sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Inaugurada empresa de reciclagem de componentes de geladeira


A sanção presidencial em agosto da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que regulamenta a gestão do lixo no País, já movimenta os negócios ligados à reciclagem de eletrodomésticos, como geladeiras e aparelhos de ar-condicionado. Foi inaugurada nesta sexta-feira (10), em Cabreúva, a 78 km de São Paulo, a Indústria Fox, empresa que vai atuar na manufatura reversa - a desmontagem dos aparelhos antigos e a reciclagem dos componentes.

A fábrica, que faz parte de um grupo suíço, recebeu um investimento de R$ 20 milhões e utilizará uma tecnologia inédita para tratar os gases CFCs e HCFCs dos refrigeradores antigos: em vez de incinerá-los, como é feito na maior parte dos países europeus, a indústria vai tratar esses gases em um processo térmico que quebra as moléculas. Esses gases são causadores do buraco na camada de ozônio e agravam o aquecimento global.

"Essa é a novidade que estamos trazendo ao Brasil e deve evitar que esses gases, altamente poluentes, sejam lançados na atmosfera como vem sendo feito até então", diz Philipp Bohr, diretor-geral da Indústria Fox. Segundo Bohr, o primeiro passo das etapas de reciclagem é a retirada dos gases CFC, que são transformados em uma solução ácida que pode ser reaproveitada pela indústria química. A fase seguinte é a trituração, onde os aparelhos antigos são moídos e os metais - alumínio, aço e cobre - são separados e depois podem ser reaproveitados.

O executivo calcula que só no Estado de São Paulo existem cerca de 1 milhão de geladeiras descartadas, em ferros-velhos e na casa dos consumidores. O desafio agora é fazer com que elas cheguem à reciclagem e, para isso, a empresa está estruturando um sistema de coleta. "Vamos ter uma rede de postos de recolhimento e a expectativa é atender ao consumidor que tiver em casa um aparelho antigo", diz Bohr. No primeiro momento a Fox vai trabalhar com as geladeiras encaminhadas à reciclagem pelas concessionárias de energia que possuem programas de troca desses equipamentos.

Carlos Roberto Vieira Filho, diretor da Abrelpe, entidade que reúne as empresas de tratamento de resíduos, diz que a sanção da lei de resíduos foi o primeiro passo para permitir a reciclagem dos equipamentos que hoje são descartados pelo consumidor. "A lei é avançada e segue o mesmo princípio das diretivas europeias para lixo eletrônico." (Andrea Vialli - AE)

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