terça-feira, 17 de abril de 2012

Fraude em concurso: envolvidos vão responder em liberdade



Mauro de Souza
Oito pessoas foram presas por tentarem fraudar o concurso público






Oito pessoas foram presas por tentarem fraudar o concurso público
 Após a detenção de oito pessoas acusadas de tentativa de fraudeao Concurso Público Municipal e confusão durante o cancelamento do concurso, na noite deste domingo (15/04), os envolvidos serão liberados nesta segunda-feira (16/04).
Segundo informações do GAP, o esquema funcionava da seguinte forma: Alessandro, que é natural da cidade de Cambuci, fazia a prova no Colégio Estadual Thierrys Cardoso para Agente de Operação e fiscalização de transporte coletivo e saía com o gabarito, passando as informações para os outros candidatos por celular, via mensagem de texto. Ele cobrava cerca de R$ 2.000 aos candidatos, e só recebia o dinheiro após aprovação dos mesmos.  

Além de Alessandro, foram presos, Gabriel Peçanha Portugal, Jayanna Fuestes da Silva Melo, Fábio Paes Pasco, Gabriel Azeredo, Hygor Oliveira do Couto, Sérgio Marques de Souza Silva e Lindomar Oliveira Cruz. Esses sete receberiam as respostas através das mensagens de celular. 

Disfarçados de fiscais os agentes conseguiram interceptar o fraudador, logo após o encerramento de sua prova. Através do celular mais sete pessoas foram detidas, também em outros locais de provas. Eles eram moradores dos municípios de São João da Barra, São Francisco do Itabapoana e Cambuci, sendo que três dos candidatos eram Guarda Civil Municipal e trabalhavam em Rio das Ostras, dentre eles o Alessandro. 

Agentes do Grupo de Apoio a Promotoria (GAP) informaram que Alessandro, o cabeça da quadrilha especializada para fraudar concurso público, estava sendo investigado há uma semana, já que por denúncia anônima o Ministério Público Estadual foi informado que os mesmos atuariam em Campos. O GAP ressaltou ainda que esta atuação não foi a responsável pelo cancelamento do concurso, já que o monitoramento dentro e fora do prédio, além da detenção de Alessandro Canuto da Conceição foi feito em sigilo sem que o concurso fosse prejudicado. 



ENVOLVIDOS VÃO PAGAR FIANÇA

Todos os envolvidos prestam esclarecimentos na 134ª Delegacia Legal e preencheram fichas para o pagamento de fiança estipulado no valor de dois salários mínimos pelos crimes de formação de quadrilha e tentativa de fraude em concurso. Após o pagamento da fiança eles serão liberados, porque o somatório das penas, não passa de quatro anos de reclusão.

Ainda há a possibilidade dos candidatos responderem por falsidade ideológica.

Já no Centro Universitário Fluminense/Campus II, ouve desentendimento entre candidatos e fiscais. Waneska Monteiro Madeira Nunes tentava entrar na sala de prova do marido Medellin Gomes Peixoto quando foi impedida por dois fiscais, que seriam mãe e filho. Após confusão e agressões físicas, todos foram levados para 134 DP. O casal responderá por desacato e lesão corporal, enquanto os ficais por lesão corporal.  

Na parte da tarde, o Ministério Público Estadual divulgou uma nota sobre o caso:


O MPE, por intermédio dos policiais que integram o Grupo de Apoio aos Promotores (GAP), cumpriu sete mandados judiciais de busca pessoal e apreensão junto a candidatos que realizaram, no último domingo (15/04), prova de concurso público para o cargo de agente de operação e fiscalização de transporte coletivo da Prefeitura de Campos dos Goytacazes. A investigação começou há cerca de 20 dias, após denúncia de cidadão que não se identificou à Ouvidoria do MPRJ (e não da Prefeitura de Campos), que informava que alguns candidatos fariam a prova munidos de aparelhos eletrônicos de comunicação.


 A ação do GAP decorreu de pedido de expedição de mandados formulado pela 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal, subscrito pelos Promotores Alessandra Honorato Neves Batista e Victor Santos Queiroz, ao Juízo no sábado anterior (14/04), após a apuração preliminar da denúncia. Os mandados foram cumpridos na Universidade Estácio de Sá, no Colégio Thieres Cardoso, no Centro Educacional Feliciano Azevedo e no Colégio Estadual Silvio Bastos Tavares, onde os candidatos suspeitos faziam suas provas. “A atuação dos agentes do GAP foi discreta e eficiente para não prejudicar o normal andamento do concurso e se destinou a debelar esse foco isolado de fraude eletrônica, de acordo com as notícias que chegaram ao Ministério Público ”, informou o Promotor de Justiça.  Com os suspeitos, foram apreendidos aparelhos de telefonia celular, por meio dos quais outro candidato repassaria as respostas. 
Os sete candidatos com os quais foram encontrados os aparelhos eletrônicos foram conduzidos à 134ª Delegacia de Polícia para a lavratura da prisão em flagrante pela prática do crime de fraude em certame de interesse público, sem prejuízo do prosseguimento das investigações com relação às práticas dos crimes de formação de quadrilha e de falsidade ideológica.  O MPRJ informa que, no momento do flagrante, o concurso era plenamente válido, portanto, a eventual anulação do certame não se deveu à atuação da Promotoria de Investigação Penal, que naquele momento visava apenas aos suspeitos.
Ururau

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo sua participação e opinião !