalhadores esperam a chegada dos caminhões para começar o trabalho de classificação e separação das embalagens por sacos. Posteriormente, os trabalhadores fazem a compactação na prensa e vendem os resíduos.
Apesar das significativas melhoras, os trabalhadores dessas cooperativas também se queixam da falta de equipamentos de trabalho e dos baixos salários.
No entanto, Nelton Miguel Friedrich, diretor de coordenação do programa Cultivando Água Boa, que incorpora o projeto de reciclagem, se mostra entusiasmado com as diferentes iniciativas desenvolvida pela hidroelétrica, que tem uma capacidade instalada de 14 mil megawatts e gera 20% de toda a energia consumida no Brasil.
Segundo o especialista, que recentemente apresentou seu programa na Rio+20, a política de responsabilidade social da hidroelétrica foi iniciada em 2003 com intenção de se transformar em "uma empresa cidadã". "A maior lição que temos é a natureza", concluiu Friedrich.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo sua participação e opinião !