sábado, 7 de janeiro de 2012

Mogi é a que mais produz lixo


Júlia Guimarães

Mogi das Cruzes produziu 78,256 mil toneladas de lixo no último ano, o que representa uma média de 214,4 mil toneladas ao dia. A produção aumentou 15,39% na Cidade, entre os anos de 2003 e 2007, em uma porcentagem bastante superior ao crescimento geral registrado na Região, que foi de 8,7% no mesmo período. Atualmente, o Município é responsável pela geração de 28% de todo os resíduos recolhidos nas 10 cidades da Região. O cenário, de elevações tão significativas em um período relativamente pequeno de tempo, indica para aquilo que os ambientalistas alertam já há várias décadas: a destinação final do lixo precisa ser tratada de forma séria, não apenas pelo Governo, em suas diversas esferas, mas por toda a sociedade.
Os números sobre a produção de lixo no Alto Tietê foram disponibilizados a O Diário pela agência regional da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cesteb) e referem-se ao compilado mais recente, de 2010, e às estatísticas mais antigas mantidas pelo órgão, que são de 2003. De acordo com o levantamento, a Região gerou 698,1 mil toneladas de resíduos por dia em 2003, enquanto no último ano foram 759,3 mil toneladas diárias. Isso indica que houve um crescimento de 8,7% no período. Transformando-se as toneladas em quilos, verifica-se que nas 10 cidades juntas a população jogou fora espantosos 277,144 milhões de kg de material inservível. E quase um terço desse total foi produzido por Mogi das Cruzes.
De acordo com os dados da Cetesb, a Cidade produziu 214,4 toneladas de lixo por dia em 2010. Os números mais antigos mantidos pelo órgão são de 2003, quando Mogi gerava 185,8 toneladas de resíduos diariamente. O crescimento de 15,39% pode ser considerado alto, especialmente porque o índice ficou acima do crescimento da população no mesmo período. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2003 o Município tinha 347.821 habitantes, enquanto em 2010 a população pulou para 387.779 mil pessoas, em um aumento de 11,48%. Os dados indicam que cada mogiano produz, em média, cerca de 200 quilos de lixo por ano.
Para o gerente regional da Cetesb, Edson Santos, os índices de crescimento da produção de lixo registrados em Mogi das Cruzes e no restante da Região, são considerados altos. Ele atribuiu as estatísticas ao crescimento econômico do País e aos novos hábitos da classe média. "Tudo isso se deve ao fato de a classe C ter aumentado sensivelmente nos últimos anos, o que indica que a população tem maior poder de consumo. Além disso, cada vez mais, as pessoas estão optando pela compra de produtos industrializados que geram um grande número lixo, como embalagens e plásticos em geral".
A bióloga Adriana Bravi, vice-presidente da Biobraz, explica que a Organização das Nações Unidas (ONU) estipula como meta a produção média de 1 quilo de resíduo por dia para cada habitante. "Este índice é considerado alto, mas foi fixado pela ONU porque nas regiões desenvolvidas do Globo esse número é bem maior, em razão do alto consumo de produtos industrializados. No caso de Mogi, o número está abaixo dessa média, mas ainda assim precisa ser diminuído, porque temos a agravante de não haver alternativas modernas e ambientalmente corretas para tratamento dos resíduos produzidos na Cidade, como é o caso dos Estados Unidos e da Europa, por exemplo".
Adriana Bravin explica que o caminho para redução das estatísticas está na conscientização da sociedade civil para que cada pessoa e indústria seja responsável pelo resíduo produzido. Ele destaca que o Brasil ainda possui muitos desafios pela frente como, por exemplo, a redução de perdas de alimentos e a orientação da população sobre o consumo consciente. "Cerca de 25% dos alimentos produzidos no Brasil viram lixo antes de chegar no prato. Além disso, as pessoas não podem se concentrar apenas nas ações de seleção e reciclagem do lixo. O mais importante é o consumo consciente, que evitar a produção do resíduo. Não há porque pegar uma sacola plástica na farmácia para colocar apenas um remédio, se a embalagem cabe perfeitamente na bolsa", orienta.
Alto Tietê
No restante do Alto Tietê apenas as cidades de Santa Isabel e Arujá registraram crescimentos mais altos do que o de Mogi das Cruzes, de 17,9% e 17,62%, respectivamente. Apesar da elevação, ambos os municípios possuem produção baixa de resíduos. No último ano, Santa Isabel gerou 15,8 toneladas diárias e Arujá produziu 28,7 toneladas por dia. O melhor desempenho foi conquistado por Suzano que em 2003 gerou 149,2 ton/dia e em 2010 passou para apenas 152 ton/dia, registrando um tímido crescimento, de apenas 1,87% (confira quadro completo nesta página).

*Fonte: http://www.odiariodemogi.inf.br/noticia_view.asp?mat=33803&edit=6

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