terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A VOLTA DE SULEYMAN - O MAGNÍFICO! O VERÃO ÁRABE!

1. Suleyman I governou o Império Otomano desde Istambul por 46 anos, de 1520 a 1566. Poeta, legislador e guerreiro, controlou, além de seu Império, os Balcãs, a Hungria e fez o cerco de Viena que só levantou quando houve garantias para a liberdade de religião, apoiando os luteranos. Chamava o mar Mediterrâneo de "Meu Lago". Controlava também o Mar Vermelho e o Golfo Pérsico, além de naturalmente a África do Norte e o Oriente Médio. Foi -é- um dos maiores líderes muçulmanos de todos os tempos.
2. A primavera árabe resultou, na verdade, em um completo controle e ascendência política do islamismo sobre a África do Norte. Para os que imaginavam que a espetacular mobilização -a partir das redes sociais- significaria um caminho para a modernidade (além de derrubar os ditadores), hoje -menos de um ano depois-, estão frustrados com os resultados das revoluções e eleições.
3. O predomínio islâmico é total e é generalizada a declaração que prevalecerá nos governos a Lei Islâmica, sinalizando estados teocráticos. Simultaneamente, prometem medidas modernizadoras em relação às mulheres e a liberdade de religião e política. Usam como exemplo o governo atual de Erdogan, na Turquia, com o chamado Islamismo Moderado.
4. A eleição em Marrocos, na semana passada, só confirmou isso, com o PJD -islâmico- conquistando no entorno de 30% das cadeiras. Já havia sido assim na Tunísia e no Egito. Na Líbia, o grupo dominante na transição, após a guerra civil, também definiu que o governo adotará as Leis Islâmicas, dizendo que serão preservados os direitos das mulheres e a liberdade política.
5. E é assim na Argélia, cuja Constituição define o Islã como referência de comportamento e seus adversários são apenas os islâmicos radicais. Esse é o risco avaliado por analistas: que o islamismo moderado, uma vez instalado, num momento de crise, radicalize suas posições usando a moderação como responsável pela crise. Da mesma forma, o crescimento do islamismo na África Ocidental, como a Nigéria, com 150 milhões de habitantes e potência em petróleo, que faz um sanduiche com o Marrocos, de outros países da região.
6. Não custa lembrar que o Islã -moderado ou radical- é quem governa o Irã, a Arábia Saudita, o Iraque, a Síria, parte do Líbano, a Autoridade Palestina, e grande parte da Ásia Central. Entre sunitas -em princípio moderados- e xiitas -em princípio radicais- oscila o pêndulo do poder.

*Fonte: blog do c. Maia

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