segunda-feira, 26 de março de 2012

Dinheiro traz felicidade



Bill Gates está gastando seus bilhões para salvar a vida de pobres pelo mundo. E espera que os milionários brasileiros colaborem: "O que você precisa é de uns poucos ricos no Brasil para dar o exemplo", disse para ALFA. "Os outros seguirão"

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Adriana Carranca
Alfa - 02/2012

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Bill Gates está na linha. O ícone nerd, criador da Microsoft, investidor e filantropo está em uma sala de reuniões da Fundação Bill & Melinda Gates, esperando para falar comigo. Ou estaria ele de bermudão havaiano e sem camisa à beira da piscina climatizada, equipada com um sistema de som que permite ouvir música embaixo d¿água, em sua mansão de 125 milhões de dólares em Seattle? (É assim que imaginamos os bilionários, afinal.) Mas é inverno no hemisfério norte e, portanto, talvez ele se encontre ao lado da lareira em algum cômodo aconchegante da casa. Eu o imagino de calça social, camisa e pulôver de lã em tons discretos, mas essa imagem me leva ao seu novo jatinho particular, pelo qual pagou 100 milhões de dólares. Eu o vejo agora sentado, pernas cruzadas e o tronco recostado confortavelmente na poltrona de couro bege de seu Bombardier BD-700 Global Express, que lhe permite voar da costa oeste americana à África ou Europa sem escalas. Ele está com um copo de uísque na outra mão. Ou, menos glamurosa, uma latinha de Coca Diet (Bill, você sabe, é viciado em Coca Diet).


- Hello? - ele interrompe meus devaneios.
- Bill?


Bill?? Seu nome é William Henry Gates III. Tem 56 anos e um patrimônio líquido de 58 bilhões de dólares, o que faz dele o segundo homem mais rico do mundo, de acordo com a revista Forbes. Se ele decidisse transformar tudo em notas vivas e sair gastando, poderia desembolsar 110 mil por minuto por um ano até acabar. Sem juros. Porque se Bill Gates colocasse o que tem em um banco no Brasil, faria algo como 15,3 milhões de dólares extras por dia -- mais de um Neymar por semana. Mas ele não liga para futebol (seu esporte favorito é o bridge, jogo dos aristocratas britânicos criado na Inglaterra no século 17) e não quer viver de renda. Ele tem uma missão: acabar com a pobreza.


Ao lado de Melinda, sua mulher, Gates já doou 48% do patrimônio - 28 bilhões de dólares - para causas filantrópicas. O casal teria se conhecido em um evento da Microsoft em Manhattan, em 1987. Nos corredores, corre a fofoca de que Bill já estava de olho na moça bem antes, desde que a viu pela primeira vez no estacionamento da companhia. Tímido, deixou de lado sua falta de jeito para tentar a sorte com a loira que trabalhava no marketing de algumas de suas criações, como Office e Windows. O casamento ocorreu em uma cerimônia reservada na ilha de Lanai, no Havaí. Pouco depois, Melinda deixou o serviço para se dedicar aos filhos Jennifer Katharine (atualmente com 15 anos), Rury John (12), e Phoebe Adele (9). Está decidido que eles herdarão "apenas" 5% da fortuna dos pais. O restante, ou 95% de tudo o que conquistou, Gates promete ceder em vida.


Ele se divide entre os projetos da Fundação Bill & Melinda Gates, que dirige pessoalmente, e o trabalho missionário de tentar convencer magnatas mundo afora a, como ele, distribuir seus milhões aos destituídos. "Eu me inspirei em homens como Andrew Carnegie (o magnata do aço, que deixou 90% do que amealhou para a filantropia ao morrer, em 1999) e J. D. Rockefeller (investidor, barão do petróleo e filantropo). Rockefeller investiu em saúde, ergueu escolas, bibliotecas, universidades
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