sexta-feira, 25 de maio de 2012

Reciclagem Reverse: além do lixo eletrônico



Maurício Renner // sexta-feira, 18/05/2012 15:52


A Reverse, empresa de reciclagem de lixo eletrônico sediada em Novo Hamburgo, está fazendo investimentos para subir na cadeia de valor do negócio.

Sócios da Reverse. Foto: Baguete.
    Recentemente, a companhia começou a oferecer o serviço de eliminação permanente de dados contidos em HD, um atrativo especial para empresas ciosas dos seus dados.
“Notei que a maioria das CPUs vinha sem HD. Questionei um cliente e ele disse que tinha 1,5 mil HDs estocados por medo de vazamento de dados”, revela Érico Pedro Scherer Neto.
No que seria o serviço dos sonhos de Carolina Dickemann, a Reverse garante o sumiço dos dados desmagnetizando os discos rígidos dentro de uma máquina importada e depois perfurando eles com um torno.
Cada destruição é fotografada. Um usuário típico do serviço é a empresa de testes gaúcha Zero Defect, que garante assim a eliminação dos dados relativos a testes de clientes. Outro é uma empresa de cobrança que quer eliminar dados relativos a dívidas.
Outro trabalho mais sofisticado realizado para empresas da área de eletroeletrônica é desfigurar placas, de forma que propriedade intelectual de futuros lançamentos não escape da empresa na forma de um protótipo defeituoso jogado no lixo.
A Reverse recebe hoje uma média de 12 toneladas mensais de lixo eletrônico por mês, o dobro do ano passado. O material é processado e enviado para Cingupura, onde fica uma das três empresas no mundo capaz de separar os metais preciosos presentes no material.
Ao contrário da imagem que se tem do mercado de reciclagem, o negócio da empresa não é lucrar com os componentes mas assegurar a uma carteira de 200 clientes corporativos a destinação correta de resíduos tecnológicos.
“Na maioria são empresas que precisam estar compliance com ISO 14001 ou tem seus próprios sistemas de gestão ambiental”, afirma Scherer.
No entanto, o cenário está mudando rapidamente. Órgãos de governo já incluem a destinação de lixo eletrônico em meio às tradicionais fiscalizações sobre destino de resíduos sólidos.
As exigências vão aumentar mais ainda, e, com isso, as possibilidades de negócios para a Reverse.
No final de 2010, o governo federal aprovou uma legislação que fará as empresas fabricantes responsáveis pelo descarte responsável dos resíduos eletroeletrônicos.
O potencial é enorme: no Brasil, segundo a ONU, são gerados 2,6 quilos de lixo eletrônico por habitante a cada ano. Do do total, apenas 2% é reciclado, conforme estudos da Associação Brasileira de Engenharia de Produção, realizados em 2005.

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