segunda-feira, 7 de junho de 2010

Algarve ganha tecnologia de topo na triagem de plásticos

Algar usa topo da tecnologia, para melhorar reciclagem do lixo. Máquina-prodígio utiliza ar para separar plásticos por tipo.


Basta um sopro e… já está. Os plásticos, que até aqui eram separados manualmente em função da composição, são agora identificados e distribuídos por uma máquina automática, avaliada em 300 mil euros. O equipamento é capaz de identificar qualquer tipo de plástico, através de um processador ultra-rápido que decide de que é feito cada tipo de vasilhame e o encaminha para um destino específico. Tudo isto acontece sem parar, num tapete rolante capaz de separar 2500 quilos de lixo por hora.”A máquina fotografa os resíduos que correm no tapete e através de um raio infravermelho, cada plástico reflecte da sua maneira”, explica Miguel Nunes, director de Actividades Complementares da ALGAR.



A tecnologia, desenvolvida por uma empresa austríaca, permite identificar os plásticos que continuam a rolar no tapete. Com memória ‘fotográfica’, a máquina regista cada embalagem numa base de informação que lhe permite ‘dar ordens’ a cerca de 60 pequenos jactos de ar comprimido, empurrando-os para tapetes diferentes à medida que chega a sua vez, consoante o tipo de embalagem.



Cinco vezes mais rápida do que o Homem, a tecnologia permite poupar 50% da força de trabalho empregue até aqui, mas Hélio Barros, administrador da Algar, garante que nenhum posto de trabalho será suprimido: “Esta tecnologia permitirá a supressão de turnos e permite a redução de pessoal nesta linha. Mas nós vamos criar mais emprego através das novas actividades, como a trituração de resíduos da construção civil, uma nova unidade de óleos usados, uma central de valorização orgânica e uma unidade de desmantelamento de resíduos eléctricos e electrónicos”, afirma.



A nova unidade ficará a funcionar em paralelo com a antiga, mas traz vantagens óbvias para a empresa, multiplicando a produtividade por cinco e outras, menos óbvias, para os trabalhadores: “A nova tecnologia aumenta a higiene e segurança para os operadores da triagem, diminuindo em muito o fluxo de material que têm que separar e acaba por lhes exigir um menor esforço visual, uma vez que tinham que identificar e separar os plásticos num curto espaço de tempo, exigindo muita concentração”, explica Miguel Nunes, director de Actividades Complementares da ALGAR.



A nova linha de triagem permitirá assim aumentar para 23500 toneladas o esforço de reciclagem de embalagens na actual Estação de Transferência de Faro-Loulé-Olhão, num investimento que rondou os 1,6 milhões de euros.



Por outro lado, a Algar está a fazer igual investimento no Barlavento algarvio, no aterro de Porto de Lagos, Portimão, de modo a fornecer esse equipamento com o mesmo tipo de tecnologia.



Segundo a empresa, as novas unidades de triagem automática irão dar resposta ao crescimento de cerca de doze por cento verificado no último ano na recolha selectiva de plásticos e metais no Algarve, valor que só nos meses de Verão atinge os 40 por cento, em regra. Apesar disso, o Algarve mantém-se no segundo lugar em termos de reciclagem per capita, logo atrás dos Açores.

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