Rio -  Compartilhar informações para a defesa do meio ambiente é uma das principais missões do Instituto-E, ONG com ações que criam fontes de renda alternativas para comunidades na periferia da Região Metropolitana. 
Principal responsável pelo instituto, a socióloga Nina Braga recebeu do DIA a medalha Orgulho do Rio por proporcionar melhor qualidade de vida a trabalhadores informais.
Em projeto idealizado por Nina, comerciantes são capacitados com aulas de inglês | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Em projeto idealizado por Nina, comerciantes são capacitados com aulas de inglês | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Resultados importantes surgem de ideias simples para resolver problemas do dia a dia. Por exemplo, ao ouvir queixas de moradores sobre a sujeira das praias da Zona Sul, Nina discutiu o assunto com frequentadores e ambulantes. 
Assim surgiu o projeto Praia +, com cursos de empreendedorismo e capacitação para pequenos comerciantes. Eles têm também aulas de inglês para se comunicar com turistas e são orientados a conscientizar banhistas sobre práticas para manter as praias sempre limpas.
“O projeto está formando a sua terceira turma, já capacitou mais de 200 trabalhadores das praias”, orgulha-se Nina. “Eles criam textos e, como se fizessem parte de um grupo teatral, organizam peças para passar mensagens aos banhistas, chamando a atenção para que as praias estejam sempre conservadas”, explica Nina.
Outro projeto bem-sucedido é o Entrelaços, parceria com a Cooperativa de Reciclagem de Lixo de Marambaia, em São Gonçalo. Os mais de 30 catadores de lixo reciclável perderam todo o equipamento de trabalho em incêndio, mas a cooperativa se reinventou. “Conseguimos que um parceiro fornecesse malhas de juta (fibra têxtil vegetal) da Amazônia para confeccionar bolsas ecológicas (que substituem as plásticas nos mercados). Deu certo e os cooperados trocaram a reciclagem pela costura”.
Projetos, como uniformes feitos com garrafa PET, estarão na Rio+20
Outra ação do instituto, a Cooperativa de Costureiras do Morro do Cantagalo, em Copacabana, transforma malhas feitas de garrafa PET em uniformes para trabalhadores de diferentes setores.
“Uma característica de nossas ações é aproveitar a força de trabalho desenvolvida por grupos comunitários, oferecendo novas oportunidades de geração de renda dentro de atividades que atendam às necessidades ambientais e preencham as expectativas de sustentabilidade dessas pequenas associações”, explica Nina.
Alguns dos projetos criados por Nina para o Instituto-E serão apresentados em eventos paralelos à realização da conferência internacional Rio+20, em junho. “Esperamos que o encontro aponte para iniciativas voltadas à economia verde. O Rio ganharia muito, pois é uma das capitais com uma das maiores áreas verdes do mundo”.